Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
O sofrimento dobrado.
Uma das indagações que sempre fazemos à nossa inteligência é em relação ao nosso passado. Alguns de nós olhamos através do túnel do tempo e se deixam seduzir com os acontecimentos transatos. Quando a recordação é de amargo sabor, chegam mesmo a dizer "Não me perdôo" por tal acontecimento.
Esquecem-se esses amigos, que os enganos da vida tiveram e têm um propósito. A criança quando está no aprendizado da vida, cai e logo se levanta e nem sequer guarda mais recordações desses tombos da vida.
Prosaicamente falando, é o mesmo com os nossos desalinhos do pretérito. Eles tiveram uma finalidade. Ser alavanca poderosa para que possamos caminhar em direção ao nosso porvir. Fomos todos criados simples e ignorantes sob os ditames da questão número 133 de "O Livro dos Espíritos". Portanto, sujeitos a erros e desacertos.
Ninguém, absolutamente ninguém amigos, está nesse planeta de Deus, sem que tenha cometido um desaire. Há leis naturais que nos impulsionam para o grande destino. Os erros e desacertos são caminhos que nos levam a correção de rumo, ajustam-nos o passo em direção ao reto cumprimento dos deveres.
Todo erro contudo, traz em si mesmo a reprimenda devida. Seja na prisão física, ou nos ergástulos do coração. Ninguém fica impune. Essa é a justiça de Deus, onde não há privilégios de parentesco ou de cargo político ou social.
Somos todos iguais perante a Lei de Deus. Recordemo-nos entretanto de que apesar de serem factíveis os nossos erros, o que importa é não vivermos no passado. O passado foi muito bom. Serviu-nos de impulso e mestre para os ajustes de nossas atitudes. Mas o presente, é realmente uma láurea que o Senhor da vida nos oferece, porque e somente aqui e agora nos cabe decidir o que fazer para alcançarmos os altiplanos celestiais.
Não será por outra razão que o líder tibetano Dalai Lama, assevera que: "Há somente dois dias em que nada podemos fazer. O Ontem e o Amanhã.". De fato o que passou já serviu ao seu propósito e o dia que virá, o homem de Nazaré já lecionou a respeito: "Para hoje basta as nossas preocupações." O amanhã terá o seu tempo, as suas alegrias e tristezas.
É o instrumento do perdão que o Cristo de Deus nos ensinou que deve ser colocado em prática. Se o Pai Celestial nos perdoa, porque não poderemos nos auto perdoarmos os enganos do passado. Podemos e Devemos. Não iremos esquecê-los, e é bom que não os esqueçamos, para não caírmos novamente na esparrela do mau caminho. Mas não vamos guardá-los na caderneta preta da vida para sacá-los do bornal toda vez desejarmos abrir as portas para a depressão.
Por essa mesma razão, devemos jogar fora as tralhas da vida, as ofensas recebidas, as mágoas e os ressentimentos. De fato, segundo a prédica de André Luiz, anotada pelo confrade Lincoln no PPS onde dessedentamos nossas reflexões dessa semana, consta do ideário em apreço, entre outras considerações, que se recebermos um péssimo tratamento de um cliente, de um namorado, do professor, do marido, dos pais, dos filhos ou dos vizinhos, do chefe ou colegas de trabalho ou mesmo dos amigos, certamente que iremos sentir mágoa, tristeza e desapontamento pela atitude daqueles que estão em desalinho.
Isso é da nossa natureza e não há nada o que possamos fazer. Mas que esses sentimentos sejam apenas nos momentos desses desaires. Nunca mais. Contrário senso, se estivermos ainda no presente, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, significa que estamos ressentidos. Por isso, convém anotar bem o significado dessa palavra: RE-SENTIMENTO. Vale dizer, sentir novamente, sofrer novamente, padecer infinitamente, sem trégua.
Por isso é que o Divino Rabi da Galiléia, ensinou-nos a utilizarmos o instrumento do perdão. Para aliviar a nossa alma, fazer nos entender que nossos irmãos de jornada estão sujeitos a errarem assim como nós erramos e todos carecemos da indulgência do Pai e por consequencia podemos e devemos ser indulgentes com o nosso próximo..
É amigos, sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender-nos ao passado e tornar-nos uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando nos prejudicar mais. Ao guardar qualquer ressentimento estaremos nos algemando a alguém que nos fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso.
A dor que sentimos existe apenas em nossa recordação, nos registros de nossa memória. A outra pessoa, por pior que tenham sido os doestos, não será prejudicada pelo nosso ressentimento. A responsabilidade de nos livrarmos dessa chaga do ressentir é exclusivamente nossa. É um trabalho personalíssimo. Cada um trabalha a sua mente, o seu espírito e encontrará na oração e no perdão o lenitivo da paz.
Sejamos lógicos amigos, não vamos desperdiçar momentos preciosos das nossas vinte e quatro horas, tempo que não volta mais, para pegar o punhal que alguém usou contra nós há semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, nos apunhalarmos dia-após-dia, com o nosso re-sentimento.
É verdade que há casos em que a injustiça não deve prevalecer e nem mesmo o Cristo de Deus interditou o mecanismo da auto defesa. Mas, se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido nos tribunais, deixe gente especializada tratar disso, são profissionais que cuidarão do caso, sem paixão e com serenidade.
Para isso existem os advogados.
Concentre em sua vida a felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Viva o momento que estiver vivendo intensamente, pois ele poderá ser o último dessa viagem, e, sem nos apercebermos poderemos pegarmos o trem da vida de volta à pátria espiritual, e lá chegaremos tal como nos encontrarmos vivendo no momento da transição.
Assim, como não será possível esquecer as coisas ruins do passado, deixe-as dormindo nos braços de Morfeu. Não lhes dê importância. Com muita propriedade vale o conceito do augusto e ilustre dramaturgo William Shakespeare:
"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra".
Com essas reflexões, segue nosso beijo em seus corações, com a oblata de nossa fraternide, anelando que apreciem a melodia que escolhi para o tema de hoje e tenham um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.
anexo do texto
Ressentimento
Sim, você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, daquele namorado, do professor, do seu marido, dos seus pais, dos seus filhos, dos vizinhos, do seu chefe, dos seus colegas, dos amigos, críticos, do cachorro...
Você tem toda razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quando isso aconteceu. Mas sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento. Nunca mais. Se
você está, ainda hoje, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, então você está ressentido, com ela. Veja com atenção o significado da palavra ressentimento: Ressentir novamente;
Sentir infinitamente, para alguns. IMENTO. Qual a razão de usar sua mente e seu coração para sentir novamente coisas ruins, fragilidades e decepções? Sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender você ao passado e tornar você uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando prejudicar você mais.
Ao guardar qualquer ressentimento você está se acorrentando a alguém que lhe fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso. Você desperdiçará momentos únicos das suas vinte e quatro horas para pegar o punhal que alguém usou contra você há semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, você mesmo estará se apunhalando dia-após-dia, com seu re-sentimento
Se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido em tribunais, deixe advogados cuidando disso e se concentre em sua vida e sua felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Viva o momento que estiver vivendo. Esqueça as coisas ruins do passado. Ele não existe mais. E, se mesmo com toda a lógica do mundo, você ainda estiver sentindo re-sentimento" e mágoa de alguém, lembre-se do que disse William Shakespeare:
"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra".