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Queridos amigos fraternos.
Bom Dia.
Jesus sê conosco.
O mais importante na vida.
Um dos grandes desejos dos seres humanos, quando o espírito desperta para a realidade, é seguir as pegadas de Jesus. Explico-me melhor. O ser humano quando atinge uma idade a que chamo de entardecer da vida, já descobriu os verdadeiros valores que merecem sua melhor atenção.
Em outras palavras:
As conquistas obtidas sobre as diversas atividades da vida, sejam sentimentais, intelectuais ou nos recurso hauridos pelo nobre esforço do trabalho, tudo, mas tudo mesmo amigos, passa a ter outro significado e valoração para os seres humanos cujos cabelos começam a ficar enluarados pelas experiências transatas.
Nesse momento, ele "descobre" ou melhor avalia as dádivas recebidas do Senhor da Vida e por essa razão, a família passa a ser vista, não como um escolho, mas como uma benção do Pai Celestial.
Os filhos serão tratados com amor fraterno, criaturas que Deus confiou aos nossos bons ofícios. Os amigos, adquirem um significado especial em nossa jornada. São pessoas a quem aprendemos a admirar e sentimo-nos confortáveis em saber que a "qualquer momento ou necessidade" poderemos contar com eles para o que der e vier.
Por essa razão, em nome da fraternidade universal cultivamos no jardim de nossas existências, os amigos como companheiros de viagem, porque o ser humano em evolução se conhece pelos amigos que se consegue angariar nesse jornadear, em detrimento aos inimigos do passado.
Nas experiências adquiridas até o entardecer da vida, ou mesmo no anoitecer dessa nossa existência, passamos a melhor compreender as memoráveis lições de vida ofertadas pelo Divino Rabi da Galileia.
Assim, o instrumento do perdão, começa a fazer sentido no nosso dia a dia e hora a hora. O amor em plenitude, como Ele fez ao nos amar incondicionalmente, ensinando que o verbo amar significa libertar e não algemar.
Quem ama compreende e não aprisiona.
Virtudes como a tolerância, a paciência, a indulgência e o respeito ao que pertence a outrem passam a fazer parte do nosso protocolo de vida. Nossa alma sedenta de amor, pacifica-se quando ao final de um dia bem trabalhado, enfrentando o bom combate com dignidade, ao anoitecer nossa consciência aplaude nossos atos.
É o que consta da questão número 621 de "O Livro dos Espíritos", repositório das Leis de Deus.
Nesse estado dalma, o ser humano não carece mais de grandes realizações quer no plano material, quer no plano espiritual. Não há mais àquele anseio de estruturar uma obra como a Mansão do Caminho, edificada pelo nobre confrade Divaldo Pereira Franco.
Compreende-se que as primeiras pedras também são importantes na construção do nosso futuro edifício do amor. Por essa razão, sustentamos nossa retórica dessa semana, em uma história verdadeira que nos comove as fibras dalma. O acontecimento que relato, danos um colorido de que na vida, na maioria das vezes o mais importante são as coisas pequenas que nos solicitam os bons ofícios e nos convidam a prática da caridade em plenitude.
São préstimos que podemos realizar sem nenhum esforço maior de nossa parte, e que é também conhecido pelo nome de caridade, e, nos ajuda a conquistar à paz que nosso espírito deseja com sofreguidão.
Por essa razão, um dia, durante uma conversa entre advogados, o nosso personagem foi tomado de espanto ao lhe perguntarem, se ele se recordava da questão mais importante por ele realizada em sua vida.
No papel de advogado da indústria do espetáculo, se sabia que os assistentes queriam escutar anedotas sobre o trabalho do paracleto com as celebridades.
Entretanto, para responder a indagação, fidedigno com a realidade do seu coração e os desejos pulcros da alma do nobre amigo, ele buscou nas profundezas abissais de seus registros mnêmicos, a honesta resposta.
Disse o amigo ao seu interlocutor:
O que de mais importante que já fiz na minha vida, ocorreu em 08 de outubro de 1990. Comecei o dia jogando tênis com um ex-colega e amigo que há muito não via. Entre uma jogada e outra, conversávamos a respeito do que acontecia na vida de cada um.
Ele me contava que sua esposa e ele acabavam de ter um bebê. Enquanto jogávamos, chegou o pai do meu amigo, e consternado, lhe diz que seu bebê parou de respirar e que foi levado para o hospital com urgência.
No mesmo instante, desesperado meu amigo subiu no carro de seu pai e se foi. Por um momento fiquei onde estava, sem pensar nem mover-me, em verdade, sem saber o que fazer.
Em seguida, tratei de pensar no que deveria fazer e imaginei comigo mesmo. Seguir meu amigo até ao hospital será que ajudaria?
Em reflexão instantânea, pensei comigo mesmo:
Minha presença naquele nosocômio, não servirá de nada, pois a criança certamente estará sob os cuidados de médicos competentes, e minha presença poderá atrapalhar ainda mais a família, sem que eu nada possa fazer para mudar a situação.
A consciência do justo, onde o Senhor da Vida depositou sua Lei, segundo os ditames da questão número 621 de "O Livro dos Espíritos", insistia. Quiçá, possa oferecer meu apoio moral?
No monologo com a consciência, imaginava, talvez, mas tanto ele quanto sua esposa vinham de família numerosa e sem dúvida estariam rodeados de amigos e familiares que lhes ofereceriam apoio e conforto necessários, acontecesse o que acontecesse.
Com os pretextos da vida, acabei concluindo que a única coisa que eu faria indo até lá, era atrapalhar. Por isso, decidi que mais tarde iria ver o meu amigo.
Entretanto, quando dei a partida no meu carro, a mão de Deus se fez presente, e percebi que o meu amigo havia deixado o seu carro, aberto e com as chaves na ignição, estacionado junto às quadras de tênis.
Decidi-me, então, por fechar o carro e ir até o hospital entregar-lhe as chaves, por medida de segurança e respeito ao amigo. De fato, lá chegando, como havia imaginado, a sala de espera estava repleta de familiares que os consolavam. Entrei sem fazer ruído e fiquei junto à porta pensando o que deveria fazer.
Não demorou muito e surgiu um médico que se aproximou do casal e, em voz baixa, comunica o falecimento do bebê. Oh! amigos, durante os instantes que ficaram abraçados, a mim pareceu uma eternidade, e eles choravam, enquanto todos os demais ficaram ao redor daquele silêncio tumular de dor.
Foi então que o bondoso facultativo, acostumado na lida dos acúleos da vida, lhes perguntou se desejariam ficar alguns instantes com a criança para se despedirem.
Estarrecidos meus amigos ficaram de pé, e encaminhavam-se resignadamente e com muita tristeza estampada em seu semblante, a mostrar na face a dor da alma, até chegarem à porta.
Ao me verem ali, aquela mãe abraçou-me forte e aos soluços começou a chorar, numa tempestade de lágrimas que procediam do fundo de sua alma. Meu amigo, um homem forte, acostumado aos bons combates da existência, naquele instante, combalido pela perda do filho amado, também se refugiou em meus braços e me disse com sentida emoção:
"Muito obrigado por estar aqui!"
Durante o resto da manhã fiquei sentado na sala de emergências do hospital, vendo meu amigo e sua esposa segurar nos braços seu bebê, despedindo-se dele.
Ao depois, refletindo sobre esse acontecimento, que tão pouco me custou para oferecer solidariedade ao amigo, no momento de sua dor pungente, levou-me a concluir que as coisas mais importantes de nossas vidas, muitas vezes são pequenos gestos de amor ao próximo como nos ensinou o Divino Jardineiro.
De fato, se amarmos somente os nossos, o que estaremos fazendo diferente dos Saduceus, dos Fariseus, dos Portageiros, dos Nazarenos, ou dos Terapeutas, como interrogou o homem de Nazaré outrora.
Nada. Absolutamente nada.
O mais importante na vida, amigos, é quando a situação se oferecer para ajudar o próximo e o Senhor da Vida nos convocar sutilmente para auxiliar na obra de amor de Jesus de Nazaré, será dizer como Paulo Apóstolo, na entrada de Damasco, ao ver Jesus resplandecente a perguntar-lhe:
Saulo, Saulo, porque me persegues?
Estupefato, o apóstolo dos gentios caiu de joelhos e sem questionar ou criar contenda mental disse ao Mestre: "Que queres que eu faça".
Vamos também nós, sem questionar, imitar o apóstolo dos gentios, pegar a chave de nosso carro e dizer ao Pai Celestial:
Oh Pai!, que queres que façamos, sem questionar o tamanho da tarefa que a vida nos oferte como provas e expiações, em direção ao reto cumprimento dos deveres, em nome da paz de espírito que nossa consciência anela com sofreguidão.
Em suma:
Afirma nosso personagem que a lição de sua vida deu-lhe três perspectivas de vida.
"A primeira: o mais importante que fiz na vida, ocorreu quando não havia absolutamente nada, nada que eu pudesse fazer.
Nada daquilo que aprendi na universidade, nem nos anos em que exercia a minha profissão, nem todo o racional que utilizei para analisar a situação e decidir o que eu deveria fazer, me serviu para aquela circunstância: duas pessoas receberem uma desgraça e nada eu poderia fazer para remediar. A única coisa que poderia fazer era esperar e acompanhá-los.
Isto era o principal.
A segunda: estou convencido que o mais importante que já fiz na minha vida, esteve a ponto de não ocorrer, devido às coisas que aprendi na universidade, aos conceitos do racional que aplicava na minha vida pessoal, assim como faço na profissional.
Ao aprender a pensar, quase me esqueci de sentir. Hoje, não tenho dúvida alguma de que devia ter subido naquele carro sem vacilar e acompanhar meu amigo ao hospital.
A terceira: aprendi que a vida pode mudar em um instante. Intelectualmente todos nós sabemos disso, mas acreditamos que os infortúnios acontecem com os outros. Assim, fazemos nossos planos e imaginamos nosso futuro como algo tão real, como se não houvesse espaços para outras ocorrências.
Mas ao acordarmos de manhã, esquecemos que perder o emprego, sofrer uma doença, ou cruzar com um motorista embriagado e outras mil coisas, podem alterar este futuro em um piscar de olhos. Para alguns, é necessário viver uma tragédia, para recolocar as coisas em perspectiva.
Desde aquele dia busquei um equilíbrio entre o trabalho e a minha vida. Aprendi que nenhum emprego, por mais gratificante que seja, compensa perder umas férias, romper um casamento ou passar um dia festivo longe da família.
E aprendi que, o mais importante da vida, não é ganhar dinheiro, nem ascender socialmente, nem receber honras.
Ao associarmos nossos pensamentos ao nobre colega, diremos que o mais importante na vida é cultivar o amor fraterno que o Cristo de Deus nos legou, como dádiva a ser vivida em nome da família universal.
O mais importante na vida é praticar as lições do Divino Jardineiro, no jardim de nossas vidas, o amor em plenitude, o perdão das ofensas, a solidariedade, a mansuetude e a indulgência, virtudes que nos conduzirão aos altiplanos celestiais.
Finalmente, o mais importante da vida é a religiosidade, seja qual for a seita que se professe, ter Deus no coração é arrimo para toda a nossa existência, pois dele somos criaturas e Ele não faz "modelitos" mas filhos destinados aos Esplendores Celestes.
Com esses conceitos amigos, anelo que se deixem enternecerem pela linda melodia que acalenta nossas almas, enquanto vamos introjetando essa memorável lição de vida em nossos espíritos, em nome do Celeste Amigo.
Ponto finalizando, recebam nosso ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.