Queridos amigos fraternos.
Bom Dia.
Jesus sê conosco.
Ano novo, vida nova.
Uma das grandes alegrias que enaltecem à vida a que estamos destinados nesse orbe de provas e expiações, é a oportunidade de recomeçar os projetos existenciais, anelando realizar os sonhos que não se tornaram realidade nos proscênios de nossas existências, ensejando ao ser humano que se esforça para manter puro o coração, uma nova proposta de vida, que encetamos a cada ínicio do calendário civil, depois das festas em homenagem ao Divino Governador Planetário.
Esse proceder e esse azo é uma benção que nos concede a Providência Divina, para recomeçar.
Nesse sentir, nos perguntaremos por que ?
Responderei segundo minha convicção, e as experiências hauridas nessa larga vida, com que me contempla o Pai Celestial, no dizer das judiciosas lições do Divino Jardineiro, para que eu possa vivenciar no jornadear das sessenta e cinco primaveras bem vividas, na dor, no sofrimento, nas alegrias e nas tristezas encontradas pela via láctea da existência em direção às estrelas, à Excelência do Amor que nos legou o Homem de Nazaré.
Daí amigos, começar de novo, me faz lembrar da minha infância e dos idos tempos dos bancos acadêmicos.
Os erros e desacertos cometidos na infância e na juventude intempestiva, açodada e preconceituosa. Quando na universidade, apressadamente procurava anotar as aulas que eram ministradas e percebia que os apontamentos que realizava a cada dia pior a letra ficava, pois a azáfama era tanta que a escrita perdia a sua beleza. Então, como sempre fazemos, justificava para mim mesmo. Ah ! Depois eu passo a limpo.
Uma comparação prosaica nos dará o zênite dos pensamentos sobre o tema.
Deus nos dá a cada dia uma folha nova para passar a limpo a nossa história de vida. A cada começo de ano, a oportunidade de reescrever a história de nossas vidas, segundo as experiências hauridas no pretérito, as quais nos deram sabedoria para não errar mais naqueles pontos onde estiolamos nossos projetos de pulcretude.
Trata-se de oportunidade douro para consertar ocorrências vividas na dor, nos erros ou nos desalinhos ou ainda quando constatamos que procedemos mal em momento de desaire com os sentimentos mais puros dalma. Abre-se nesse ensejo, na análise, geralmente realizada no final e ínicio do ano novo, como uma nova chance de reatar amizades, colorir nosso mundo interior, afogar as dores no instrumento da paciência e da resignação através da fé no futuro e na Providência Divina, que sabe tudo o que precisamos para a nossa evolução.
Nessas ocasiões, quando literalmente a humanidade dá um "tempo" nas atividades e o calendário civil reinicia a contagem de tempo em direção ao futuro, permite a contabilidade da vida, retificar os erros pregressos, e acertar os ponteiros dos projetos de nossas futuras realizações e celebrar a festa da vida.
Aos confrades espíritas, o ano novo que se inicia será momento de rara beleza.
No próximo futuro dia 18 de abril de 2007, estaremos comemorando o sesquicentenário da doutrina redentora do Divino Governador Planetário, que veio a lume, cumprindo a sua promessa, pelas penas do augusto ínclito codificador, Hippolyté Leon Dernizard Rivail, na data em comento, quando o espírito de verdade trazia dos túmulos a voz dos chamados "mortos", despertando nossas consciências para a vida além da vida.
Nascia naquela ensanchas, toda a luz que a humanidade necessita para a sua jornada às estrelas.
É certo que 150 anos é pouco tempo para que uma doutrina adentre todos os corações, nos dois planos da vida, de maneira voluntária, consciente e permanente.
Independentemente disso, os alicerces estão fincados nos ensinamentos de Jesus, na pureza dos primórdios do Cristianismo, falando em linguagem simples que todos entendem, calçada na lógica, na ciência que ensina a racionar com justeza.
A fé espírita e, por isso mesmo, raciocinada, atendendo aos mais profundos reclamos da alma humana no concernente ao entendimento da Justiça Divina, que é toda amor, aplicada sempre a nosso favor em termos de progresso espiritual utiliza-se da Lei de Ação e Reação e da Reencarnação para que atinjamos estágios mais avançados de desenvolvimento espiritual.
É verdade que a mídia nos informa todos os dias de atrocidades que ainda se praticam, de maneira individual ou coletiva, nos quatro cantos do mundo, basta se ver o enforcamento de Saddam Hussein, entre outras cizânias.
Não estou fazendo apologia, nem a favor ou contra a pena de morte imposta ao antigo déspota. Contudo a verdade é que a humanidade atola o homem nas ilusões da ambição, dos preconceitos e do poder, em prejuízo de muitos.
Estamos ainda na fase de provas e expiações, no florescer do estágio de regeneração, pois já recebemos as crianças índigos em nosso meio. 0h ! amigos, como seria bom que todos tivessem conhecimento desses espíritos entre nós, como outrora recebemos os exilados da Capela, passando antes pelas mãos do Celeste Amigo.
Daí dizer sobre o desenvolvimento do potencial que cada um carrega dentro de si, na centelha imortal e perfectível que é em verdade seu próprio espírito, evoluindo em seus projetos de vida, de maneira gradual, movido pelo esforço próprio e, muitas vezes, também pelo sofrimento.
As Leis Divinas faz o homem mais feliz e mais preparado, tanto para reparar e equilibrar os equívocos do passado, como para exercitar o amor, a caridade, as virtudes ensinadas e exemplificadas pelo Cristo de Deus.
Por isso, a cada ano renovam-se as esperanças, cabendo anotar nessa oportunidade, a mensagem do poeta inglês Liveston: "Não permita jamais que seus sonhos morram, pois sem eles, nos tornaremos como pássaros de asas quebradas que não podem mais voar".
Imaginem amigos ! Se isso ocorresse em nossas vidas.
Não poder mais voar em direção ao nosso futuro. Ter que abandonar os nossos projetos de um porvir de felicidade. Perder as esperanças. O que seria de uma mãe se perdesse as esperanças de ver o filho formado, ou recuperado de uma doença grave. A concretização da obtenção da casa própria, a compra de um carro novo, a colação de grau, enfim, tanto a conquistar no caminho de nosso progresso.
Oh ! amigos.
A vida é também constituída de sonhos.
Por isso, asseverar como diz a poesia popular que na virada da alegria, quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi uma alma benfazeja, pois industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Sabe-se que doze meses é tempo em demasia, que poderá fazer com que os menos avisados, exaurirem-se e entregarem os pontos. Mas, se houver a renovação do milagre da esperança, o ano novo que se inicia e a vida nova que nos propomos, tudo pode começar de novo, com novos propósitos, novos sonhos, e com a vontade renovada de que daqui para frente tudo vai ser diferente como afirma o poeta Roberto Carlos em sua melodia imortal.
"Daqui para frente, tudo vai ser diferente".
Quem não se lembra do refrão ?
Assim amigos, nesse sentimento de renovação e sob o arrimo do anexo encantador, podemos desejar feliz ano novo aos amigos, para que possamos nos harmonizarmos no bem proceder, na sinceridade que conforta a alma imortal, ao seguir as lições do Divino Galileu, fazendo aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem, ou entregando a túnica, se nos pedissem a capa, quem sabe caminhando dois mil metros se nos quiserem levar pela metade, pois o homem de bem e vocacionado para as questões sublimes da alma, exige tudo de si próprio em detrimento ao homem medíocre que espera tudo dos outros.
Os erros do passado, servem de lenitivo para nossa caminhada, pois quando caímos em desaire o importante é levantar, afinal de contas, são as dores que nos ensinam a gemer.
É irrefutável o conceito de que não são as ervas daninhas que matam a boa semente mas a negligência do lavrador.
Compete a nós a história de vida bem vivida para ser inscrita no livro de nossa existência, pois onde quer que vamos, levamos junto ao nosso coração a nossa história, como Deuses que somos no dizer do Celeste Amigo.
Daí, corrigir nossas faltas e recomeçar o ano novinho em folha é dádiva de vida que o Senhor do Universo nos concede para que possamos dia a dia e hora a hora, transportar, de pouco em pouco uma montanha.
É certo que não poderemos escolher o trabalho a realizar, ao dizer, "Não gosto da advocacia"; "Detesto a medicina"; "Que droga ser serventuário"; "Trabalhar no comércio, nem pensar." Todavia poderemos aceitar as tarefas que nos concede a Consciência Cósmica, e, da mesma forma, não será crível imaginarmos que sejamos tão valiosos, que os outros são menores que nós mesmos.
Por isso dizer: Mantenha nesse ano que começa os pensamentos serenos, pois todas as coisas que existem nesse universo de Deus, possuem a sua beleza, basta saber encontrá-la, mantendo aquecido o coração e os braços abertos, para receber as dádivas que chegam à mãos cheias.
Lembremo-nos do Homem de Nazaré.
No Monte Gólgota, na dor pungente, também pediu ao Pai que afastasse dele o cálice amargo da dor e do sofrimento, mas o seu amor foi maior e de braços abertos rogou por nós.
"Pai Perdoa, eles não sabem o que fazem".
Sempre imagino que o sol dá um espetáculo de rara beleza todas as manhãs, para uma platéia que dorme. Vamos nós outros, despertos pela vida, acender a chama de nosso amor fraterno para que não haja mais injustiça, pobreza, ou solidão, pois a moeda do bem apaga todo o mal produzido na consciência do sono, segundo os ditames da psicologia profunda.
Lembremo-nos nesse ano que começa de novo em nossas vidas, que o dinheiro a ser ganho é bom, pode ajudar a evitar preocupações, mas é perigoso instrumento de soberba, prova difícil de ser enfrentada, e no banco onde repousa, somente mostra número em papel e não se constitui em passaporte para a felicidade.
Ao contrário, pode trazer grandes preocupações aos seus possuidores.
Não se trata de apologia contra os recursos financeiros. Podemos tê-lo, mas o mais importante e saber utilizar em seu benefício e do próximo. Deixai o coração ser o intermediário do amor e ele se constituirá em mercadoria de elevação.
Não podemos olvidar que quando nascemos, ao nosso derredor todos riam de alegria e nós chorávamos pelas provas que deveríamos passar.
Por isso, utilizar bem os recursos de qualquer natureza com que tenhamos sido contemplados é uma boa pedida, pois quando fizermos a grande viagem, todos podem chorar, mas haveremos de carregar em nossas bagagens, a alegria do dever retamente cumprido, rica em experiência, que nos permita parodiar Confúcio, o primeiro e o maior Mestre da Antiguidade, filosófo e teórico político cujas idéias e pensamentos exerceram profunda influência sobre a civilização de toda a Ásia Oriental e cuja judiciosa avaliação da vida, asseverava que:
"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos. Outras há que gargalham de alegria por saber que os espinhos tem rosas"
Assim pensando, a maneira com que vamos enfrentar o ano novo que se inicia, como nova jornada existencial, ditará os nossos destinos.
A opção será nossa, sob os auspícios e os ditames do nosso livre arbítrio.
Com essas considerações, segue o nosso óbulo em seus corações, com a oblata de nosso amor fraterno, que acompanham os votos de um ano novo, contendo 2007 momentos de paz e amor em nome do Cristo de Deus.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.