Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
É melhor poder dar do que necessitar receber.
Lamento dizer que os atavismos que trazemos em nossas almas, sem a educação que se faz necessária a nossa evolução, deixam muitos de nós na retaguarda do primarismo.
Por conta dessa postura anelamos sempre receber sem nada oferecer de nosso amor, de nossa fraternidade ou da nossa solidariedade. Apreciamos receber o carinho de nossos familiares, nossos amigos ou mesmo de estranhos.
A ordem do dia é nos tratarem bem.
Benefícios então nem falar. Adoramos receber aumento de salário, “subir” na vida como se diz na filosofia popular, mesmo que para isso tenhamos que massacrar o nosso próximo.
Para atingir nossos objetivos ignotos vale tudo. Mentir, trapacear, enganar, trair, roubar, furtar, faltar com a confiança que os pulcros de coração nos depositam, em fim, vale qualquer ato de improbidade, desde que alcancemos nossos objetivos.
Há até um aforismo popular para justificar nossa vilania. Dizemos: “Todos os caminhos são validos, desde que nos levem ao sucesso.” Que ledo engano comete àqueles que assim agem.
Não há nada no mundo que justifique o mau proceder. Da mesma lavra dos pensamentos populares há o axioma ensinando que “É melhor ter pouco com Deus do que muito sem Ele”.
Pelas razões da modernidade e da vida agitada em que vivemos o dia a dia, devermos tomar cuidado para não nos deixar cair na esparrela dos procedimentos que entibiam nossos mais puros sentimentos d’alma.
Em cada situação que enfrentamos no dia de trabalho, na família, ou por onde mourejamos, devemos estar atentos para escolher o procedimento retilíneo objetivando a paz de espírito.
É bom entender essa questão muito bem. Não se está fazendo aqui fazendo apologia para que sejamos pródigos, isto é, dê tudo o que possui aos necessitados e depois se torne um dependente social.
Não, mais uma vez, não. Não é isso que se propõe a retórica em apreço. Devemos é administrar com sabedoria os recursos que o Senhor da Vida nos coloca à disposição como compromisso sério.
Dia chegará em que Ele pedirá contas dos bens depositados em nossas mãos. Os filhos que Ele nos confiou para que os colocassem no bom caminho. Os recursos dos amoedados para que fizéssemos a riqueza fluir produzindo emprego, construindo abrigos aos necessitados, amparando a velhice nos asilos, a oferta de roupa aos desnudos.
As pesquisas em busca da cura dos males do corpo físico. O afeto ao nosso próximo. O amor em plenitude como ensinou o Homem de Nazaré. Tudo isso é doação. Amar não é o sexo apaixonado com o qual se leva ao extremo os crimes passionais, mas conjugar o verbo doar em todo tempo, modo e pessoa.
Amor é doação.
Nesse sentir, sempre é melhor dar do que receber. Que doa se tornar credor das bênçãos celestiais. Quem recebe se coloca na condição de beneficiário da misericórdia do Pai Celestial.
Para ilustrar nosso ponto de vista sobre o tema, há uma história que fala muito ao nosso coração a qual nos permitimos narrar aos amigos ao amparo de nossa verve:
Conta-se que certa feita um professor universitário, muito querido e admirado pelos seus alunos em razão de seus dotes de sabedoria, solidariedade e caridade, seus alunos anelando estarem com ele de forma descontraída, propuseram ao mestre escola, darem um passeio juntos numa manhã de domingo.
Aceito o convite, marcado dia e hora, quando caminhavam calmamente por um lindo bosque, os amigos viram no seu trajeto um par de sapatos velhos e calcularam que pertenciam a um homem que trabalhava no campo ao lado e que estava prestes a terminar o seu dia de trabalho.
Um dos alunos, a pretexto de fazer uma brincadeira, disse ao professor: Vamos esconder-lhe os sapatos e nos ocultaremos atrás dos arbustos para ver como agirá o proprietário do sapato e como ficara sua cara quando não os encontrar.
O Professor, um homem nobre de sentimentos não anuiu com os termos propostos, mas valeu-se da oportunidade para modificar a proposta e disse aos seus pupilos:
Meus queridos alunos nunca devemos divertir-nos à custa dos pobres, mas ao contrário, ajudá-los sempre que nos for possível, pois é dando que se recebe. Tu és rico e podes dar uma alegria a este pobre homem. Faremos diferente. Vamos colocar uma moeda em cada sapato e depois esconderemo-nos atrás dos arbustos para ver a reação do beneficiário quando encontrar as preciosas moedas em seus sapatos.
Aceita a nova proposta e todos curiosos com a experiência que a vida lhes oferecia como aprendizes da felicidade, se ocultaramno meio dos arbustos e aguardaram o desenrolar dos acontecimentos.
O pobre homem terminou a suas tarefas diárias e caminhou até aos seus sapatos a fim de calçá-los e voltar para casa. Ao chegar junto dos calçados deslizou o pé direito no primeiro sapato, e ao sentir a presença de um objeto estranho dentro do pé direito do sapato, abaixou-se para ver o que era e encontrou a moeda.
Admirado com a benção de encontrar uma moeda naquele lugar insolito, olhou à sua volta e para todos os lados, mas não via nada nem ninguém. Guardou a moeda no bolso de sua rota roupa e em seguida foi calçar o outro pé de sapato, agora o pé esquerdo. Para sua enorme surpresa encontrou outra moeda valiosa.
Pobre, esfarrapado, com a família doente, diante desses acontecimentos inesperados, os sentimentos de nosso personagem emocionaram-no, fazendo-o verter lágrimas de alegria.
Com esses sentimentos dalma, o pobre homem pôs-se de joelhos, ali sobre a terra onde trabalhava honestamente para ganhar o pão nosso de cada dia, como propõe a oração dominical e levantou os olhos ao céu, e em voz alta externou o que lhe ia no imo de sua alma dizendo:
Pai de amor e bondade, tu sabes que minha esposa esta doente e não tenho recurso para os remédios. Os filhos pequenos ainda não conseguem nos ajudar como necessitamos. Até o pão do dia nos falta. Contudo Senhor, tu nos colocaste pela sua misericórdia uma mão amiga generosa e desconhecida para nos ajudar a não morrermos de fome. Obrigado meu pai.
Presenciando essa cena, no esconderijo dos arbustos, os estudante ficaram profundamente sensibilizados e de seus olhos verteram lágrimas de piedade, de amor, enchendo seus corações de sabedoria, em razão da solidariedade que praticaram.
O professor, valendo-se da oportunidade e diante da emoção de todos quantos participaram daquela experiência de vida em nome do amor do Divino Jardineiro, questionou seus alunos perguntando:
E agora amigos, o que aprenderam com as lições que hoje a vida nos facultou? Agora mestre, responderam os alunos: Apreendemos uma lição que jamais iremos esquecer: É melhor dar do que receber.
É isso amigos. Sempre temos o que oferecer ao nosso próximo. Há algum tempo tenho oferecido aos amigos fraternos, a minha palavra, meus conceitos e minha fé. Em troca, tenho recebido o carinho, a solidariedade e o amor que vocês espraiam em minha direção. Deus permita que possamos continuar nessa amizade lhanoza pelo resto de nossas vidas.
Com essas considerações, ao som da melodia carinhoso, segue nosso beijo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli.