Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
Saudades.
A natural azáfama para cumprir os compromissos da vida que o reto proceder deseja de cada um dos filhos de Deus, com honrosas exceções, faz com que deixemos passar desapercebido significativos momentos de nossa existência.
Quantos de nós há muito não lança o olhar para as estrelas. Na época dos bancos escolares, apreciava ficar olhando a constelação do cruzeiro do sul. Como ela é linda. Fornada em cruz de luminifero brilho, tem um diminuta estrela no pé esquerdo que chamávamos de "intrometida", codinome que lhe demos por aparecer na cruz sem sentido aparente, no encantador quadro formado pelas estrelas do firmamento na constelação do cruzeiro do sul.
Inadvertidamente sonegamos uma palavra de conforto aos nossos ente queridos quando eles estão estiolados nos seus mais profundos sentimentos dalma. Quando não, de dentro de nosso automóvel, atentos ao trânsito, não percebemos a beleza das flores ou dos jardins por onde passamos ou as árvores que se vestem em tonalidades mil para embelezar esse planeta construído inteirinho para nós, filhos da Providência Divina, com o objetivo de realizar as provas e pagar os débitos contraídos em pretéritos de desalinho no caminho de nossa evolução.
Não raras vezes, irmãos nossos em compromissos pesados de resgate por essa terra de Deus, suplicam nosso apoio nos semáforos da vida, buscando uma côdea de nosso amor, por pequenas moedas e não conseguimos abrir o vidro do carro com um leve toque no botão que nos permitiria ser solidário com o necessitado, cumprindo a lei de amor que o Divino Jardineiro nos trouxe para iluminar nossa jornada terrena.
Nossos pais, não todos é verdade, no anoitecer da vida, recebem como prêmio pela sua dedicação, carinho e amor que nos dedicaram durante longos anos, em geral, mais de 10 lustros, recebem a internação em lar de idosos ou asilos, onde segundo nossa vã filosofia, "são bem tratados".
Oh! que lástima amigos.
Nessas horas, a melancolia não raro toma conta de nossa alma. É aquela saudade da pátria espiritual. Tudo está bem. A família goza de plenitude, o serviço vai bem obrigado, a saúde agradece e não sabemos porque, ou de onde vem o sentimento que entibia nossos dias com a tristeza.
É no livro da vida, luz que o Mestre Jesus nos enviou para iluminar nosso espírito que se esclarece esse estado dalma dizendo que a melancolia que toma conta de nossas vidas é a saudades da pátria espiritual de onde procedemos.
De fato, no capitulo V, item 25 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" se colhe a mensagem iluminativa de François De Genève, Bordéus que transcrevemos "Ipsis verbis":
"Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes dos vossos corações e vos faz achar a vida tão amarga? É o vosso espírito que aspira à felicidade e à liberdade e que preso ao corpo que lhe serve de prisão, se extenua em vãos esforços para dele sair. Mas, vendo que são inúteis, cai no desencorajamento , e o corpo , suportando sua influência, a languidez, o abatimento e uma espécie de apatia se apoderam de vós, e vos achais infelizes".
Por essa razão amigos, todas as pessoas, todas as coisas que o Senhor da Vida, nos oferece e passam pelas nossas vidas deixam as suas marcas num ir e vir infinito. Quando nosso coração está brando como Ele nos ensinou, muitas permanecem porque doamos nossos corações para entrar em sintonia com a nossas almas.
Outras, pessoas ou coisas, se vão mas serviram de espeque para o precioso e grande aprendizado. Não importa que tipo de atitude tivemos com elas diante da realidade da vida, o aprendizado pelo amor ou pela dor permanece com cada um dos filhos da Consciência Cósmica.
Com as pessoas vaidosas e orgulhosas aprendemos que devemos ser humildes e com as carinhosas e atenciosas aprendemos a ter gratidão. Com as pessoas duras de coração teremos que exercitar a lição do Divino Rabi da Galileia, e oferecer o balsamo do perdão que ele notabilizou no madeiro infame da cruz da dor para nos dar o exemplo de vida.
Há também muitas pessoas que passam pelas nossas vidas, cuja convivência aprendemos a Amar de forma variada porque o amor tem diversas cores e tonalidades. Por essa razão, aos amigos aprendemos a tratá-los com dedicação, com carinho, com atenção.
Na família, oficina de trabalho para o enobrecimento do espírito aprendemos a mansuetude, a paciência, o amor na excelência da palavra, a dedicação e a solidariedade. Sofremos suas dores, e nos alegramos nas suas vitórias.
É assim o método da vida para nos ensinar, na convivência, na alegria, na tristeza, na solidariedade, na caridade, no amor e na prática da lei de justiça. Apreendemos com a vida, bem vivida, colorida e consentida. Mas a dificuldade é que não aprendemos ainda a lição de como conviver ou reagir com a SAUDADE que algumas pessoas deixam em nossos corações.
Imagino que a saudade pode ser tratada com uma imensa dose de amor e confiança na Providência Divina de que em breve porvir estaremos com eles. Vivendo o amor em plenitude, sabemos que os que partiram na grande viagem, pelos laços do amor, permanecem ligados com seus ente queridos.
Com essas considerações, segue nosso beijo em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de uma ótimo fim de semana, em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.
anexo do texto
A Saudade que Fica...
Marilene Laurelli Cypriano
Todas as pessoas que passam pelas nossas vidas deixam as suas marcas num ir e vir infinito.
As que permanecem
É porque simplesmente doaram seus corações para entrar em sintonia com a nossas almas.
As que se vão
Nos deixam um grande aprendizado...
Não importa que tipo de atitude tiveram, mas com elas aprendemos muito...
Com as vaidosas e orgulhosas aprendemos que devemos ser humildes...
Com as carinhosas e atenciosas aprendemos a ter gratidão...
Com as duras de coração aprendemos a dar o perdão...
Com as pessoas que passam
pelas nossas vidas aprendemos
também a Amar de várias formas...
com amizade, com dedicação, com carinho, com atenção, com atração, com paixão ou com desejo...
Mas nunca ninguém nos ensinou e
nunca aprenderemos
como reagir diante da "SAUDADE"
que algumas pessoas deixaram em nós.