AS RECLAMAÇÕES DA VIDA E A LUZ DE SEUS OLHOS.
É inexorável que as criaturas de Deus, quando em momento de reflexão não se questionem a razão que leva algumas pessoas a reclamar de tudo. Conhecemos pessoas com esse caráter, não há dúvida e absolutamente não as censuramos, pois cada um dos filhos da Divindade tem o seu momento de elevação espiritual. Contudo, no caso em apreço, pesa o fato do por que desses nossos irmãos adotarem essa postura destrutiva.
Os pensamentos, os atos e as atitudes são forças vivas da vida. Por essa razão o Mestre Jesus exortou que vigiássemos e orássemos. Escusem-nos os que contraditam essa realidade, mas não há razão para se apegar a postura em desalinho, quando a cada momento nasce, mesmo nas desditas uma chance de se apegar ao que a vida oferece para o nosso crescimento.
Alimentar a mente com bons pensamentos, fortalecer o espírito na fé e postar-se com confiança na Divindade pelo instrumento da oração certamente fará com que as reclamações cedam lugar aos momentos preciosos que a vida nos oferece.
Quando uma catástrofe ocorre, como o VÔO 447 da Air France, não há tempo para mais nada, senão chegar ao nosso destino na pátria espiritual somente com aquilo que construímos. De fato, nada se leva do nosso jornadear por esse planeta, senão aquilo que construímos ao longo de nossa existência, pois as criaturas de Deus são filhos de suas obras.
Em verdade amigos, para muitas das almas em desalinho encontrarem as respostas dos por quês das reclamações, nas condições de rebeldes sem causa, será sempre uma difícil tarefa. Chega a ser impressionante a quantidade de pessoas que estão sempre a reclamarem de alguma coisa, do tempo, da falta dele, dos recursos, da impossibilidade de realizar uma viagem, enfim, não faltam pretextos.
Fazem-se vítimas das próprias atitudes e vivem como um número sem expressão. Jamais se arriscam a mudarem a rota de seu proceder. Os vícios da porta larga permanecem. Nenhum esforço da parte dos que reclamam se faz sentir para a reforma íntima.
Continuam fazendo tudo igual, como se fossem máquinas de reclamações e deixam a vida passar sem sentirem o grandioso e imenso amor do Criador pela suas Criaturas, segundo os ditames da questão 963 de “O Livro dos Espíritos”.
Essas pessoas, quando recebem sugestão para lerem um livro, têm a resposta na ponta da língua. Não tenho tempo para ler, não obstante não percam um capítulo das novelas em voga. Se forem convidadas para um passeio, o desinteresse se faz acompanhar de pretextos, cujas dificuldades, quando verdadeiras, serão facilmente solucionadas pelo instrumento da vontade, mola propulsora que impulsiona o ser humano na realização de seus desejos.
Não se esta por esses pensamentos fazendo apologia de que não existam situações verdadeiramente impeditivas para situações desse jaez. Claro que não. Esse não é o objetivo dessa retórica. O fato que milita contra quem se queixa da vida é a impertinência de que se revestem para não modificarem seus comportamentos em desajuste com a conduta proba e lhanosa que honra os filhos do Senhor da vida.
Sem a intenção de criar um doesto, é possível se especular que talvez reclamar já tenha se tornado um hábito tão corriqueiro na vida dessas pessoas que elas nem se dão conta do quanto envelhecem e deixam escapar a delícia que é compartilhar boas idéias e momentos de alegria.
Por conta desse proceder, perdem as melhores oportunidades de bem viverem. Deixam escaparem por entre os dedos das mãos, a vida, bela, colorida e consentida. Não se permitem sentirem o aroma do mar, ver as estrelas nas noites primaveris. Não se apercebem do sorriso estampado no rosto daqueles que se alegram e agradecem ao Pai Celestial, cada oportunidade de trabalho, de passeio, de alegria ou de tristeza, componentes da cesta básica de nossa trajetória por esse planeta de provas e expiações.
Cada um dos filhos da Providência Divina vê com os olhos de seu espírito a vida em sua beleza inenarrável, pelas flores, autógrafo do Criador, colocado no altar da natureza para brindar a nossa existência bela, colorida e consentida.
Carlos Drummond de Andrade poeta de sentida emoção, ao olhar para uma pedra, fez dela um poema. "No meio do caminho tinha um pedra. Tinha uma pedra do meio do caminho". Sugere o poeta imortal que sobre o tema, muitas reflexões podem ser feitas. A força para vencer as dificuldades. A necessidade dos filhos de Deus encontrar o verdadeiro caminho para os altiplanos celestiais. O esforço que cada criatura de Deus deve desenvolver para vencer as suas provas e expiações.
É assim que cada um vê a vida pela luz dos seus próprios olhos. O Homem de Nazaré lecionou sobre o tema em apreço. Bem aventurados os que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. A chuva abençoada que cai, saneia a atmosfera e auxilia a lavoura na produção dos bens indispensáveis para nossa sobrevivência, para os que têm os olhos abertos para enxergarem a bondade do criador.
Para àqueles que têm olhos, mas não enxergam, a chuva não passa de um abrolho, um empecilho em suas vidas. Atrapalha seus negócios e torna o trânsito infernal. O sol é benção do Senhor da Vida para os que vêm a generosidade da Providência Divina, enquanto para os que tem olhos mas não enxergam, o sol não passa de um tormento em suas existências capaz de provocar calor insuportável.
Nesse sentir d’alma se porventura, vez que outra nos surpreendemos nesse estado d’alma, tomemos uma atitude ativa e vamos iniciar a mudança pelos pensamentos, força viva da vida.
Em nada contribui ficarmos inertes diante da realidade que nos cobra uma atitude ativa. Se não souber o que fazer, se permita sorrir, descontrair, brincar. Jamais olvide que o Pai Celestial cuida de todas as suas criaturas e nada, absolutamente nada nesse mundo de Deus, fica sem a sua proteção e amparo.
É o que se conclui da questão 963 em foco, no corpo dessa dialética e das lições do Divino Jardineiro, na prédica para olharmos os pássaros e os lírios do campo. Eles não tecem e nem fiam, mas nem Salomão no esplendor de sua glória vestiu-se como eles.
Com essas considerações, em nome dos ideais perseguidos para o nosso progresso nessa vida, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da amizade universal, com votos de um ótimo fim de semana na paz de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.