Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
OS OLHOS AZUIS.
Uma das grandes dificuldades que os filhos de Deus enfrentam no seu jornadear por esse planeta de provas e expiações, em direção às estrelas é a falta de fé. Sua ausência em nossos corações pode ser considerada como falta de confiança na Divindade.
Por essa razão, quando nos ligamos em oração com o Senhor da Vida e a Ele pedimos a realização de algum desejo, se por ventura nosso pleito não é atendido, nos tornamos descrentes. Desacreditamos em seus poderes e chegamos mesmo a imaginar ser possível conjecturar que ele não sabe o que faz.
Onde já se viu? Nesse mundo de Deus há pessoas bem postadas na vida. Tudo o que desejam acontece. Parecem o Rei Midas da mitologia grega. Em tudo que tocam vira ouro. De outro lado, inúmeras são as pessoas não somente desprovidas dos recursos básicos, mas também da saúde do corpo físico, quando não recebem no lar um filho com idiotia.
Oh! Meu Deus, Quanta desgraça a nossa volta. Os miseráveis de todo o gênero e espécie estão em todos os lugares desse planeta sob a governança do Divino Jardineiro.
O que será de nós? Incontáveis situações de vida existem entre os filhos da Consciência Cósmica estiolando os que têm sede de saber, a ponto de ficarem admirados de verem tantas disparidades, quer na sociedade contemporânea, como nos proscênios da história da humanidade.
S
eria despiciendo enumerá-las. Mas o fato é que, quando não recebemos o objeto de nossos desejos pedido em oração fervorosa, via de regra exclamamos contra os poderes da Potestade dizendo:
“Eu não mereço, Deus não me ouviu”. “As coisas para mim nunca dão mesmo certo”. “Não sei por que vim a esse mundo” e por ai caminham as incontáveis reclamações contra o Criador, sinalizando que o mundo está desgovernado.
Que curta visão e pouca fé têm os que procedem dessa maneira. Na casa de meu pai tem muitas moradas e bem aventurados os aflitos propôs o Homem de Nazaré.
Temos a eternidade de nossas vidas e o Universo como dádiva da Providência Divina. É preciso decodificar as respostas às nossas preces. Nem sempre nossas solicitações chegam da forma, do modo ou na hora que desejamos. Isso, todavia não nos dá o direito de se revoltar contra a Divindade ou duvidar de sua Onipotência, Onipresença e Onisciência.
Por essas razões, conta-se a história de uma linda menina de três anos de idade chamada Emy. Ela morava em linda vivenda em frente ao mar. Sua família era católica e todos os domingos freqüentavam a igreja de sua devoção e rezavam em família.
As bênçãos da divindade à família eram magnânimas e todos se sentiam felizes. Emy que amava muito a sua família, tinha, contudo, uma paixão e verdadeira admiração pelos olhos azuis de seu pai, de sua mãe e de seus irmãos.
T
odos na sua família eram portadores de olhos azuis, menos Emy que inexplicavelmente tinha olhos castanhos e isso a intrigava. Um dia ouviu na missa o pároco dizer que Deus responde a todas as orações.
Como seu sonho era ter olhos azuis, brilhando com o sol sobre o mar, resolveu-se por pedir na sua prece ao Pai Celestial que lhe concedesse essa graça para completar a sua vida de felicidade.
À noite, na hora de dormir, ajoelhou ao lado da sua cama e orou na simplicidade e na pureza das crianças: "Papai do Céu, muito obrigada porque você criou o mar que é tão bonito. Muito obrigada pela minha família. Muito obrigada pela minha vida. Gosto muito de todas as coisas que você fez e faz. Aproveito para pedir, por favor, quando eu acordar amanhã, quero ter olhos azuis como os da mamãe. Em nome de Jesus, amém.“
Ao acordar no dia seguinte, esperançosa correu para o espelho, olhou bem nos seus olhos e qual não foi a sua surpresa. Seus olhos continuavam castanhos.
Meu Deus! Exclamou. Por que não ouviu as minhas preces. O padre disse que tudo o que pedíssemos com fé nos seria concedido.
A menina ficou constrangida, não compreendia a negativa de seu pedido, mas passado algum tempo imaginou na docilidade infantil e na sua fé que provavelmente o Não também poderia ser uma resposta de Deus diante dos seus desígnios e os propósitos futuros de seus filhos.
O
tempo passou célere como uma flecha ligeira. A menina esqueceu-se desse episódio e seguiu sua vocação religiosa. Seu coração amoroso a conduziu a ser missionária na Índia.
Na prática do amor que abrigava em seu coração, lá chegando no seu missionato, constatou a miséria que assolava aquele país naquela época, quando muitas crianças eram vendidas pelas famílias sem recursos, sacrificando as suas vidas inocentes.
Imbuída de imenso amor pelo próximo, diante do quadro estarrecedor que a vida lhe propunha, arregaçou as mangas e passou a dedicar-se a “comprar crianças para Deus", libertando as pobres criaturas desse sacrifício.
Para adentrar nos “templos” da Índia, sem ser reconhecida como estrangeira, precisou se disfarçar de indiana: Decidiu-se por betumar o corpo físico, cobriu os cabelos, vestiu-se como as mulheres do local e assim entrava livremente nos locais de venda de crianças. Realmente Emy travestida em indiana conseguia caminhar tranqüila em todo "mercado infantil".
Certo dia, uma amiga que conhecia bem sua família, e também missionária como ela, nas tarefas redentoras do Cristo de Deus, olhou para ela disfarçada, e travestida de Indiana e disse-lhe exclamando:
"Meu Deus Emy! Já pensou querida, como você faria para se disfarçar de Indiana a fim de realizar esse trabalho de benemerência na liça de Deus, salvando essas crianças, se você não tivesse olhos castanhos?
O
senhor da vida, Onipotente, Onipresente e Onisciente, quando não atende nossos pedidos feitos nas preces e na hora é porque Ele tem outros planos para cada uma de suas criaturas.
O não também é resposta. Às vezes, resposta mais difícil de dar diante de nossa ansiedade. Por essa razão, devemos olhar a vida a longo prazo. Somos eternos e no tempo certo, o Sentimento Divino nos oferecerá tudo o que precisamos e não tudo o que queremos. Jamais nos faltarão os recursos que sejam destinados ao nosso crescimento e a nossa elevação espiritual.
O Senhor do Universo é Pai de Amor e de bondade. Ele está no leme de nossas vidas. Se tivesse dado a Emy os olhos azuis, certamente inviabilizaria o seu projeto futuro de missionária.
Nossa personagem quando questionada pela amiga missionária, deu-se conta dos acontecimentos da ribalta de sua existência e pode compreender os desígnios do Criador.
A Consciência Cósmica conhece cada lágrima que já rolou do canto dos nossos olhos. Ele sabe que, talvez, você quisesse ter olhos de outra cor e Ele ouve todas as orações.
Nesse sentir, não carece chorar se seus olhos continuam castanhos ou se você ainda não foi atendido como gostaria.
DEUS TEM O CONTROLE DE TUDO.
Com esses sentimentos dalma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, com votos de um final de semana com muita paz em nome de Jesus de Nazaré.
Do Amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli