Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
O BARULHO DA CARROÇA.
Uma das preocupações dos seres humanos no seu jornadear pelo planeta de provas e expiações se dá em razão de sua comunicação. Há pessoas que para exprimirem seus pensamentos, isto é, transformá-los do campo imaterial para o material com o objetivo de se fazer entenderem, de se compreenderem ou ainda de se imporem, dando ordens e comandando aos que estão entibiados pelas provas da vida, valem-se da verve pesada e amarga.
Há uma história renovada nessa semana, por uma amiga fraterna que não poderia olvidar de dividir com vocês por tão bem sintonizar-se com o tema que desejamos desenvolver para nossa reflexão. Em síntese apertada, diz a lição de vida, que certa manhã um sábio convida seu filho, aprendiz da vida, para um passeio no bosque.
Lá chegando, diante do silêncio da mata, ouvindo o som da natureza, indaga o ancião ao filho se ele além do canto dos pássaros estaria ouvindo outros sons.
O aprendiz da vida, depois de auscultar com atenção o som da natureza, disse estar ouvindo o barulho de uma carroça. O sábio respondeu-lhe que ele conseguira captar o som que destoava do silêncio da natureza. Todavia, afirma-lhe o ancião: você está certo, mas trata-se de uma carroça vazia. Admirado, o aprendiz questiona ao pai: mas, como, pai, pode o senhor afirmar, sem ver se a carroça está vazia ou contém carga de qualquer natureza?
O sábio senhor respondeu-lhe sem nenhuma dúvida:
As carroças, quando estão vazias, fazem muito barulho. Quanto mais vazia, mais barulho produz. Ao depois comprovaram a assertiva do ancião.
Aplicado esse conceito nas experiências do dia a dia, constata-se que as pessoas que falam muito alto, que bradam e fazem da palavra um exercício de comando e despotismo, via de regra, estão vazias por dentro.
N
ão há necessidade de gritar para intimidar os subalternos ou para estiolarem os que já estão nas dores das provas. O amor é palavra de carinho e o lenitivo sacro santo que cura as feridas.
Não há na história da vida do Homem de Nazaré nenhum episódio de fúria ou de violência. Há, sim, momentos em que o Mestre careceu de ser forte como no episódio dos vendilhões dos templos, mas jamais se soube de qualquer registro de violência de sua parte.
Sua palavra sempre foi doce, meiga, sincera e consoladora. Os que O seguiram por amor, também elegeram a não violência como postura de vida.
O pastor negro dos EEUU, Marther Luter Kink Junior e o caso de Mohandas Karamchand Gandhi, este último libertou a Índia do Julgo dos Ingleses pelo exercício da não violência, oferecem bem o tom do amor em plenitude.
Não será, pois, muito difícil identificar na hora as carroças vazias da vida quando nos deparamos com uma pessoa falando sem pensar, falando demais e em hora inapropriada quando não retirando a palavra daquele que a utiliza com sobriedade respeitando o direito de outrem.
Há pessoas que intimidam a outrem quando gritam para se fazer entender, são inoportunas, prepotentes, interrompem a conversa de todos que a cercam. Parecem que sabem tudo e que a razão e a sua versão são verdades absolutas, que não comportam contradita.
São as carroças vazias da vida.
Não devemos dar atenção ao seu barulho ensurdecedor, pois seu conteúdo não passa de uma retórica sem fundamento e sem propósito a não ser dar o falso brilho da vaidade de que é detentora.
Por essa razão, é no silêncio d’alma que nos encontramos como ser imortais, filhos da Providência Divina, criados para alcançarmos os páramos celestiais depois das provas e expiações como passaporte para a morada da felicidade proposta pelo Divino Jardineiro quando enunciou: “Na Casa de Meu Pai há Muitas Moradas.”
Vale, pois, considerar que é no silêncio que se mantém os segredos da vida e o som mais aprazível de se ouvir é o som que vem das profundezas abissais de nossas almas.
E
sse silêncio agradável, devagar e lentamente vem ganhando espaço dos recônditos de nossos espíritos falando da paz, da esperança e das bem aventuranças lecionadas pelo Cristo de Deus quando em sua viagem por esse planeta de provas e expiações em missionato de amor.
Para gáudio da humanidade muitos ouvem o silêncio da oração e cantam a canção da alegria pela vida bela, colorida e consentida em seu ambiente de trabalho e se deleitam nos segredos do silêncio em que contemplam o trabalho que realizam com alegria.
Com esse proceder, logram êxito em alcançar a maestria dos sons do mundo extracorpóreo, onde os sons do mundo se apagam para cederem lugar às belezas do mundo espiritual.
É nesse estado de “Nirvana” como nominam os Indianos, que toda a vida se transforma em meditação, na qual se pode contemplar o Divino.
É no silêncio d’alma que apreendemos que tudo na vida é benção e não há luta sem dor e nem existe a dor sem a luta. Da mesma sorte, a preocupação faz parte das experiências da existência para de adquirir a experiência que irá sedimentar nossa carta de alforria para os esplendores celestes.
Respiremos, pois, o perfume de cada flor e voemos como os pássaros buscando beleza e a sabedoria em tudo que o Senhor da Vida criou. Quando atingirmos esse estágio de silêncio interior, nossa alma desfrutará da vida em plenitude.
Respiremos, pois, o suave perfume de Jesus de Nazaré, a essência de Nardo, e ao respirarmos longa e profundamente na simplicidade da existência tão plena de energia, de amor e de fraternidade nos integraremos ao Universo do Onipotente, Onisciente e Onipresente.
Ao respirarmos profundamente em busca de nossos sentimentos mais puros d’alma, sentiremos a alegria de conhecer o Senhor do Universo, fazendo-nos mover com perfeição pela estrada da vida, convictos de que somos filhos da Divindade. Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações em nome da oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli