Queridos amigos fraternos.
Bom dia.
Jesus sê conosco.
O Dia de Finados.
Estamos vivendo novamente o dia de Todos os Santos, mais precisamente no dia 1º de Novembro e no dia que se lhe segue, dia dois de novembro o chamado dia dos "mortos", ou o dia de Finados.
Trata-se, em verdade, da efeméride da celebração do dia da vida eterna, porque se homenageia as pessoas que já fizeram a grande viagem, ou na linguagem popular, já faleceram, resultando ser esse o dia dedicado ao amor, porque amar é sentir que aqueles a quem devotamos nossa estima jamais morrerão.
Celebra-se assim a vida cristã, vida essa que simboliza a comunhão íntima com a Divindade agora e para sempre. Historicamente, desde o alvorecer da era cristã se criou o hábito de visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram.
Foi sob os auspícios dos chamados Papas Silvestre II, João XVIII em 1009 da era cristã e Leão IX que a fé religiosa criou o dogma da reza pelos mortos, no dia 2 de novembro, o dia seguinte da festa de Todos os Santos.
É assim que no dia de Todos os Santos, a celebração é dedicada aos que morreram em estado de graça e não foram canonizados, enquanto que no dia de Finados é dedicado aos que morreram e não são lembrados na oração dominical.
Fatos históricos a parte, a questão em apreço é que ao utilizarmos o passaporte para o além, na grande viagem, recordamos também dos que morrem todos os dias de orgulho, na ignorância, na fraqueza dos sentimentos dalma, e nos vícios de toda natureza.
Esses renascem no outro dia sem terem alcançado os esclarecimentos da vida além da vida. Esse morrer é como se morresse a semente pelo nascimento da flor, que outra lhe dará, pois o homem na viagem comemorativa do dia dos Mortos nasce para Deus, como se a anunciar que em toda morte há vida nova.
A tristeza não é a partida dos entes queridos. Tristeza é ver gente morrendo por antecipação, de desgosto e de solidão, matando-se no fumo, na bebida, nos maus procedimentos, acabando com a vida devagar e lentamente, pois essa gente vai morrendo um pouco a cada dia que passa sem aproveitarem a bendita oportunidade da reencarnação.
Por isso, asseverar que a efeméride desperta em nós o desejo de abraçar os que partiram e outra vez, rasgar o infinito para descobri-los.
Temos vontade de retroceder no tempo para assegurar a vida, porque a ausência é a falta de forma para se tocar os que partiram, pois o espírito é composto de matéria quintessenciada, mas a presença do ente querido se pode sentir se comunicando conosco na intimidade de nossas almas.
Quiçá, não seja por outra causa que o ideário do Padre Juca onde se dessedentam nossos pensamentos, irá dizer em linhas gerais que:
"Essa lágrima cristalizada, distante e intocável, essa saudade machucando o coração, esse infinito rolando sobre a nossa pequenez, e esse céu azul e misterioso simboliza aqueles que já partiram e que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida. Foram para o além deixando este vazio inconsolável que a gente às vezes disfarça para esquecer. Deles guardamos até os mais simples gestos.
Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes. A lembrança dos dias alegres daquela mão nos amparando, daquela lágrima que vimos correr, da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever novamente aquele rosto. Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias. Essa prece diz tudo. Esse soluço que morre na garganta, e há tanta gente morrendo a cada dia sem partir.
Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós. Essa lembrança dos que foram para a eternidade. 0h ! Meu Deus. Que ausência tão cheia de presença. Que morte tão cheia de esperança.
Assim amigos, com arrimo nesse ideário poema e como na vida nada acontece por acaso, mas por uma causa, o certo é que a efeméride é a celebração da vida eterna, porque o Senhor da Vida nos concede o que necessitamos e não aquilo que desejamos.
Vale sonhar que se um dia acordássemos e encontrássemos ao lado de nossa cama um lindo pacote embrulhado com fitas coloridas, provavelmente o abriríamos antes mesmo de nossa higiene matinal, para saciar a curiosidade.
Mas, talvez encontrássemos ali algo que não gostássemos. Nesse caso, guardaríamos a caixa, pensando o que fazer com o presente aparentemente inútil. No dia seguinte nova cena e nova caixa, com nova sede de abri-la com sofreguidão, resultando encontrar um objeto de nossa predileção.
Uma lembrança de alguém distante, uma roupa que nos encantamos na vitrine no dia que nos antecedeu ou a chave de um carro novo, um ramo de flores demonstrando o afeto de alguém que nos tem apreço.
Que bom amigos. A vida é isso mesmo. Todos os dias recebemos um pacote embrulho com alegrias e tristezas.
Não sabemos o que vai nos acontecer nas horas que se seguirão no nosso dia a dia e hora a hora, mas a Providência Divina nos convida a oração matinal e a confiança nos seus desígnios para celebrarmos a vida, bela, colorida e consentida, pois somos eternos e quando acordamos encontramos nossa caixa de presente pronta para as provas e as expiações.
É na verdade uma caixa de presente surpresa enviada por Deus, contendo um dia inteirinho para utilizarmos da melhor forma que o nosso livre arbítrio escolha.
Não podemos esquecer de que muitas vezes nossos dias vêm cheio de problemas a resolver, uma doença a enfrentar, uma partida a experimentar, uma dor pungente de uma separação material, coisas que não conseguimos resolver, tristezas, decepções.
Outras vezes o nosso dia vem repleto de boas surpresas, alegrias, vitórias, notícias alvissareiras, conquistas que nos ofertam o doce perfume da vida.
Na alegria ou na dor, o mais importante é que todos os dias Deus prepara para nós, enquanto "dormimos", com carinho o presente do dia seguinte, com fitas multicoloridas para que possamos acordar com um PRESENTE.
O presente do verbo presentear no nosso tempo presente, não será o que queremos, o que mais nos agrada, ou que melhor atenda a nossa vaidade, o nosso egoísmo.
Contudo, tenhamos certeza que será o presente que atende nossas necessidades de progresso. Será o mimo que nos coloca na linha da generosidade, da caridade, do bem servir e que nos sirva de arrimo para o nosso crescimento, moral, ético e espiritual.
Convém nessas oportunidades atentarmos para a recepção que daremos ao PRESENTE DA DIVINDADE, recebendo-o com amor, resignação e alegria, porque Deus não comete enganos na remessa de seus presentes.
Se não veio hoje o presente que estávamos esperando, certamente é o exercício da paciência que nos dará a oportunidade de aguardar o novo alvorecer trazendo aquilo que acalentará nossos corações em busca da felicidade.
Com essas reflexões, segue nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de que a passagem do dia de Todos os Santos e do Finados seja, em verdade, a Celebração da Vida em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli