Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
A VIDA ALÉM DA VIDA.
Umas das questões de relevo na vida dos filhos de Deus e que tem intrigado a humanidade desde todo o sempre, professem eles qualquer das mais de 4.000 religiões espalhadas nesse planeta de provas e expiações, é o que acontece depois da morte.
Por mais que se queira negar, todos sem distinção de credo, raça ou cor, no estertorar da vida física e no anoitecer da existência, mantém no cofre sagrado do coração a esperança de encontrar o mundo de seus sonhos.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capitulo IV, - Ninguém Pode Ver o Reino de Deus Se Não Nascer de Novo - página 67 encontrarmos subsídios para sedimentar nossa ânsia de saber.
Em síntese apertada há quatro alternativas para o futuro do homem além túmulo. A primeira delas é a teoria do niilismo, a doutrina do nada, sob os conceitos dos materialistas que aceitam que depois do sepulcro tudo se acaba e nada mais resta ao ser humano.
A segunda teoria é a panteísta. Sob essa égide, depois da morte somos absorvidos pelo todo universal e assim retornamos a um mesmo ponto ao qual fazemos parte sem qualquer possibilidade de progresso.
A terceira teoria é a que admite a individualidade do ser humano, mas fixa-lhe em definitivo a sua sorte, sob os ditames da Igreja, podendo ser interpretado que depois da vida, nosso destino será o céu ou o inferno também conhecido por purgatório.
A quarta teoria é a que admite a individualidade do ser humano com a possibilidade de progresso indefinido. É a teoria espírita. De fato, nessa vertente justificam-se as diferenças encontradas entre os filhos da Providência Divina.
Uns nascem em berço de ouro e outros na pobreza franciscana. Alguns gozam de saúde e outros padecem de doenças que lhes estiolam as forças físicas ou mentais. As riquezas materiais parecem ser distribuídas de forma injusta e com caráter de privilégios.
Não nos deixemos enganar pelo livre pensar. Quem se der o cuidado de examinar a vida de Jésus Gonçalves, irá constar ter sido ele no pretérito, Alarico, Rei dos Visigodos, e sob suas ordens seu exercito esmagou Roma no inicio do século V. Devastou a Grécia e a Itália. Praticou atrocidades de todo gênero. Ceifou vidas, promoveu aleijões em suas vitimas com requinte de crueldade e sadismo.
Desencarnado defronta-se na pátria espiritual com o horror de seus crimes. Suplica misericórdia e com a aprovação das esferas espirituais, recebeu nova oportunidade como individualidade das criaturas de Deus.
Volta à Terra, desta feita, no ano de 484 D.C, na vestimenta de Alarico II, governando no mesmo lugar, pelo poder da força e do terror. Morto na batalha de Vouillé, próximo da França no ano de 507, viria ressurgir como individualidade, trazendo n’alma todo o cabedal dos conhecimentos evolucionista adquirido na dor dos atos praticados em razão da Lei de Causa e Efeito.
No século XVI/XVII, sua alma atormentada renasce na França recebendo na pia batismal o nome de Armand Jean Du Plessis Richelieu, passando a história como o Cardeal Richelieu, muito embora já transformado em seu coração, não aproveitou em plenitude a nova Concessão Divina.
Por essa razão, reencarna em 1902 no Brasil como Jésus Gonçalves. Aos 27 anos contrai hanseníase expungindo as duras provas do passado remoto. A saúde pública afastou-o do convívio da esposa, filhos e dos amigos em razão da doença contraída considerar os portadores da lepra como desprezíveis. Todavia, trabalhou com resignação realizando grandes obras de benemerência, dando equilíbrio ao seu passado delituoso.
Diante da pluralidade das existências, a vida além da vida, o nobre e augusto espírito do memorável escritor Victor Hugo, morto no século XIX, deixou um legado para ser publicado depois de seu passamento, entre eles, um em especial que fala do homem e sua imortalidade cujo texto “ipsis verbis” transcrevemos como arrimo de nossas reflexões.
Comporta recordar também que ele foi defensor das causas sociais e dos oprimidos, emérito divulgador do ensino e da educação, que arrastou no seu sepultamento uma multidão de dois milhões de acompanhantes em plena Paris.
"A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra. Na morte o homem acaba, e a alma começa. Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo? Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser. O que constitui o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro. O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra. Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro. Aí, olha, distingue ao longe a campina, Aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem.
O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída? Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo.
De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro? A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta terra. O mundo luminoso é o mundo invisível. O mundo do luminoso é o que não vemos. Os nossos olhos carnais só vêem a noite.
A morte é uma mudança de vestimenta. A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz. Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela. A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade. As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz.
Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus. O ponto de reunião é no infinito. Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem. Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito”.
(Victor Hugo)
Não por outra razão, muitos consideram que o falecimento de uma pessoa amada é verdadeira desgraça, quando, em verdade, morrer não é finar-se nem consumir-se, mas libertar-se.
Assim, diante dos que partiram na direção da morte, assuma o compromisso de preparar-se para o reencontro com eles na vida espiritual.
Prossegue em sua jornada na Terra sem adiar as realizações superiores que lhe competem. Pois elas serão valiosas, quando você fizer a grande viagem, rumo à madrugada clarificadora da eternidade.
Nesse sentir, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com votos de uma ótima semana em nome de Jesus de Nazaré, rogamos que Deus nos ilumine hoje e sempre.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.