Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
A forma de orar.
Muitas pessoas, quando questionadas sobre a conversa com a Divindade, sustenta não orar por faltar-lhes método, fórmula como se dirigir ao Senhor da Vida.
Quando não enveredam por esse pretexto, têm sempre na ponta da língua uma resposta que justifique a impossibilidade do diálogo com Deus. Falta tempo. Estou tão cansado. Há muito não freqüento o grupo de minha devoção.
No momento da dor, das provas e expiações, quando chega o sofrimento invariavelmente às pessoas se apegam a uma das mais de 4.000 religiões que existem nesse mundo de Deus. Há promessa de acender vela de metro e meio. Ceder parte do patrimônio à instituição de caridade, pedido de preces aos conhecidos cujo devotamento é exemplar.
“Enfim, “se não houver revolta contra a Consciência Cósmica, dizendo “Tudo acontece para mim”, “Sou mesmo azarado” e por aí afora, as pessoas apegam-se a uma táboa de salvação e aguardam ansiosamente por benefícios que nem sempre fazemos por merecer.
Assim a vida vai correndo sem maiores preocupações com Aquele que nos deu a vida, que preserva nossa saúde, conhece nosso endereço e nossos problemas por menores que sejam e cuja assistência não podemos dispensar em hipótese alguma.
Por essa razão, vale nesse ensejo relembrar uma forma de oração que não fica nada a dever aos que têm sede de manterem estreitos os laços de amor com o nosso Criador.
Certa feita, uma pobre mulher, já com idade avançada, tinha a neta muito doente e não havia dinheiro para levá-la ao médico. Vivia só e desprotegida. Perdera a filha e a sorte lhe parecia madrasta. Morava em casebre pobre. A miséria se instalara e não cedia lugar a bonança e nada na vida parecia lhe sorrir.
Sem recursos financeiros para levar a pequerrucha a um médico, e vendo que, apesar de seus préstimos e remédios com ervas, a pobre criança piorava a cada dia, resolveu iniciar a caminhada de 2 horas até a cidade próxima em busca de ajuda, rogando à Deus pela sua misericórdia.
Terminada a via crucis, chegando ao único hospital público da região, para sua desdita foi aconselhada a voltar para casa e trazer a neta pessoalmente para que esta fosse examinada com a conveniência que o caso requeria.
Voltando desesperada para casa e sabendo que sua neta não conseguia sequer levantar-se da cama, a senhora passou em frente a uma Igreja e como tinha muita fé em Deus, mas não sabia orar e nunca entrara numa Igreja, perdido por perdido, desesperadamente resolveu pedir ajuda.
Ao entrar, encontrou algumas senhoras ajoelhadas no chão em oração.
As senhoras receberam a visitante e, após se inteirarem da história, convidaram-na para se ajoelhar e orar pela criança. Após quase uma hora de fervorosas orações e pedidos de intercessão ao Pai, as senhoras já se levantavam quando a mulher lhes disse:
- Eu também gostaria de fazer uma oração. Vendo que se tratava de uma mulher de pouca cultura, as senhoras retrucaram: - Não é necessário. Com nossas orações, com certeza sua neta irá melhorar.
Ainda assim a senhora insistiu em orar e começou: "Deus, sou eu, olha, a minha neta está muito doente. Deus, assim eu gostaria que fosses lá curá-la. Deus, pega numa caneta que eu vou dizer onde fica.
As senhoras estranharam, mas continuaram a ouvir.
- Já tem a caneta Deus? Vá seguindo o caminho daqui de volta pra Belo Horizonte e quando passar o rio com a ponte entra na segunda estradinha de barro, não vai errar tá.
Nesta altura, as senhoras esforçavam-se para não desatar a rir; mas ela continuou. Seguindo mais uns 20 minutinhos tem uma vendinha, entra na rua depois da mangueira que o meu barraquinho é o último da rua, pode ir entrando que não tem cachorro.
As senhoras começaram a indignar-se com a situação. Olha Deus, a porta está trancada, mas a chave fica debaixo do tapetinho vermelho na entrada, o senhor pega na chave, entra e cura a minha netinha.
Mas olha só Deus, por favor! Não se esqueça de colocar a chave de novo por baixo do tapetinho vermelho senão eu não consigo entrar quando chegar em casa.
Nesta altura as senhoras interromperam aquela ultrajante situação dizendo que não era assim que se deveria orar, mas que ela poderia ir para casa sossegada, pois elas eram pessoas de muita fé e Deus, com certeza, iria ouvir as suas preces e curar a menina.
A mulher foi para casa um pouco desconsolada, mas ao entrar na sua casinha sua neta veio a correr para recebê-la. Minha neta está de pé, como é possível?
E a menina explicou. - Eu ouvi um barulho na porta e pensei que era a senhora a voltar, no entanto, entrou um homem muito alto com um vestido branco no meu quarto e mandou-me levantar, não sei como, eu simplesmente me levantei.
E quase em pranto, a menina continuou. Depois ele sorriu, beijou minha testa e disse que tinha que se ir embora. Mas pediu que eu avisasse a senhora que ele ia deixar a chave debaixo do tapetinho vermelho.
Assim amigos, não há fórmulas para a nossa comunicação com a Divindade. Ela conhece nosso endereço. Nossos problemas e nossas dificuldades.
Na verdade, nem precisamos pedir. Mas não custa nada deixar o orgulho de lado e pedir ao Pai Celestial as graças que carecemos. Lembremo-nos a lição evangélica: Batei e a porta se vos abrirá, Pedi e obterei.
Devemos, contudo, fazer por merecer essas dádivas que nos conduzirão aos altiplanos celestiais, pois nada vem de graça. Tudo tem um preço. O de Jesus é o reto cumprimento de sua Lei de Amor, Justiça e Caridade.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso abraço em nome da oblata fraterna com o costumeiro ósculo em seus corações, desejando que o ano menino que se inicia seja repleto de paz em nome do Divino Jardineiro.
Do Amigo Fraterno de Sempre.
Jaime Facioli.