Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
A CONQUISTA DA PAZ.
Uma das indagações que não se cala na consciência das criaturas de Deus, certamente, é como se conquistar a paz. Os que têm sede de conhecimento sentem nalma que a caminhada pela vida tem o caráter de conduzir os filhos da Divindade aos páramos celestiais passando necessariamente pela vereda da paz.
No dizer do venerando espírito Dr. Bezerra de Menezes, auxiliar direto de Jesus, governador desse planeta, no livro "Herdeiros do Novo Mundo", da lavra do Espírito Lucios, psicografado por André Luiz Ruiz, na página 337, estabelece o augusto espírito que:
"Nas infindáveis constelações de sóis e galáxias que flutuam sobre as cabeças dos homens, reflete-se o incomensurável Amor de Deus, garantindo às criaturas a oportunidade do aprendizado e a construção da evolução segundo suas opções livres diante das leis interrogáveis que regem a Vida de Seus filhos.
Muitas moradas representando as muitas chances de evolução contrastam com a velha fórmula do Céu e o do Inferno apregoada até hoje por muitas religiões que resume o universo a um paraíso de beatitudes ou a uma fornalha de crueldades".
Não por outra razão, a palavra paz costuma constar dos discursos de todas as pessoas interessadas no bem da coletividade. Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, o patrão ou o empregado, todos afirmam com sofreguidão desejarem a paz. Diante dessa realidade, tem-se à saciedade a sensação de que a paz é algo que se possa comprar, vender ou mesmo encontrar nos "Shoppings" da vida. Ledo engano dos que assim pensam. Evocamos a figura radiosa do Homem de Nazaré. Quando se avistava com seus discípulos ou diante de qualquer pessoa do povo, saldava-os dizendo "eu vos dou a minha paz" e ao se despedir dizia em alto e bom tom, "Eu vos deixo a minha paz".
Em outra análise, significa que a cada um compete alcançar a paz em seu íntimo mediante esforço pessoal. Por essa razão, dizia Ele que não era a paz como o mundo a conhece. Trata-se, pois, da paz conquistada com o esforço inaudito de cada coração humano. Quando a paz está distante de nossos corações, não raro atribuímos essa circunstância como responsabilidade de outrem. Culpa-se o governo pelos desassossegos que atingem nossas vidas. Os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica a tranqüilidade na nação e das pessoas em geral.
Sempre são os outros os responsáveis.
Em verdade, toda realização legítima começa no indivíduo, esse ser imortal, sempre eterno, filho de Deus, criado simples e ignorante no dizer das respostas as questões 133 e 804 propostas em "O Livro dos Espíritos" pelo insigne codificador Hippolyte Léon Denizard Rivail. As idéias nascem nas mentes de alguns filhos de Deus com a sensibilidade dalma em estado de alerta, alastram-se e convertem-se em atos. Depois, gradualmente tomam corpo no meio social, pois toda conquista legítima perfaz esse caminho para se converter de idéia de poucos em realidade para muitos. Assim todos aproveitam as bênçãos do Senhor da Vida, atingem a maioridade ou a emancipação dalma, diante da solidariedade de que se fazem portadores.
Para a conquista da paz não há de ser diferente. Entretanto, há que se observar uma peculiaridade nessa conquista evolutiva e pacificadora de nossa alma: A genuína paz, como se registrou alhures, se opera no íntimo do ser.
O exterior tumultuado, o ser humano nervoso, agressivo, ímprobo, desalinhado dos bons princípios, constitui um desafio à preservação da harmonia interior. No geral, quem tem a consciência pesada (Questão nº 621 de "O Livro dos Espíritos") busca se agitar bastante, a fim de não se deter na própria realidade.
A paz legítima é uma construção pessoal e intransferível. Ninguém se pacifica a custa do semelhante. Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições. Notório que o processo de pacificar-se é um postura de dignificação, que só o próprio interessado pode realizar. Por óbvio, o contrário senso, essa atitude pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têm tristes conseqüências. Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e sem dominar seus pensamentos e sentimentos, é também o que se analisa da questão 459 do Codex mencionado alhures.
A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência. Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do que se fez dura bastante. Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas, prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova. O requisito básico da paz é a tranqüilidade de consciência. Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade.
Maus hábitos de longa data, vícios e comportamento desventurosos não desaparecem num piscar de olhos. Enquanto eles forem dominadores da vontade, carecemos ser firme como a rocha que propõe o evangelho do Cristo de Deus, para que a tempestade não nos assole o espírito e derrube a nossa casa. Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõe deter o olhar no que de belo há no mundo. Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos, direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividades dignas.
Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno, bondoso, solidário, generoso, fraterno, imensamente feliz com o título de Filho de Deus e como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser. Esses sentimentos que envolvem nosso coração têm a ressonância e o sabor também da Redação do Momento Espírita de 19.03.2010, fonte e subsídio de nossas reflexões.
Nesse sentir, a paz que hoje trazemos em nossos corações, deve obedecer aos ditames do Mestre Jesus quando os fariseus o interrogaram se existia uma Lei Maior que pudesse ser aplicada mais facilmente em suas vidas. Parodiando o Divino Galileu eles ouviram do Divino Jardineiro a seguinte tertúlia. Amará o teu Deus de toda tua alma, de todo o teu espírito. Esse é o primeiro mandamento. O segundo é parecido com esse. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Nessa ocasião externou também o enunciado de que ali estavam contidos todas as leis e os profetas.
Por essa razão, a conquista da paz passa necessariamente pela sua Lei de Amor, Caridade e Justiça. Utilizar das virtudes da bondade, da tolerância, da mansuetude, do perdão, do auto perdão, da generosidade são estrelas luminosas a indicar a direção dos altiplanos celestiais para a conquista da paz que nossas almas desejam com tanta sofreguidão.
Envolvidos nesse sentimento de Amor, consoante a prédica do Venerando Espírito Dr. Bezerra de Menezes, hoje, aqui e agora, a PAZ que deveremos carregar em nossos corações, é diferente da paz que um dia sonhamos quando éramos imaturos. Conquistar a Paz é refletir na existência, ficar em silêncio e jamais deixar-se conduzir por uma decepção. O tempo nos dirá que a paz é resultado do entendimento das lições importantes que a vida nos oferece.
A sua conquista está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança e na fé. Conquistar a paz é ter a consciência tranqüila e a certeza de que se fez o melhor, assumindo responsabilidades e cumprindo-as retamente. Significa também, ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida. Essa conquista de paz carece de se ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz as palavras que constroem. Conquistar a paz é respeitar as opiniões contrárias e esquecer as ofensas. Vale aprender com os próprios erros. É ter forças para voltar, pedir perdão, refazer o caminho e sobretudo para agradecer a vida, bela, colorida e consentida.
Enfim, sob a luz dessa retórica, a conquista da paz deve ainda trazer em nosso peito a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições. É a vontade de dividir, às vezes o pouco que temos como o óbolo da viúva, e não nos aprisionarmos ao que não possuímos. A paz que devemos trazer em nossos corações hoje é a confiança Naquele que nos criou.
Deus Pai, Onipotente, Onisciente, Onipresente e Naquele que governa esse mundo de provas e expiações em nome do seu Excelso Amor, na convicção plena de que receberemos das leis soberanas da vida, o que a elas tivermos oferecido.
Com fulcro nessas reflexões, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal em nome do Divino Galileu com votos de um ótimo fim de semana.
Do amigo fraterno.
Jaime Facioli.