Queridos Amigos Fraternos
Um dos atributos mais dignos do ser humano é o instrumento da fé. Não são poucos os filhos de Deus que atribuem à fé os seus desejos mais íntimos da alma.
A ambição de alcançar a realização de um projeto de vida ou ainda concretizar todos os seus sonhos em nome da fé que dizem ser portadoras.
Não obstante ser a fé um dos atributos dos filhos da Providência Divina, não se segue daí que em seu nome tudo deveremos esperar, pois que o senhor da vida provê os lírios e os pássaros dos campos.
Cada um dos filhos de Deus, sabendo tratar-se a fé de um elemento abstrato na composição de nossas vidas materiais, é indispensável que a fé seja traduzida pela confiança no Senhor da Vida de que nada nos faltará.
No momento oportuno, ainda que faltem poucos segundos ou fração deles, o socorro Divino sempre chega dos esplendores celestes, pois a Consciência Cósmica não perde o nosso endereço e bem ciente esta das nossas necessidades.
É verdade que Ela não nos dá tudo o que pedimos, mas não nos deixa faltar nada daquilo que necessitamos para a nossa evolução e nosso bem estar.
Parodiando o Divino Galileu, não foi por outra razão, possivelmente, que Jesus de Nazaré, lecionou que o Pai não dá carga maior daquela que seus filhos podem carregar.
D
aí porque a fé em Deus é comum. Embora sob distintas denominações e formas, a maioria dos homens afirma crer na Divindade, mesmo os agnósticos, no anoitecer da existência, procuram com sofreguidão pelo Deus todo Poderoso.
É bem verdade, que os poucos desprovidos da fé, no seu agir e no seu sentir nem sempre espelham essa crença. Este proceder, contudo, não altera o fato de que Deus é a Suprema e Soberana Inteligência, ilimitado em Seus poderes e virtudes. É o que se lê na resposta da questão número um de "O livro dos Espíritos".
Por essa mesma razão, aos que têm fé raciocinada há a certeza de que o Pai é Onipotente, Onipresente e Onisciente.
Não nos deixemos enganar pelo nosso livre pensar.
Ele é infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso. Saber que a Divindade está no controle de tudo nos dá a possibilidade de modificar a percepção de prioridades das criaturas em trânsito por esse planeta.
A Justiça Divina é perfeita e impera no Universo, razão porque cada ser em evolução tem as experiências que necessita e merece. Não há razão para culpar a Divindade pelas nossas cizânias, os desacertos ou as desventuras da vida.
Tudo faz parte da cesta básica existência e no dizer do emérito pensador Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry.
Entre outras obras de sua autoria estão "O vôo noturno", "O correio do Sul", "Terra dos Homens" e o inesquecível Pequeno Príncipe, propondo a mudança de comportamento da humanidade em suas histórias, legando a concepção de vida o vanguardeiro pensamento de que "Somos os responsáveis por tudo que cativamos".
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esse ideário, não será necessário passar a existência na intransigente defesa do próprio espaço ou das realizações pessoais. Não há necessidade de angustiar-se pelas contingências da vida.
Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidade interior, absolutamente convicto de que o Soberano Poder impõe ordem no Universo. Por essa sóbria razão, é de bom alvitre depositar fé na Bondade e na Justiça Divina consciente de que sem a permissão Celeste nada ocorre.
Sob esse díptico, a atenção do crente, daquele que tem fé, deixa de estar em seus direitos para fazer morada em seus deveres, cumprindo-os reta e santamente seguindo as lições do Homem de Nazaré.
Ser bom e exemplar chefe de família, excelente esposo, honrar-se em trabalho honesto, fiel companheiro das tarefas da vida, religioso e, tendo fé no futuro, coloca os bens espirituais acima dos materiais.
Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e as aceita sem murmurar, convicto de que a Justiça de Deus dá a cada um segundo o seu merecimento, não existindo privilegiados nos quadros de carreira da Divindade.
Este ser em evolução, com as características do homem de bem de que nos dá noticia o "Evangelho Segundo o Espiritismo", possui o ideal da fraternidade, tem como norma de conduta fazer o bem sem esperar recompensas ou agradecimentos.
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ua satisfação íntima é ser útil e generoso, sentindo-se feliz em fazer ditosos os seus irmãos de caminhada por esse planeta de provas e expiações.
Impõe-se como dever ser benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ou raça, sabedor que é que todos os homens são filhos de Deus e seus irmãos, a luz das respostas ofertadas pelo Espírito da Verdade ao emérito codificador nas questões 133 e 804 de "O Livro dos Espíritos".
Nesse sentir, respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena jamais quem pensa diferente, aceitando o direito natural de divergir.
Se por ventura ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dos irmãos de jornada, sempre atento à proposta do Divino Galileu.
Cumpre o seu dever sem jamais ter como norte de sua postura a vingança, ciente de que toda justiça repousa nas mãos do Criador.
A virtude da indulgência é uma das suas regras áureas, consciente de que também necessita do mesmo tratamento, razão porque não se ocupa dos defeitos alheios.
Em verdade, se esforça para corrigir as suas imperfeições estudando os próprios desalinhos, a fim de se melhorar e ser digno de ser chamado filho de Deus.
Está consciente do olhar de Deus sobre si, por essa razão, zela pela dignidade de seu ser em todos os momentos de sua vida, mesmo os mais íntimos.
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sa, é verdade e necessário, mas não abusa, de seus bens, por estar consciente de que se trata de empréstimo da Divindade. Ele não passa de mero depositário desses valores, cujas contas deverá prestar no porvir ao Senhor do Universo.
Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente do progresso no mundo. Ajuda no Centro Espírita, na quermesse de sua igreja, ou na casa religiosa de sua devoção. Não desperdiça a água, não abusa nos vícios de todo jaez, trata bem os que encontram na mesma jornada.
Pode parecer que esses deveres sejam excessivos diante de tantos compromissos que a vida nos oferece. No trabalho, na família, na sociedade, na comunidade onde mourejamos, mas não representam um peso para quem realmente acredita em Deus.
"In-Veritas" é fator de consequência natural na certeza da existência de um Ente Superior, pleno de Bondade, Justiça, Poder, Amor e Misericórdia para com seus filhos em direção aos páramos celestiais.
Ponto finalizando, com ideário também inspirado na redação do momento Espírita, tendo como subsídio o item 3 do cap. XVII do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, em 07.04.2010, segue nosso ósculo depositado em seus corações com a oblata da fraternidade universal, desejando a todos um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli