Queridos amigos Fraternos.
Jesus sê conosco.
A VIAGEM DO ESPÍRITO.
Em sã consciência ninguém, absolutamente ninguém contradita o fato de que a vida não espera. O tempo passa como flecha ligeira e para se constatar essa realidade é suficiente lançar um olhar nos álbuns de família transatos.
A vida é movimento, dinâmica, impulsionada para frente com acertos e desacertos. Cada um tem o seu propósito. Nos acertos, nossa alegria e satisfação d’alma pelo reto dever cumprido. Nos desenganos, encontramos instrumento poderoso que alavanca o nosso progresso em direção ao nosso porvir, cumprindo as diretrizes traçadas na pátria espiritual.
Somos, pois, viajantes eternos nas trilhas do tempo, como consta no epitáfio do preclaro Denizard Hippollyte-Léon Rivail enterrado no Cemitério do Père Lachaise em Paris, cuja tradução tem o seguinte significado: “nascer, morrer e progredir sempre; esta é a lei”.
Sem dúvida, somos passageiros na eternidade, emprestando da poesia as palavras, somos eternos dentro do temporário. Vale dizer, somos o eterno no movimento da vida que segue até alcançarmos os páramos celestiais.
Da mesma forma, na natureza tudo passa e na vida do viajor, por maior que seja a desdita, dizem as lições do eminente Emmnoel, “tudo passa”. Não por outra razão, o povo na sua sabedoria popular criou o aforismo de que o tempo é o grande remédio para as dores dalma.
Nas dores ou nas alegrias, tudo tem o seu tempo e mudam mesmo que você não queira. Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver sempre por um propósito.
O Senhor da Vida concede tempo para tudo. O amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir em frente na luta pelo bom combate, pois tudo passa.
A marca dominante do tempo e o propósito do Criador é a experiência que vamos adquirindo devagar e lentamente até estarmos prontos para as missões que a Providência Divina nos encarregará no campo da caridade aos irmãos em sofrimento.
Não se sinta culpado de nada na vida, pelo que fez ou deixou de fazer, pois as culpas e as mágoas também passam no recomeço das experiências, dando-nos um novo colorido para o reinício pelo rio da vida, onde as águas do tempo curam tudo, diluindo no eterno as coisas passageiras que já serviram ao seu propósito.
Por essa razão, as coisas estranhas que aconteceram, os dramas que rolaram e as palavras que ferem saindo da boca quando o coração não desejava também passam, pois é a vida que segue as suas veredas para as lições aos inscritos na universidade da existência terrena.
O tempo não para, mesmo que você esteja contrariado e em momento de desalinho reclame da existência dizendo a Majestade Divina que não pediu para nascer, a vida continua o seu trajeto, pois temos um destino a cumprir para alcançar os páramos celestiais.
Ademais, sua zanga, aquele ranço antigo ou emoções apagadas que, vez por outra, bloqueiam a sua alegria fazem parte do que é temporário, mas você jamais se esquecerá de que é eterno. És filho de Deus. Por essa razão o Divino Jardineiro no ato dos apóstolos sedimentou a lição: “Vós sois Deuses, Tudo que vos faço podeis fazer e muito mais”
As estações se sucedem no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno são naturais. Também é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis ao longo da cadeia reencarnatória.
Sob esse díptico, no centro do Universo a Consciência Cósmica, o Grande Arquiteto do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos sorri e diz a todos:
“Tudo passa, menos o meu amor por todos. As experiências vão, mas o aprendizado fica. É impossível deixar de existir, pois a evolução é inevitável. Todos são criaturas de sua Majestade Celeste, segundo dispõe as questões 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos” e estão destinados à felicidade.
As cizânias, as bulhas e os desentendimentos são ocorrências passageiras, é a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será sempre imperecível. Tudo a seu tempo. Enquanto evoluem e aprendem a arte de viver, vivam com alegria. E não se detenham até alcançar a meta: O Amor é a única moeda de troca que tem curso no plano extra fisíco.
O momento de existir é um privilégio incomensurável e viver é uma oportunidade bela, colorida e consentida ou em sintese apertada viver é um espetáculo fantástico que se renova todos os dias.
Não por outra razão, a transitoriedade da vida terrena é um convite à reflexão. Os homens em geral se empenham para atingir variados objetivos. Elegem metas por vezes ambiciosas e dedicam suas vidas a conquistá-las. Também fazem de tudo para ver seus filhos vitoriosos, conforme os padrões do mundo. Pagam-lhes bons colégios, cuidam de sua instrução formal com desvelo.
Esses objetivos costumam ser louváveis. Como vivem em um mundo material, os homens precisam se ocupar das coisas tangíveis. Não dá para se tornar um peso nos ombros do semelhante, enquanto se filosofa sobre tudo e sobre nada.
Apenas não é prudente esquecer que as questões materiais fatalmente passarão. No esforço de conquistar ou manter coisas, não compensa comprometer a própria dignidade. Às vezes parece que certa conquista é questão de vida ou morte. Se dado cargo não for conquistado, a vida parecerá sem sentido. Entretanto, a permanência nesse cargo será por pouco tempo, considerando a eternidade da vida que jamais se esgota.
Do mesmo modo, a paixão pode colorir de modo excepcional o afeto que alguém inspira. Ainda que ele seja comprometido, parece que tudo se justifica desde que seja possível viver aquele sonho dourado. Nessas situações, a criatura pode se permitir comportamentos indignos, porque a felicidade jamais compactua com a indignidade.
Ela também não pode ser construída sobre a infelicidade de seu próximo. A paixão violenta, cedo ou tarde amainará. O cargo importante mudará de mãos. O dinheiro será consumido, perdido, roubado ou apenas deixado para trás no momento da morte.
O automóvel novo se desgastará e sairá de linha. Em suma, tudo passa e lentamente perde a importância. Mas é preciso conviver para sempre com o que se é. A realidade íntima não se altera com o simples passar do tempo. Ela não se desgasta, não se torna obsoleta e nem se recicla, sem vontade e esforço.
Muitos Espíritos, pelo fenômeno mediúnico, relatam sua decepção após a morte física. Tiveram de contemplar suas posses e conquistas materiais passarem a outras mãos sem nada poderem fazer e ao mesmo tempo, constataram a miséria a que se reduziram, à custa de atos indignos. Os espiritos na sua grande viagem renascem para evoluir e transcender e não se tornaram grandes devedores perante a vida.
Jamais inverta as prioridades do espírito pelas seduções da alma. A proposta nobre é viver no mundo, sem se tornar escravo dele. Para esse fim, seja bondoso, leal e trabalhador, mesmo nos momentos difíceis. De nada lhe adiantará conquistar coisas e perder-se a si próprio.
Com esses sentimentos d’alma, no tempo que passa, enviamos nosso ósculo em seus corações em nome da oblata da fraternidade universal, com votos e um ótimo final de semana em nome do Homem de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.