Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
O OMBRO AMIGO.
Uma das regras áureas ditadas pelo Divino Galileu, quiçá uma das mais importantes em nossas vidas, foi apresentada aos doutores da lei, quando um dos fariseus, sabendo que Ele havia feito calar a boca dos Saduceus com suas indiscutíveis prédicas, o interrogara, tentando-o, dizendo: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu:
“Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito”; é o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele:
Amareis vosso próximo como a vós mesmos. “Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos”. Em outras palavras, é o evangelho segundo São Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40.
Aos profitentes da espiritualidade, fácil iriam concluir que o Mestre, no final de sua memorável lição, se referia aos seus enviados na ribalta dos acontecimentos, como Tales de Mileto, Sócrates, Platão, João Batista e tantos outros que vieram com a missão de preparar a humanidade para as mudanças de rumo mediante a adoção de um comportamento retilíneo e o bem proceder, incentivando os espíritos a despertarem para a realidade da vida espiritual.
Inquestionavelmente, a oratória do Divino Jardineiro não somente comovia pela mente que abrigou os mais puros sentimentos de amor, como pela logística imbatível que o tempo preserva para as nossas reflexões.
Certamente os amigos estarão se questionando nessa ensanchas qual a praticidade desses ensinamentos do Divino Jardineiro nos dias de hoje em nossas vidas?
A verdade e o propósito dessa tertúlia é que diante do mundo moderno e tempos da globalização, a imprensa prima pelas notícias desagradáveis, os noticiários dão preferência aos escândalos, como se vê no caso Bruno que domina a mídia, os furtos, roubos, latrocínio e toda sorte de delitos e catástrofes.
Lamentavelmente, é isso que nos chegam ao conhecimento com sofreguidão, preterindo-se as notícias alvissareiras, a prática da caridade, o amor incondicional ao próximo e pela via eleita nos noticiários, via de regra, fica a sensação de que estamos vivendo os fins dos tempos.
Há que diga que estamos perdidos, a ponto de alguns catastrofistas de plantão blasfemarem que se o Cristo de Deus chegasse agora ao Orbi teria também um destino cruel.
A verdade, contudo, é bem outra. O ombro amigo pode sempre estar presente naqueles corações puros, como dizia o Divino Jardineiro no Sermão da Montanha com a retórica dos bem aventurados os que têm puro o coração.
Sempre há pessoas dispostas a ouvir nossos lamentos, asserenar os corações entibiados e por em prática o evangelho redivivo do Homem de Nazaré, amando o seu próximo como a si mesmo. Na oficina de trabalho que o Senhor da Vida concedeu aos seus filhos em trânsito pelas provas e expiações, não falta oportunidade de exercitar essa virtude.
Conheço uma história muito apropriada para sedimentar esse ideário demonstrando à saciedade que o mundo não está perdido e que podemos, sim, sem dúvida, cada dia de nossas vidas, torná-lo melhor.
Conta-se que certa feita, em um lar comum dos nossos dias, uma filha estiolada em seus sentimentos se encontrava desolada. Interroga em alta voz a Divindade, questionando: “O que eu fiz para merecer isso? Oh! Meu Deus, porque fizeste isso comigo?”
Havia, entre outras coisas, a reclamação da filha querida pelo resultado infrutífero da prova de matemática e o namorado a quem se afeiçoara havia terminado o relacionamento afetivo e para completar sua desventura, sua melhor amiga estava de mudança para localidade distante.
Sua mãe, entretanto, mulher experiente e conhecedora dos valores espirituais da filha amada, nas horas de amargura bem sabia como lidar com a situação em apreço. Preparava-lhe um bolo delicioso e bem conhecia o seu paladar.
Abraçou a filha, sem dizer uma palavra a respeito de sua dor, levou-a para a cozinha “arrancando dela um forçado sorriso”. Lá chegando, separou os utensílios e ingredientes e os colocou na mesa e fez um delicioso bolo e perguntou à filha nestes termos:
Querida, quer um pedaço de bolo? A filha que muito apreciava os dotes culinários da mãe, mais do que depressa aceitou e elogiou a mamãe pelo apetitoso bolo feito ao seu gosto.
A mãe agradeceu o encômio e depois interrogou à querida filha se ela tomaria um pouco do óleo de cozinha. Assustada, a filha disse que não seria capaz de tomar o óleo.
A mãe prosseguiu na cátedra: Quem sabe filha, você não apreciaria comer uns ovos crus? A moça respondeu admirada: Credo, mãe! Que nojo me dá somente de pensar. Lá vem a mãe de novo: Talvez um pouquinho de farinha de trigo ou bicarbonato de sódio você aceite?
Responde a filha: Mãe, isso não presta! A sábia mãe, nessa altura dos acontecimentos, já se dava por satisfeita e a conversa serena com a filha produzira o dom de acalmá-la, quando então responde à filha com um sorriso alegre e descontraído:
É verdade filha querida, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas e na medida certa elas fazem um bolo delicioso e que sempre foi de seu agrado.
Concluindo, disse a bondosa mãe em lição imorredoura à filha: Deus trabalha do mesmo jeito. Às vezes a gente se pergunta por que Ele
quis que nós passássemos por momentos difíceis.
Em verdade esquecemo-nos de que quando Ele põe todas as coisas na ordem exata e na medida certa, elas sempre nos farão bem, pois a Providência Divina não coloca os fardos pesados em ombros fracos.
Por essa razão amigos, ouso dizer que quando as coisas estão apertadas ou parecendo sem solução, somente precisamos confiar nEle e todas as
dificuldade cederão espaço à esperança, fazendo com que as coisas ruins se tornem em propósito ao nosso crescimento espiritual, ético e moral.
Não nos esqueçamos que o Senhor da Vida é louco por seus filhos. Ele manda flores em todas as primaveras, o nascer do sol em todas as manhãs e está 24,00 horas por dia à sua disposição para um “papinho legal” se você quiser conversar com Ele através da oração.
Não olvidemos que Ele vai nos ouvir, pois, afinal de contas, Ele é Onipotente, Onipresente, e Onisciente e podendo viver em qualquer lugar do Universo escolheu habitar em nossos corações.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana em nome do Homem de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.