Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO.
Na vida tudo nos convida a uma escolha. Na direção a seguir, temos como objetivo o nosso bem estar moral, espiritual e material conforme a Providência Divina estabeleceu nas leis imutáveis que regem o universo.
A doutrina espírita denomina esse proceder de livre arbítrio, valendo dizer que somos livres para decidir o que fazer ou não fazer diante de qualquer situação que se nos apresente.
Somos os arquitetos de nossos projetos existenciais. Se a obra for bem realizada com a oportunidade da escolha colocada à nossa decisão, certamente receberemos o mérito da venturosa escolha. Caso contrário, o recomeço é o caminho que nos conduzirá aos acertos, pois cada equívoco serve de alavanca poderosa para a correção de rumo.
É sempre oportuno recordar na história da humanidade o gênio da lâmpada elétrica Thomas Alves Edson. Ele foi o autor de 1093 invenções. Conta-se que após aproximadamente 1.000 tentativas de conseguir a tão sonhada iluminação, um de seus colaboradores o teria desestimulado a prosseguir nas experiências até então fracassadas.
A resposta do genial inventor foi que bastaria apenas um só acerto para compensar todo o projeto do trabalho até então realizado, como de fato ocorreu para benefício da humanidade.
Parafraseando o filósofo suíço Jean Piaget que fez grande viagem nos idos tempos de 1980, diz-se que a aprendizagem induz a experiência, indicando a repetição das tarefas até encontrar-se o êxito. Por óbvio, ao longo do processo de desenvolvimento, cada ser humano constrói seu conhecimento e, portanto o seu sucesso.
Nada na vida é fácil. Tudo tem um preço. Por essa razão, na prática, o erro é um componente intrínseco importante. A ação do indivíduo e o modo como ele organiza as novas experiências irão formar o conhecimento de cada um, razão, motivo e causa porque Piaget denominou sua postura teórica de construtivismo.
Piaget também disse que as crianças estão constantemente testando suas teorias próprias sobre o mundo. Ao fazer alguma coisa errada, a criança precisa saber que errou e entender por que aquilo é considerado erro. Assim, dotadas de sentido, as informações serão internalizadas e os erros não voltarão a se repetir.
Em regra, alcançou-se o objetivo.
Antoine de Saint-Exupéry, o autor do pequeno príncipe, a fábula que se tornou famosa tinha os mesmos conceitos em pauta quando estabeleceu a frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
A história da humanidade está repleta dos conceitos nobres indicando que os desacertos são caminhos com espículo geradores do aprendizado que leva ao sucesso do ser humano em todas as opções escolhidas pelos filhos da Divindade no jornadear por esse planeta de provas e expiações.
Imagina-se que não por outra razão, um dos maiores poetas da ribalta de nossas vidas, William Shakespeare, cunhou na Inglaterra onde nasceu em 1564 uma frase hoje mundialmente conhecida e repetida a cântaros ao estabelecer: Ser ou não ser, eis a questão.
Nesse sentido, será mais nobre em nossas provas para o nosso espírito realizar as experiências com os tropeços, as pedras do caminho no dizer do poeta Carlos Drummond de Andrade, do que adotar postura inerte frente à realidade que nos convida a refletir sobre a vida, bela, colorida e consentida.
É baseado nesse sentimento, que comumente se houve o questionamento daqueles que tem sede de saber, sobre o que é o espiritismo e porque muitos adeptos do catolicismo e outras religiões optaram por essa filosofia, religião e ciência.
Pode-se asseverar a saciedade que aqueles que escolhem por religião o espiritismo não têm nenhuma primazia de sua fé. É apenas um cristão, tentando seguir as pegadas do Mestre.
Não ostenta sua religião, mas procura vivenciar a sua fé raciocinada. Erra e acerta, mas vai em frente, diante do aprendizado que os erros lhe trazem. A escolha feita por seguir esse caminho em direção aos páramos celestiais é de grande responsabilidade.
Não pode alegar ignorância das Leis de Deus. Não lhe cabe julgar. Perdoar sempre deve ser o ícone de seu jornadear por esse planeta sob a Governança de Jesus. Cabe-lhe ter em mente que sua escolha determina superar a si mesmo em suas imperfeições e não a outrem.
Seu templo carece ser sempre simples, como o Celeste Amigo. Tem valor relativo, porque seu objetivo é transformar seu coração em templo eterno. Na escolha por essa luz da vida, não se admite apenas aceitar a reencarnação, mas se faz necessário compreende-la como manifestação da Justiça Divina, caminho natural para a perfeição.
Ao adotar esses postulados, que ninguém se iluda com a comunicação com os espíritos, pois, não está destinada à nossa curiosidade ou brincadeira. Primeiro somos todos Espíritos e nos comunicamos com eles sem mesmo saber, segundo dispõe a questão 459 de “O livro dos Espíritos”.
Ademais essa comunicação deve ser séria para se melhorar e ajudar aos outros a se melhorarem. Cabe ao espírita além da boa leitura, transformar-se em lições vivas das mensagens recebidas pelos bons ofícios dos espíritos nobres para nossa própria reforma íntima.
O espírita não deve se internar no Centro Espírita escondendo-se do mundo com medo de ser tentado pelos vícios e imperfeições que grassam a humanidade, mas ao contrário, deve conviver com todas as situações fora de sua seara como fez o Homem de Nazaré, sem se alterar, dando o exemplo do verdadeiro cristão.
Jamais olvidar que o espírita consciente é espírita em tempo integral, no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença. Recordar que Ser espírita não é ser diferente de nenhum de nossos irmãos, mas ser exatamente igual a todos, porque somos iguais perante Deus.
É seu dever ficar longe de mostrar-se que é “bonzinho”, mas um ser justo, provando a si próprio que se esforça para ser absolutamente correto na aplicação das Leis de Deus, porque esse deve ser o estado normal do homem consciente.
Muitos irmãos em desventura procuram ser espírita na esperança de se curar, quiçá curar o próximo em estado de aflição. Não é essa atitude a ser adotada, mas a de contribuir para que o nosso próximo trabalhe a sua própria cura tanto como nós mesmos através da boa nova, pois a cura vem dos poderes de Deus e nos nossos próprios poderes que jaz na nossa vontade sincera e perseverante de mudar.
Nesse estado d’alma, na indiscutível necessidade de conjugar o verbo ser, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um fim de semana com muita paz, em nome do Divino Jardineiro, são os votos o amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.