queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
AS NUVENS QUE PASSAM.
O ser humano, no seu jornadear por esse planeta de provas e expiações, tem pela frente a tarefa abençoada de realizar as provas da vida, aproveitando o ensejo para realizar as expiações.
É o que dispõe a propósito a questão número 260 de “O Livro dos Espíritos”, quando o paracleto procura saber da veneranda entidade, “ipsis verbis”:
– Como o espírito pode querer nascer no meio de pessoas de má vida?
A resposta serena e absolutamente fiel com a doutrina da boa nova não deixou qualquer dúvida nos sentimentos mais íntimos dos filhos da Divindade.
– É necessário que ele seja colocado num meio onde possa suportar a prova que pediu. Pois bem é preciso que haja analogia nas situações. Para lutar contra o instinto do roubo é preciso que se encontre entre as pessoas dadas a prática de roubar.
Com fulcro nessa fonte inesgotável de saber, onde dessedentamos nossa sede de conhecimento, não se pode negar que desde as misérias do mundo, as grandes catástrofes e as dificuldades que somos convidados a enfrentar no dia a dia e na hora a hora, tem um propósito nos desígnios da Consciência Cósmica.
Assim ocorre com o fogão sem lume, cujas mães desesperadas se põem em pranto ao ver faltar o alimento que sustenta a vida de seus rebentos. A dor que toma conta de nossos corações, quando um amigo, parente, ou qualquer pessoa de nossa bem querência faz a grande viagem “fora da hora marcada”.
Da mesma sorte, a existência de irmãos ainda em dissintonia com as Leis da Vida quando se resolve por roubar, matar a outrem, praticar o furto, o estelionato, enfim, qualquer violação às Leis da Divindade, olvidando consciente ou inconscientemente as lições primorosas do Divino Rabi da Galileia para amar ao próximo como a si mesmo.
É óbvio que sob essa reflexão tudo tem um propósito como nos ensina a questão 260 do livro da vida, assim chamado carinhosamente, em verdade, “O Livro dos Espíritos”, ora em apreço.
Sob esse díptico, não há como negar que estamos jornadeando por um planeta de provas e expiações e nenhuma das misérias ou dificuldades existentes na nossa trajetória pode nos afastar dos nossos nobres objetivos na existência para alcançar os altiplanos celestiais.
Não por outra razão, bem se vê, sob a luz dos olhos de cada um dos filhos de Providência Divina, o dia amanhecer ensolarado. Pode se ver também com os olhos do amor, a criançada se divertindo, correndo, rindo o riso solto de quem sonha venturas mil.
De vez em quando, o vento se fez forte, açoitando a copa das árvores, arrancando-lhes folhas da cabeleira verde e espessa, jogando-as à distância, tal como acontece em nossas vidas, que de uma hora para outra, parece que tudo está perdido e sem esperança.
Nessa hora, a oração é ferramenta poderosa que sustenta a vida. Não há porque, de repente, como se a natureza houvesse enlouquecido e, desgrenhada, uivasse pelas ruas e praças, obrigando os transeuntes a procurarem abrigo, assim como nos nossos problemas.
Creia na potestade. Deus está no leme. Nada de mal nos acontecerá que não esteja em seus planos, pois se não fosse exatamente dessa maneira, o Homem de Nazaré, não teria exortado que não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai.
Não tema jamais que o céu possa se cobrir de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e o dia se fazer noite, em plena manhã, porque somos filhos de Deus.
Na aproximação da tempestade, rapidamente se acautelam os que têm bom senso, fechando as janelas e recolhendo seus pertences. Da mesma forma, ao vaticinarmos ou sentimos que se aproxima a idade trazendo as naturais diminuições de nossas resistências, as tentações, não nos esqueçamos.
As origens desses estiolamentos podem ser das nossas más tendências, ou influência dos espíritos, consoante a questão 459 de mesmo livro mencionado alhures, de qualquer forma, esteja pronto a se precaver pondo-se presto, com a tertúlia do Divino Galileu, orando e vigiando para que nada de mal nos aconteça.
É inegável que dos céus podem jorrar águas abundantes, fustigadas pela ventania, que nos arremessa com força inclemente, contra os muros da vida para nos colocar nas provas a que devemos nos esforçar para laurear-nos naquilo que nos comprometemos na pátria espiritual, para realizar nessa viagem por esse planeta sob a governança de Jesus.
Em verdade, se bem apreciados esses problemas, têm curta duração em relação à eternidade do bem que se consegue com o esforço pessoal, pois depois que os relâmpagos se apagarem e a chuva parar, saneia-se a atmosfera, da mesma forma que nosso coração encontra a paz que nossa alma sonha com tanta sofreguidão.
Ao final de cada prova na vida, é como se uma tranquilidade invadisse as profundezas de nossas almas, asserenando nossos corações em nome a paz que Jesus legou a toda a humanidade.
É nesse momento que percebemos a ramagem verde sacudir as últimas gotas d’água, o vento bocejar cansado, e se recolher diante da vitória da fé, da esperança e da vida.
Isso é ver a existência sempre bela, colorida e consentida, realizando o milagre da existência com o sol voltando a sorrir e os seus raios de calor e luz sustentando esse planeta feito para morada dos filhos do Senhor da Vida.
Por essa mesma razão, quem olha no presente para os problemas existenciais já vividos, às vezes amargamente, nem mesmo se dá conta de que a fé no Senhor do Universo, é como o céu iluminado, hoje, que nos faz esquecer através da oração e da vigilância que nos proscênios da nossa luta, a borrasca já se fizera violenta.
Assim também é na vida. Os momentos de lutas e de bonança se intercalam. Quando o sofrimento chega, em forma de enfermidade, solidão, desemprego, morte dos afetos mais chegados tamanha é a dor, que deixam entibiados os corações amorosos. Os descrentes acreditam que não haverá mais esperança, nem amanhã, nem alegrias, pois tudo estará perdido. Tudo é sombrio. As horas, os dias, os meses se arrastam pesados.
A impressão que se tem é que nada, jamais, porá fim ao fustigar das dores, cruciais que experimentamos sem nos dar conta que a maior dor física que esse mundo já presenciou, foi a do Divino Jardineiro no Calvário suportando-a, fez sem reclamar, em nome do amor que tem pelos seus irmãos em crescimento.
A grande verdade, contudo, sem contradita é que, no dizer do venerando espírito Emmanoel “tudo passa”, assim como passam as tempestades, as dificuldades, as dores, as chuvas rápidas do verão.
Tudo, mas absolutamente tudo, em menos tempo do que possa imaginar a nossa vã filosofia, tudo será substituído pelos raios do sol, pela fé, esperança e coragem nos enfrentamentos das provas que rogamos nos fosse concedidas para testar nossa capacidade e vontade de chegarmos até os esplendores celestes.
Não nos esqueçamos de que o amor de Deus sustenta a vida e não há, no Universo, força maior do que a Sua presença para nos dar segurança, quando a inclemência das dores fustigarem nossa alma, possamos nos recolher em meditação e ouvirmos o pulsar do Cosmo.
Nesse silêncio que se seguirá, identificaremos as vozes da Imortalidade nos falando aos ouvidos da alma, estimulando-nos a vitória que não se faz tardar. Da mesma sorte, refugiando na oração, lograremos dialogar com Deus, com a intimidade do filho ao pai ou ao coração de mãe.
Jamais entregues à batalha no meio. Prossegue. A vida é luta constante. As nuvens carregadas de dissabores que nos envolve, nos faz meditar que logo mais, amanhã, outro dia, o sol voltará a brilhar.
Se nosso Pai tem certeza do nosso triunfo e da conquista plena de nós mesmo, diante da sua Onipotência, Onisciência, Onipresença, brilha em nossas vidas, é inconcebível, pois, que na qualidade de seus filhos, não confiemos nEle, fazendo desaparecer as tempestades da vida, para brilhar o sol de nosso interior entregando-nos de corpo e alma à sua bondade, amor infinito e misericórdia com os seus filhos.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, anelando tenham um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli