Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
A ETERNA PROCURA DA FELICIDADE.
Desde os tempos imemoriais que a criatura de Deus busca a fonte da felicidade. Epicuro, o filósofo Greco do período helenístico, entendia a felicidade como a aponia ou ataraxia, estado em que a alma, pelo equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais haveria de atingir o ideal supremo da felicidade: a imperturbabilidade.
Buscou o filósofo o arrimo de suas reflexões nos animais. No estudo sobre a sua vida, é crível vê-lo, afastar-se da dor e aproximar-se do prazer, como modo de encontrar o estado pleno de felicidade, ou como chamam os Budistas, o Nirvana.
Neste pensar, a felicidade reside em possuir para gozar. Em outras palavras, fazer de nossa vida uma eterna conquista dos recursos para poder possuir todos os bens materiais que a vida possa proporcionar, casas, automóveis, iates, enfim, tudo que o dinheiro pode comprar em nome da felicidade.
Neste caso, por óbvio, para se alto justificar e medir tudo o que é bom e ruim, na visão de Epicuro, a morte física seria o fim do corpo e do indivíduo, soma da carne e da alma pela desintegração completa os átomos, permitindo a esses últimos, uma vez livres, constituírem outros corpos.
Bem se vê, entretanto, no caminho da busca da felicidade, ainda estão as dores e os prazeres. Quanto às dores físicas, nem sempre seria possível evitá-las. Contudo, Epicuro faz questão de frisar que elas não são duradouras e podem ser suportadas com as lembranças de bons momentos que o indivíduo tenha vivido.
Piores e mais difíceis de lidar são as dores que perturbam a alma. Essas podem continuar a doer mesmo muito tempo depois de terem sido despertadas pela primeira vez. Para essas, Epicuro recomenda a reflexão, já que em sua filosofia, as dores da alma estão frequentemente associadas às frustrações.
Na historiografia mundial, o niilismo foi o ponto marcante do filosófo Diogenes, discíplo de Socrátes criando a corrente filosófica do cinismo, a antítese para a felicidade, por volta do ano 400 a.C.
Pregava o desapego dos bens materiais e externos, cujo termo passou a posteridade com a caracterização pejorativa das pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio, o que não guarda absolutamente a sintonia da origem filosófica do termo. Em verdade, a proposta de Diogenes apenas teinha o carater do desapego dos bens terrenos, pois o homem de nada necessitaria para ser feliz.
No bisturi do entendimento, como viver no mundo material sem os bens que nos garantem a sobrevivência, ou como viver buscando o prazer do que o dinheiro pode comprar para ser feliz se a felicidade é um estado d’alma.
A doutrina de Epicuro direcionando seus pensamentos para a excelência de que o bem reside no prazer, foi confundida no curso da história com hedonismo, a doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral.
Todavia, o prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre sobre as emoções e por consequência sobre si mesmo. Este prazer apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a dor. Assim, o único prazer verdadeiro sob o ponto em comento é o prazer do corpo que chamamos de saúde.
Com fulcro na proposta que ducifica os filhos de Deus, em busca da felicidade, não nos olvidemos que cotejando as experiências históricas podemos inexorávelmente chegar a conclusão de que o que temos não nos pertence, mas foi emprestimo da Divindade.
Em verdade, tudo o que somos nos foi um dia emprestado pelo Criador para que possamos dividir com aqueles que entram em nossas vidas. Sem dúvida, somos depositários desses bens, os quais oxalá possamos ser fiéis a essa confiança que o Senhor da Vida depositou em suas criaturas.
Oh! Meu Deus. Há muito que dar abrindo as mãos abençoadas e uma vez abertas, também serão capazes de receber o que o Sentimento Divino nos oferece para a prática da solidariedade.
Da mesma forma, há muito ainda o que apreender com as experiências venturosas ou desventurosas no mundo de provas e expiações, esse mundo preparado adredemente pelo Senhor do Universo aos seus filhos.
Por essa razão, a busca da felicidade nos exorta a olhar as dores como parte do aprendizado, do progresso, do resgate e do amor pela vida, sempre bela, colorida e consentida. Nada acontece por acaso, mas por uma causa.
Não lamentemos as circunstâncias desditosas. Elas são alavancas poderosas para o nosso crescimento espiritual e moral e o equilíbrio que nos concederá a felicidade que não é desse mundo, mas cujo prelúdio pode ser encontrado na prática da caridade ensinada pelo Cristo de Deus.
Não nos esqueçamos que pela trilha da busca da felicidade, quando não conseguimos “tirar da cabeça” alguém que nos feriu, estamos somente reavivando a ferida, tornando-a muitas vezes bem maior do que era no início e transformando-a em mágoa.
O exercício do perdão, virtude lecionada em prosa e verso pelo Divino Jardineiro é o lenitivo para a cura deste mal. É de bom alvitre sempre ter em mente que, nem sempre as pessoas nos ferem voluntariamente. Muitas vezes somos nós que nos sentimos feridos e a pessoa nem mesmo percebeu.
Da mesma forma, quantas vezes nos sentimos decepcionados porque esta ou aquela pessoa não correspondeu às nossas expectativas. Cada um dá o que tem. Cada um vive o seu momento de crescimento espiritual e moral. Nada há a estranhar. Basta compreender.
Dê de você mesmo o quanto puder. É inevitável conjugar o verbo dar em todos os tempos modos e pessoas, porque quando de nossa partida, seja ou não na “hora combinada” no dizer da poesia cabocla, a única coisa que vamos deixar é a lembrança do que fizemos na prática da caridade.
Sejamos bons. Perdoar sempre é a prédica de Jesus. Jamais negar ajuda aos caídos, aos desalinhados, aos enfraquecidos, aos doentes de todo gênero.
Sejamos nós a dar sempre o primeiro passo. O Pai Celestial não nega o passaporte para a felicidade aos seus filhos. Todos nós podemos conseguir o visto de entrada nos esplendores celestes. A senha da salvação, o caminho, a estrada ou mesmo a vereda para seguirmos, se chama caridade.
Nesse estado d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim e semana em nome do Divino Galiléu.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli