Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
OS SEMEADORES DE ESPERANÇA.
No mundo em que vivem os filhos de Deus, considerando-se a escala progressiva dos mundos conhecidos, o que habitamos se chama de Provas e Expiações. A realidade é indiscutível. As dores fazem parte da nossa existência. É o momento em que provamos se estamos aptos a passar de ano na universidade da vida.
Não por outra razão na questão numero 260 de “O Livro dos Espíritos”, Capítulo VI, na escolha das provas, há o questionamento do ínclito codificador ao espírito da verdade propondo:
– “Como pode o Espírito querer nascer no meio de pessoas de má vida?”
Resposta: - “É necessário que ele seja colocado num meio onde possa suportar a prova que pediu.
Pois bem! É preciso que haja analogia nas situações. Para lutar contra o instinto do roubo é preciso que se encontre entre pessoas dadas à prática de roubar”.
Fácil concluir, pois, que toda experiência doce ou amarga que vivemos tem o seu propósito e Deus nos livre de exprobar quando nossos projetos não se realizam tal e qual o planejamos. Em verdade, na oração dominical apreendemos que deve ser feita vontade do Pai e não a nossa. Ora, quantas vezes os nossos projetos não têm sintonia com as nossas necessidades.
Por essa razão, o Senhor da Vida, não nos dá tudo o que pedimos, mas não nos deixa faltar nada, absolutamente nada do que necessitamos para o nosso crescimento espiritual.
Nem por isso, os filhos de Deus devem deixar-se abater, entregar os pontos e permitir que a depressão ou a síndrome de pânico tome conta de nossas vidas. Ao contrário, devemos viver alegres e felizes cientes de que somos filhos de Deus, na clara explanação das questões 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos”.
Assim sendo, à luz das lições preciosas do Homem de Nazaré, somos Co-Criadores e responsáveis pela semeadura de nossa felicidade, de nosso futuro. Somos em última análise os arquitetos dos projetos de nosso porvir. Somos hoje o resultado do ontem. Seremos amanhã o produto do que realizarmos hoje.
Por esse motivo, o Divino Jardineiro, quando no mar de Tiberíades, também conhecido por lago de genesaré subiu num barco e estando todo o povo na margem exortou-os na parábola imorredoura do Semeador, dizendo:
“Aquele que semeia, saiu a semear, e, enquanto semeava, uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e vindo os pássaros do céu a comeram.
Outra caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra e logo nasceu porque a terra onde estava não tinha profundidade. Mas o Sol tendo se erguido, em seguida, a queimou; e, como não tinhas raízes, secou.
Outra caiu nos espinheiros, os espinhos, vindo a crescer a sufocaram. Outra, enfim, caiu na boa terra, e deu frutos, alguns grãos rendendo cento por um, outros setenta e outros trinta.”
É assim amigos que, mesmo diante das dificuldades da vida, nas provas e expiações, na qualidade de filhos de Deus, Co-Criadores da vida, somos convidados a não desanimar diante das turbulências do mar bravio da existência e tudo fazer para sermos os semeadores da boa nova.
Praticar o verbo fácil da boa palavra, do estímulo que constrói, pois no dizer do Divino Galiléu, a palavra é vida. Por onde mourejarmos somos responsáveis pela luz que irradia a esperança, a fé e a prática da caridade, pois nas asas da esperança e da fé, levantaremos vôo até os páramos celestiais, destino dos filhos da Providência Divina.
Os espíritos Emmanuel e André Luiz, no livro "Estude e Viva", pelas mãos abençoadas de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira lecionam que possivelmente não teremos pensado ainda no verbo formoso e grave a que todos somos chamados:
“Criar para o progresso. O Criador, ao dotar-nos de razão, a nós, criaturas, conferiu-nos o poder de imaginar, promover, originar, produzir”. Não ocultamos que conhecemos à lei de causa e efeito e sua aplicação em termos de exatidão. Todavia, utilizamo-la, quase sempre, tão-só para justificar sofrimentos, esquecendo-lhe a possibilidade de estabelecer alegrias.
Somos responsáveis pelas alegrias e as tristezas e ao gerar os acontecimentos experimentamos essa força que nos é peculiar, na formação de circunstâncias favoráveis as criaturas da Consciência Cósmica.
Dizem os espíritos venerandos em apreço que:
“Antes do comboio a vapor, a eletricidade já existia. Os transportes arrastavam-se pela tração, mas foi preciso que alguém desejasse criar na Terra a locomotiva, que se converteu a pouco e pouco no trem elétrico, a fim de que a Civilização aprimorasse os sistemas de condução que prosseguem para mais altas expressões evolutivas.
O firmamento era vasculhado pelos olhos humanos há milênios, mas foi necessário que um astrônomo inventasse lentes, para que os povos recolhessem as preciosas informações do Universo, que já havia antes deles.
O princípio é idêntico para a vida moral. Precisamos hoje e em toda a parte dos criadores de harmonia doméstica e social, dos desenhistas de pensamentos certos, dos escultores de boas obras.
O tempo nos ensinará a entender a necessidade básica de se criarem condições para o entendimento mútuo, como já se estabeleceram normas para o trânsito fácil do automóvel.
Inventa em tua existência soluções de conforto, suscita motivos de paz, traça diretrizes de melhoria, faze o que ainda não foi aproveitado na realização da riqueza íntima de todos.
Provavelmente estamos na atualidade em estágio obscuro de lições, sob a atuação imperiosa de ações passadas. Mas não nos será correto esquecer que somos Inteligências com raciocínio claro e que, se antigamente nos foi possível colocar em ação as causas que neste momento e neste local nos infelicitam, retemos conosco a sublime faculdade de idear, planejar e construir”.
Sejamos, pois, no dia a dia, na hora a hora, semeadores de esperança, levando a outrem a alegria de viver essa reencarnação, bela, colorida e consentida, pois no dizer de Antoine de Saint-Exupéry: “Tu serás eternamente responsável por todo o que cativas”.
Neste estado d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, convictos de que somos treineiros para semeadores de esperança, com votos de um ótimo final de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.