Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
SEDE PERFEITO.
O desejo dos filhos de Deus no caminho de sua evolução certamente é se tornarem perfeitos. A busca por esse ideal passa necessariamente pelo inaudito esforço de cada criatura cumprindo a lei de progresso na busca da almejada felicidade.
Os profitentes da doutrina espírita bem sabem que o capítulo XVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” sob a luz judiciosa da lógica não há dúvida de que a perfeição absoluta pertence somente a Consciência Cósmica.
A criatura não suplantará o seu Criador.
Por isso, o que podemos obter com os nossos indispensáveis esforços será a perfectibilidade, característica da qualidade de perfectível, ou em outras palavras o que se pode aperfeiçoar ou é suscetível de ser aperfeiçoado. Nesse caminhar a humanidade teve como modelo espíritos de luz diamantina para balizar o comportamento a ser seguido.
Sempre evocados os venerandos espíritos benfeitores da humanidade, Emmanoel, Eurípedes Barsanulfo, Dr. Bezerra de Menezes, Sócrates, Platão, Madre Tereza em Calcutá, Irmã Dulce, Sidarta Gautama, Mohandas Karamchand Gandhi, Antoine de Saint-Exupéry Hippolyte Léon Denizard Rivail entre outros benfeitores que vêm a esse planeta em nome do amor para iluminar nossos caminhos.
Nesse sentir, sem nenhuma dúvida o modelo e guia da humanidade, o ser mais perfeito que a Divindade nos concedeu é o Divino Jardineiro, consoante dispõe a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”.
O homem de Nazaré legou inovador ensinamento para nos esforçarmos a fim de ter uma conduta proba, digna e reta, buscando a perfeição mediante os seus caracteres segundo dispõe São Mateus, cap. V. v. 44, 46, 47 e 48 ao estabelecer:
“Amai os vossos inimigos: fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis?
Os publicanos não o fazem também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos que fazeis nisso mais que os outros? Os Pagãos não o fazem também? Sede, pois, vós outros perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.”
Sem nenhuma dúvida, a virtude da perfeição constitui nosso dever e obrigação persegui-la a qualquer custo. Trata-se de responsabilidade personalíssima, portanto intransferível a outrem.
A cada filho de Deus, perfectíveis que somos, compete fazer o melhor e cada vez mais perfeito tudo que realizarmos, até alcançarmos os esplendores celestes.
Por essa razão, que não nos engane nosso livre pensar ao encontrarmos nas narrativas evangélicas, que após Jesus ser condenado pelo tribunal espúrio, arrependeu profundamente.
Compungido, ele foi ter com os sacerdotes e queria lhes devolver as trinta míseras moedas de prata que anteriormente tinha recebido. Em seu inconformismo por não ter vigiado os seus procedimentos na procura da perfeição, em pranto sustentou aos sacerdotes.
Peguei as moedas traindo sangue inocente. Como resposta de Caifaz obteve a amarga interrogativa afirmando: Que nos importa? Isso é contigo.
É verdade amigos.
Tudo o que nos acontece é conosco mesmo e não com o vizinho. Por isso, todos têm por obrigação e dever buscar a diretriz da perfeição. Cumprir as leis da Divindade. Obedecer ao comando das prédicas do Homem de Nazaré e manter-se atento às questões de nossa alma, o que equivale dizer, tendo ouvidos para ouvir e olhos para ver.
Em tempos memoriais Antoine de Saint-Exupéry gravou inesquecível legado aos irmãos na luta do bom combate: “Tu serás eternamente responsável por tudo o que cativas”.
Parodiando o insigne escritor, os irmãos de caminho dizem com muita propriedade: O Homem é responsável pelo seu futuro, o arquiteto de suas esperanças. O ontem é o que vivemos hoje e o amanhã e o que estamos fazendo de nossas vidas no presente.
Por essa razão, o dizer de Caifaz na lição evangélica é conosco sim. Sermos perfeito é sem dúvida o precioso convite do Celeste Amigo para nos conduzir aos páramos celestiais.
Algumas regras do bem viver nos auxiliara no caminho da perfeição. Devemos evitar, custe o que custar, o uso da má palavra porque é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas sugestões. O caso de Judas demonstra a inconseqüência e a perversidade dos que cooperam na execução dos grandes delitos.
O Espírito imprevidente por vezes considera e atende conselhos malévolos inspirados no desamor as coisas Divinas. Mas, quando as consequências chegam, em obediência à lei de causa e efeito, ele se encontrará sempre solitário.
Ao agir corretamente estaremos conduzindo às nossas vidas companheiros de boa índole e suas iniciativas serão a todo tempo alvissareiras, pois são muitos os que desejam partilhar as vitórias e desfrutar dos sucessos que uma vida absolutamente correta conduz os filhos da Providência Divina.
Nesses momentos, somente a consciência ilibada socorrerá o seu portador. Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente para ser perfeito.
Lamentamos registrar que a experiência amarga de Judas repete-se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em diferentes setores. Há quem ouça as delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina e se afasta da improbidade ou não segundo suas pulcras intenções ou má inclinações d’alma.
Essas ocorrências no dia a dia e na hora a hora se dá no trabalho, na vida social ou familiar. E certo também que por vezes, ao optarmos por seguir as leis da Consciência Cósmica e os ensinamentos de Jesus, o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias sob a égide da lei de progresso e do reto dever cumprido.
É sempre preciso vigiar e orar porque se é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba-se com falsas expectativas. Passa-se a achar o dever ingrato. Enamora-se de ganhos fáceis, aventuras inconseqüentes ou folgas mais dilatadas.
Com grande facilidade se convence a razão de que se faz mais do que o necessário, que há exploração e somos incompreendidos. Embalado nessas ilusões, consegue argumentos para desertar do dever em busca da perfeição.
Embrenha-se em labirintos escuros e ingratos, dos quais será muito difícil sair. Quando reconhece o equívoco do cérebro ou do coração, volta-se para quem o aconselhou ou instigou. É então que ouve a mesma frase dita a Judas, em seu momento de desespero: Que nos importa? Isso é contigo.
Não por outra razão, convém refletir sobre essa realidade, perante os conselheiros de plantão. Nas complexas ocorrências da vida, a saída mais fácil raramente é a mais honrosa. Contudo, o caminho do dever em busca da perfeição é o único que pode ser trilhado em paz. Pouco importa o que os outros aconselhem ou façam o contrário.
A responsabilidade pela escolha do caminho ou da porta estreita ou larga é sempre pessoal e intransferível. Com os mesmos sentimentos, é o ideário do capítulo 91 do Livro “Pão Nosso”, ditado pelo Espírito Emmanuel e psicografia de Francisco Cândido Xavier, da ed. Feb.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, desejando um feliz natal próspero ano novo, repleto de perfeição em nome do ilustre aniversariante do mês, Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli