Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
As dificuldades existênciais.
A imensa jornada da criatura de Deus pelo planeta de provas e expiações na busca dos páramos celestiais é feita de atropelos, desacordo, desinteligências em uma palavra as divergências.
Muitas pessoas, inadvertidamente, chegam a exprobar ao seu oponente dizendo em alto bom som: “Faça como eu”. OH! Meu Deus quanta falta de sensibilidade existe nessa proposta.
Cada um dos filhos a Divindade foi criado simples e ignorante segundo dispõe a questão 133 e 804 do “O Livro dos Espíritos”. Todavia, instruíram-se nas lutas e tribulações da vida corporal cada um a seu modo. Cada um deles tem maior vivência e, por conseguinte, maior ou menor experiência. A diferença está no grau de sua experiência e da sua vontade o que resulta do livre arbítrio.
Nesse sentir, considerando a criação dos filhos da providência Divina em momentos distanciados uns dos outros, as experiências personalíssimas de cada um e o exercício do livre arbítrio, é óbvio que não se pode pedir ou exigir de outrem um comportamento idêntico.
Em outra dialética, o Pai Celestial cria até hoje leciona o Homem de Nazaré. Logo, é crível que sendo todos espíritos, irmãos uns dos outros, por óbvio a criatura que primeiro saiu das mãos do Criador, percorreu os caminhos da universidade da vida por primeiro e assim será detentor de maiores conhecimentos.
Nesse caso, jamais se pode pedir, ou exigir que outrem faça como nós. Somos por natureza seres personalíssimos.
Cada um detém sua reserva de aprendizado e conhecimento na sua jornada existencial e por essa razão sempre encontraremos as divergências que nos diferenciam uns dos outros na filosofia, no proceder, nas atitudes, na sociedade civil organizada, na ideologia e na vida como um todo.
Que não nos engane nossa vã filosofia que estas divergências sejam por natureza má. Elas, como tudo na vida, têm um propósito. Somamos os conhecimentos, apreendemos uns com os outros. Ficamos solidários nas situações de desesperanças.
Praticamos a caridade em todo gênero número e grau e assim que uma “fatalidade” se acerca de outros irmãos em prova de difícil resistência estendemos as mãos caridosas para socorrer os que vêm na retaguarda.
Abrindo-se o coração, onde se encontra nosso tesouro de amor, para prática da caridade em sua essência, se desperta o sentimento do amor na excelência da palavra e faz as criaturas seguirem o exemplo do maior modelo e guia da humanidade: Jesus de Nazaré.
Ademais, sem pieguice, as dificuldades existenciais não são privilégios nossos. Todos tiveram a mesma origem e estamos convidados ao aperfeiçoamento de nossos procedimentos mediante ao poderoso instrumento do livre arbítrio.
Nesse caso, apenas para ilustrar, evoquemos o apóstolo Paulo de Tarso aos Romanos, 7.21 – “Acho então esta lei em mim: quando quero fazer o bem, o mal está comigo.”
Desedenta-se também esses conhecimentos na mesma fonte cristalina do Apóstolo em apreço: O principal teólogo cristão do primeiro século, em suas cartas lecionou a posteridade o " faço não o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer".
Não por outra razão, o espírito benfeitor da humanidade Emmanuel considera no livro ‘Pão Nosso’, pela psicografia das mãos abençoadas de Francisco Cândido Xavier, os conflitos existenciais sob as luzes diamantinas das suas reflexões sob os auspicios dos seguintes esclarecimentos:
“Os discípulos sinceros do Evangelho, à maneira de Paulo de Tarso, encontram grande conflito na própria natureza. Quase sempre são defrontados por enormes dificuldades nos testemunhos.
No instante justo, quando lhes cabe revelar a presença do Divino Companheiro no coração, eis que uma palavra, uma atitude ligeira os traem, diante da própria consciência, indicando-lhes a continuidade das antigas fraquezas.
A maioria experimenta sensações de vergonha e dor. Alguns atribuem as quedas à influenciação de espíritos maléficos e, geralmente, procuram o inimigo no plano exterior, quando deveriam sanar em si mesmos a causa indesejável de sintonia com o mal.
É indubitável que ainda nos achamos em região distante daquela em que possamos viver isentos de vibrações adversas, todavia, é necessário verificar a observação de Paulo, em nós próprios.
Enquanto o homem se mantém no gelo da indiferença ou na inquietação da teimosia, não é chamado à análise pura; entretanto, tão logo desperta para a renovação, converte-se o campo íntimo em zona de batalha.
Contra a aspiração bruxuleante do bem, no dia que passa, levanta-se a pesada bagagem de sombras acumuladas em nossas almas desde os séculos transcorridos. Indispensável, portanto, grande serenidade e resistência da nossa parte, a fim de que o progresso alcançado não se perca.
O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível”.
Com esses sentimentos d’alma, anelando que possamos fazer das divergências do dia a dia e da hora a hora, motivo d’ouro para o nosso progresso. Segue também nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade desejando um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.