PREDIÇÃO.
Uma das curiosidades dos seres humanos é saber o que será que vai nos acontecer no dia imediato. Quem sabe ainda hoje mesmo, nos negócios, no amor, nos nossos projetos. Será que vai dar tudo certo? Temos uma curiosidade insaciável.
Não por outra razão, os místicos e mesmo os agnósticos se comprazem com os ledores de carta, de búzios, tarô e outras práticas que visam o vaticínio das pessoas ou coisas. Esquecem-se, entretanto essas pessoas, que Deus não deu o poder a nenhum ser humano para as adivinhações ou previsões do futuro.
É bem verdade que os apóstolos quando em desdobramentos ou na emancipação dalma, traziam revelações do plano espiritual para instruir-nos no caminho do homem de bem. De fato, se observado com atenção esse fenômeno ocorre com todos nós. Quando desprendidos do corpo físico e entregues ao sono esplêndido nas mãos de Morfeu em parceria como Deus Cronos, vivemos no plano extraterrestre.
Ao acordarmos, voltando para o corpo físico, invariavelmente recordamo-nos de pedaços daquilo que fizemos ou assembleia que comparecemos no plano espiritual.
Ao voltarmos para o mundo material, despertando e retornado a matéria densa do corpo físico, perdemos muitos "pedaços" dos acontecimentos, e não nos lembramos dos chamados "sonhos".
O
s franceses têm para essas recordações do espírito uma expressão que muito bem define esse estado dalma. Dizem Déjà vu a uma reação psicológica fazendo com que sejam transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já viu aquelas pessoas ou presenciou certos acontecimentos.
Essa circunstância prova que somos espíritos, e nessa qualidade filhos de Deus, como propõe as questões 133 e 804 de "O Livro dos Espíritos".
A propósito, a efeméride merece o registro, nesse dia 18 de abril, estamos comemorando 153 anos da chegada a esse planeta de provas e expiações, da promessa do Cristo de Deus do Consolador, valendo dizer estamos a um sesquicentenário e mais três anos da chegada dessa promessa que responde a todas as nossas mais bem intencionadas indagações, eis que a lume o livro em apreço no dia 18 de abril de 1857.
Nesse caso, não se olvide de consultar as questões desse Codex sob os números 121, 189, 206, 225, 328, para reter-se os conhecimentos da vida futura, da segunda vista, dos sonhos e a voz do instinto.
Em verdade, se desejarmos saber o nosso futuro, olhar o presente pode dar um bom indicativo de como será o nosso porvir. Da mesma sorte, olhando o presente podemos compreender o nosso passado.
Nesse exame de nossas vidas, presente e passada para alcançar os altiplanos celestiais, seremos capazes de constatarmos a Misericórdia do Pai Celestial para com os seus filhos, oferecendo-nos as oportunidades de regeneração quando nos desalinhamos nos projetos elaborados na pátria espiritual.
Por essa razão, o Divino Jardineiro asseverou que não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai. Logo, é óbvio que somos responsáveis pelos nossos atos, no uso e gozo de nosso livre arbítrio e não será necessário que saibamos objetivamente o nosso futuro, mediante os ledores de "boa sorte".
Em literal interpretação da questão em exame, sendo a Consciência Cósmica, Onipotente, Onisciente, Onipresente, é óbvio que se fosse necessário às nossas existências o conhecimento adrede do passado ou o futuro Ele nos daria essa noção. Nasceríamos com a recordação do que fomos no pretérito e com a vidência do que seríamos no nosso porvir.
Por outro lado, sabendo que o Senhor da Vida tudo sabe e tudo conhece e mesmo assim compulsoriamente entrega aos seus filhos, o manto do esquecimento e a inteligência para discernir pela nossa atitude o resultado que alcançaremos em nosso futuro, é evidente que se trata de uma bênção oferecida pelo Senhor do Universo as suas criaturas e não de incompetência do nosso Criador.
NÃO HÁ PRIVILÉGIOS NO REINO DOS CÉUS.
A Providência Divina não dotou uns de presciência e outros de ignorância. Nesse sentir, não se pode crer em predição, ledores de cartas, búzios ou tarô, pois somos todos iguais perante a Consciência Cósmica.
Está aí o Pentateuco Espírita. Todos têm acesso às informações da vida, bela, colorida e consentida. O Consolador prometido por Jesus de Nazaré aos seus irmãos já chegou. É a vitória da reencarnação sobre o misticismo.
Por essa razão, a comunicação com os espíritos é realizada com prudência e responsabilidade. O médium responsável não se transforma em "agente de consultas". É importante recordar que os espíritos não estão à nossa disposição, principalmente para a satisfação pessoal, egoísta e leviana.
Os bons espíritos não se dispõem aos chamados ou as evocações sem um fim sério, instrutivo e coletivo. E se por acaso eles atendem ao chamado, sua comunicação é curta e restrita não ofertando respostas que satisfaçam a curiosidade pueril.
A evocação é muito penosa para espíritos bons quando chamados inutilmente ou para futilidades. Assim eles não comparecem ou se retiram logo que percebam as impuras intenções dos evocadores.
A propósito, a dialética do "Livro dos Médios" ensina que eles são incompatíveis para servir de distração a curiosos. Contrário senso, os espíritos maus, ligados a predição e as brincadeiras divertem-se com essa postura.
Não por outra razão, a fé raciocinada é o ícone de nossas vidas, relembrando-nos oportunamente as lições do Homem de Nazaré, para termos ouvidos para ouvir e olhos para ver.
O mundo onde vivemos é sério, estamos em período de transição no planeta de provas e expiações para o planeta de regeneração. É preciso urgentemente que nos acautelemos evitando evocar os espíritos levianos, ou participar de confrarias que pretendem enganar a boa fé dos que estão desatentos. Preparar em fim para as mudanças evolutivas que nos aguardam para o reino de Deus é dever de todos.
Com esses sentimentos dalma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade em nome do Divino Jardineiro, com votos de um ótimo final de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.