A vida na visão dos poetas é sempre um grande espetáculo. Cada um dos filhos de Deus, viajando por esse planeta de prova e expiação vê os acontecimentos do dia a dia e hora a hora, pela luz de seus olhos.
Onde um vê sofrimento, desgraça e perdição, outros conseguem ver a beleza que o Senhor da Vida brindou o planeta onde vivemos, o corpo maravilhoso que recebemos e as flores que enternecem os corações amorosos ao contemplar o altar da natureza, desabrocham e na beleza da natureza está o autógrafo de Deus brindando seus filhos no grande espetáculo da vida, sempre belo, colorido e consentido.
A propósito da retórica, seria de bom alvitre relatar um fato pitoresco ocorrido na vida do poeta Olavo Bilac. Certa feita o dono de um pequeno comércio, amigo do memorável escritor, abordou-o na rua e foi logo dizendo:
- Sr. Bilac estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal? Sabe o senhor que não tenho muita intimidade com a pena e agradeceria o favor.
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu.
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e margeantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".
Passado algum tempo, o poeta pátrio topa com o amigo e a guisa de curiosidade, pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
A resposta foi inusitada.
- Nem penso mais nisso - disse-lhe o amigo - quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha eu tinha nas mãos.
É isso amigos.
Todos os dias, o Senhor da Vida, enche-nos de graças e na cegueira espiritual em que nos deleitamos diante da falta de religiosidade, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de miragens e falsos tesouros.
Que benção é valorizar tudo o que você possui. Comece por valorizar a pessoa que está ao seu lado, a esposa, os filhos, os netos, os amigos que estão perto de você.
Não se esqueça do emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso, enfim tudo aquilo que o Pai Celestial nos concede para o grande espetáculo da vida. Sob o beneplácito desse olhar, a vida é bela, colorida e consentida proporcionando-nos diariamente o nosso crescimento espiritual.
O amigo de Olavo Bilac passou a ver a vida pela luz de seus olhos. Não há contradita, é da pedagogia da vida em direção aos páramos celestiais o acerto e o erro.
Quando acertamos estamos subindo os degraus da felicidade. Quando erramos, a lição serve para nos corrigir a não incidir mais naquele desengano.
Assim, seja sempre um grande batalhador, não importa o que aconteça. Evocamos a figura do apóstolo Paulo. Todos sabem que no proscênio da humanidade, ele, homem de família nobre, rico, culto, um dos rabinos da igreja ortodoxa, de uma inteligência incomparável, converteu-se na estrada e Damasco.
Quando o Cristo de Deus apareceu para ele com sua luz radiosa, cegou-o. Ele caiu da sua montaria, e sem questionar, de joelhos disse na mais sublime doçura: Oh! Mestre. “Que queres que eu faça?”.
Sabe-se que naquela ocasião ele fora a Damasco para matar Ananias, irmã de Abigail e ao depois foi curado por aquele a quem julgava o seu algoz.
Convertido no amor do Divino Jardineiro foi banido da sua igreja, da família, espoliado, vivendo literalmente na miséria, pregava a palavra de amor e os ensinamentos do Sublime Pastor.
Ao final de sua vida, condenado à morte, diante da benevolência do centurião que se propunha libertá-lo às escondidas, determina ao seu algoz que cumpra o seu dever, pois o dele já estava realizado.
Pois bem.
É dele, o apóstolo dos gentios a recomendação para “lutarmos o bom combate”. Jamais deixar-nos esmorecer diante das provas da vida, das loucuras dos crimes hediondos, dos roubos e furtos, dos homicídios, dos suicídios, da eutanásia ou da ortanásia.
Tudo isso faz parte o bom combate. A escolha sim. Essa é nossa. O livre arbítrio nos dita a conduta e depois faremos um recenseamento de nossas escolhas para sabermos se podemos ou não passar de ano na prova da vida, recebendo carta de alforria para habitar o planeta cujo alvorecer se anuncia nos hoste da regeneração.
Não tenha, pois, medo de falhar. O importante é realizar a prova e se falhar, vale chorar. Chorar é o sentimento d’alma que se manifesta para que se repense a vida, mas jamais recue. Ofereça uma chance à vida.
Encontre um oásis em seu deserto. Os perdedores vêem os raios a queimarem incessantemente. Os vencedores vêem a chuva e a oportunidade de cultivar.
Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos. Os vencedores começam tudo de novo. Escolha ser um ser humano consciente, livre e inteligente.
Sua vida é mais importante do que todo o ouro do mundo. Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida. Apesar dos seus defeitos, você não é um número na multidão. Ninguém é igual a você no palco da vida. Você é um ser humano insubstituível.
Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível.
Os filhos de Deus em busca da perfeição, atendendo ao convite do Divino Jardineiro para sermos perfeitos, muito embora saibam que a perfeição absoluta somente pertence ao Senhor da Vida, entende que devem se esforçar para serem perfectíveis.
Em outras palavras, buscar incessantemente dar e fazer o melhor de sua capacidade para conseguir as láureas da vida bela, colorida e consentida. É na natureza humana por essa mesma razão, viver em sociedade.
O homem é um ser eminentemente gregário. Nessa condição tem o caráter da solidariedade. Afasta-se do misantropo e também do eremita porque deseja com sofreguidão apreender novas técnicas, trocar experiências com os seus iguais.
É salutar esse procedimento. Acabamos por nos ajudarmos mutuamente. Fazer a caridade, oferecer o ombro amigo as considerações dos que estão estiolados pelas provas e carecem do arrimo da boa palavra para suportar o momento da dor.
Ouvir, 0h! Meu Deus. Quantas pessoas carentes esperando que alguém ouça as suas súplicas iluminem suas dúvidas, ofereça-lhe a palavra dulcificada que consola.
Dê-lhe novo ânimo diante de uma “desventura”. O mundo inteiro carece do amor, imbatível amor. Por essa razão O Divino Jardineiro veio a este Orbi. Trazer a Lei de Amor, de Justiça e de Caridade.
Deus cuida de tudo e em nome do amor tudo terá no tempo a solução ideal, seja do aprendizado pela amarga experiência vivida, ou seja, pelo instrumento de nossa resignação porque a decepção também é ensinamento que nos faz crescer.
Nesse sentir, que maravilhosa oportunidade de exercitar a virtude do perdão incondicional, abrir o coração sem egoísmo, sem paixão, sem posse, mas realizando a catarse indispensável ao verdadeiro amor ao próximo.
Devemos, sempre, valer-nos das relações humanas para realizar o bem que nos aguarda, pois todo o benefício que lançamos ao nosso próximo advogará no futuro próximo a nosso favor.
Afinal, viver é relacionar-se, envolver-se profundamente na família, na sociedade civil organizada, no contato diário com os irmãos, no trabalho na escola, nos fóruns da vida.
Onde esteja presente um dos nossos irmãos, será oportunidade d’ouro para mostrar nossa alegria, nosso sorriso e o brilho de nossa alegria. Recordamos Jesus. Sempre alegre.
Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não viverá na escuridão, mas terá toda a luz da vida. Presciente dos acontecimentos futuros que lhe haveria de impor o trajeto das dozes estações do calvário, assim mesmo, muito tempo antes bailou alegremente nas bodas de Canaã, pois ter alegria é ter paz.
Por essa mesma razão, o Divino Galileu ao chegar na roda dos amigos e necessitados, os saudava dizendo eu vos dou a minha paz e ao se despedir, dizia alegremente, eu vos deixo a minha paz.
As decepções da vida, também são instrumento de ensino, preparando o coração dos bem aventurados os que têm puros os corações para amar aqueles que vêm na retaguarda da vida.
No dizer do espírito benfeitor da humanidade Joanna de Ângelis, nosso proceder deve sempre deixar pegadas luminosas nos caminhos por onde passamos a fim de servir de guia e luz para aqueles que vêm na retaguarda.
Evoquemos Jesus, o modelo e guia da humanidade segundo dispõe a questão número 625 de “O Livro dos Espíritos”. Imitemo-lo e sejamos felizes.
Impregnados nos sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações com a oblata da fraternidade em nome do Divino Galileu com votos de um ótimo final de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli