Sem contradita os filhos de Deus que têm sede de conhecimento procuram com sofreguidão o sentido da vida. São tantas as provas que nos submetemos diariamente à busca do nosso aperfeiçoamento.
Nessas provas e expiações a que nos submetemos são tantos os contrastes que é inegável a realidade que o dia a dia nos mostra no seio da sociedade nos deixando perplexo.
De fato são as cizânias, as agressões, as mortes prematuras, os assassinatos, os furtos e roubos e a imoralidade campeando ao desgoverno como se a vida não tivesse outro sentido, senão aplicar a “Lei de Gerson” e por essa vereda nasce um sentimento de impotência dentro dos corações amorosos e vem à mente a interrogação que não se cala:
0h! Meu Deus. Por que há tanta distância entre os ricos e os pobres, os sadios e os doentes, os que parecem navegarem em céu de brigadeiro e outros transitam entre as tempestades da vida?
Tudo isso tem uma causa, pois nada, mas nada mesmo é por acaso, senão a lição do Divino Jardineiro de que não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai Celestial não teria valor.
Vamos então buscar subsídio para as nossas indagações, no cemitério do Père-Lachaise, onde foram sepultados os restos mortais do eminente professor, escritor e tradutor francês, Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, 3 de outubro de 1804, falecendo em Paris, 31 de março de 1869.
Utilizou o preclaro professor, o codinome de Allan Kardec para codificar a mensagem dos espíritos, promessa do homem de Nazaré de que não nos deixaria órfãos, mas que rogaria ao Pai para mandar outro consolador.
Em seu túmulo uma lápide esclarece à saciedade a importância de nossas vidas. Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei. Não há dúvida, nesse sentido, de que a vida é tão singela que acaba sendo uma atividade complexa entender tamanha grandeza em tão nobre simplicidade.
O conceito da vida é múltiplo, pois é subjetivo, e também é antigo, atual e futuro. Pensar na vida é olhar para dentro de nossa própria história e externar gratidão ou tão somente frustração.
Na estrada da existência há todo o tipo de experiência, e, a cada grau que saímos da rota, o destino final se redesenha. Será sempre possível ter uma postura ativa, sem altivez, que é má conselheira. Por mais que as alamedas surjam, também haverá aridez e incompreensões.
O mundo segue com suas energias, tal qual o ser humano e a natureza. A fragilidade da vida é tema recorrente em poesias, parábolas e conversações filosóficas. Há quem diga que somos vapores, meras sombras ou tão somente nuvens.
No momento da dor, no instante da sufocação sentimental, sentimo-nos menores. Os ombros ficam arqueados, e os pensamentos nublados não produzem paz.
A repetição dos acontecimentos podem até tornar o homem frio, mas jamais o tornará totalmente insensível, em algum canto de sua alma há “preso” um amor, um gostar e uma consideração que pode levá-lo a sucumbir emocionalmente.
O prestígio e a importância que atribuímos aos nossos bens e às pessoas que nos rodeiam ditam os passos de nosso caminhar. Quanto mais sozinhos estivermos e quanto mais protegidos em nossas redomas morais e preconceituosas nos acharmos, mais dificuldades encontrarão em sorrir com pequeno detalhe que fazem a diferença e que nos trazem serenidade.
No sucesso e no infortúnio vamos vivendo e, até o dia do último suspirar, vamos adotando posturas e atitudes que revelam para nós mesmos o que somos. O coração mais embrutecido ainda é capaz de “produzir” bondade.
A morte, quando presente, revela o quão singela é a vida, pois ela é ceifada em qualquer hora, em qualquer lugar, por causas que são meras desculpas para interromper uma existência. A complexidade de entender a simplicidade da vida é que nela cabem tantas coisas que feitos de uma vida podem ecoar por milênios.
A humildade da vida é tão grande que ela própria se torna pequena; são tantas as possibilidades em seu curso que pode não haver nenhuma, por fim; há tantas contradições em tantos consensos que há beleza só de pensar na vida.
Viver, na concepção humilde de um escritor desconhecido, a vida é um dom. A verdade, todavia é que nossa existência pode até parecer mágica, onde os truques são feitos de improviso, mas a verdade, é que o Senhor do Universo a tudo provê.
Por essa razão, no final haverá aplausos dos amigos celebrando os nossos acertos nosso bom combate e as críticas pelos desacertos certamente não serão acerbas, mas educativas. Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli