O ser humano de priscas eras tem se questionado o que se deve fazer para ganhar a vida eterna. Trata-se de questão que sempre espicaçou os filhos da Providência Divina na busca da felicidade. Os fariseus é bem verdade, mais como uma armadilha que prepararam a desfavor de Jesus do que interesses na pureza de seus sentimentos interrogaram Jesus sobre o ponto em referência.
Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo, no texto de São Mateus, cap. XXII, v de 34 a 40 “ipsis verbis”: “Mas os Fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos Saduceus, reuniram-se: e um deles, que era doutor da lei, veio lhe fazer esta pergunta para o tentar:
Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito. Eis o maior e o primeiro mandamento. Eis o segundo, que é semelhante a este: Amarareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos.”
Há também uma página memorável no Evangelho em apreço, da lavra de São Mateus, capítulo XXV, v. de 31 a 46, na qual o doutor da lei, sempre com o objetivo de tentar o Mestre a cair em contradição com os seus ensinamentos, pergunta a Jesus, desta feita sobre a vida eterna para os justos nestes termos:
“O que será preciso que se faça para possuir a vida eterna”? O Divino Pastor, pedagogo por excelência, tinha como método a repergunta e o fez ao seu interlocutor:
Que é que está escrito na lei? O doutor da lei não teve dúvida e respondeu: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, e toda a vossa alma, de todas as vossas forças e de todo o vosso espírito e vosso próximo como a vós mesmos”. Jesus então lhe disse: Respondestes muito bem: fazei isso e vivereis.
Nesse sentir evangélico, sem contradita se obtém o prêmio da vida eterna e, bem sabem os profitentes da doutrina rediviva que foi nesse episódio que o Divino Pastor contou a parábola do bom Samaritano dando a regra pétrea do bem proceder pela prática da caridade, passaporte para a vida eterna.
Não é por outra razão que os filhos da Consciência Cósmica buscam incessantemente a carta de alforria para encontrar a felicidade destinada a vida eterna.
Contudo, não se olvide as lições liriais do Divino Jardineiro, pois as estradas que conduzem os filhos da Providência Divina aos Páramos Celestiais são incontáveis, mas necessariamente passam pelo caminho das virtudes.
O perdão das ofensas, a mansuetude, a afabilidade, Honrar o vosso Pai e a vossa Mãe, a Piedade, a Beneficência, sem sombra de dúvida, a caridade material com ênfase para a caridade moral, enfim, a caridade sob todos os aspectos, em todos os gêneros, números e graus será o nosso maior e melhor defensor para nos fixamos na vida eterna.
Por essa razão e em função dessa nobre virtude, é oportuno relembrar nessa ensancha a lição de Paulo de Tarso, o apóstolo dos Gentios, ao decantar em prosas e versos a virtude da caridade por excelência, como se inscreve “Ipsis Litteris”.
“Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade não seria senão como um bronze sonante, e um címbalo retumbante;
E
quando eu tivesse o dom de profecia, penetrasse todos os mistérios, e tivesse uma perfeita ciência de todas as coisas; quando tivesse ainda toda a fé possível, até transportar as montanhas, se não tivesse a caridade eu nada seria.
E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os pobres, e tivesse entregue meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso não me serviria de nada”.
Bem se vê pelo quanto se discursa no tema que o caminho para a vida eterna é sem dúvida a caridade e todas as formas de virtude impregnadas nos corações dos filhos de Deus, como sementes a espera do momento da germinação.
A caridade é sem dúvida a virtude que está ao alcance de todos e ninguém pode se escusar ou pretextar estar impedido de realizá-la seja ele ignorante, sábio, rico e ou pobre, não importa também a crença particular que professe cada um dos filhos da Potestade.
Com fluxo nesse ideário é irresistível a reflexão daqueles que têm sede de saber, a convicção de que quem é caridoso tem em si latente a essência do amor por excelência, e, sem contradita transita pelas pegadas da excelsa missão do Divino Pastor quando em trânsito por esse Orbi.
De fato, a missão do Divino Jardineiro em seu missionato de amor, foi trazer aos seus irmãos, concomitantemente com o exemplo de que fala a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, trouxe-nos a Lei de Amor, de Caridade e de Justiça.
No amor está a raiz de todas as virtudes da alma. Desalgema e desacorrenta o ser humano dos vícios atávicos, uma vez que na sua natureza intrínseca constitui energia sublime e incomparável, capaz de nas horas de discussão violenta fazer brotar esse sentimento Divino que lecionou o Homem de Nazaré.
São simples os procedimentos do amor. Calar para não ferir o interlocutor. Evitar o revide. Esforçar-se para pronunciar a palavra de calma. Lembrar-se de que o amor é o lenitivo infalível que cura as enfermidades do espírito.
O amor de tudo é capaz. Transforma os momentos de dor em confiança no Pai Celestial na prédica do Celeste Amigo ao exortar, Batei e a Porta se vos abrirá. Pedi e Obterei.
Da mesma sorte, quando a dúvida toma conta dos nossos sentimentos, e o desespero reina em nossas esperanças, o amor faz nascer a paz nas preciosas lições do memorável Jesus de Nazaré quando manda que os irmãos menores olhem os lírios e os pássaros do campo que não tecem e não fiam e nem mesmo assim, o Pai Celestial se descuida deles.
Amar, pois, na essência Divina é abrir o coração para que o Senhor da Vida transite por nós, que mui grato e feliz estaremos aptos a receber a dádiva da vida eterna.
Com esse ideário, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, em nome da fraternidade universal e do amor, sublime amor, anelando um fim de semana de muita paz, em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo de sempre
Jaime Facioli.