Sem exceção, pode-se aventurar a conceber a idéia de que todos os filhos da Consciência Cósmica fazem um conceito do julgamento da Divindade quando as leis adredemente organizadas pela Potestade são desrespeitadas pelos seus filhos inscritos na universidade da vida.
Sob esse díptico é que constantemente imaginamos um senhor de barbas brancas e longas, com uma varinha nas mãos para punir os filhos transviados.
Em verdade não é assim.
Nos primórdios da civilização, diante da crença no politeísmo, ou em outras palavras a aceitação de inúmeras Divindades, era uma constante e cada ser humano atribuía aos seus desejos uma Potestade.
Assim, tivemos o Deus da chuva, do sol, do fogo e uma infinidade de Deuses. Diga-se nesse arraial que a mitologia grega foi pródiga nas suas crenças, uma vez que a filosofia popular até hoje quando se vai para o repouso do corpo físico, diz em tom de galhofa que se entregará a Morfeu, o Deus do sono, com desejos de que Cronos, o Deus do tempo, lhe conceda largo tempo de repouso.
Todavia, nada resiste à Lei de Progresso. Foi com “O Filho do Sol”, Akhenaton, segundo filho de Amenhotep III com Tiya, na dinastia Egípcia, que o faraó Akhenaton foi considerado por uns como visionário, por banir por decreto o politeísmo para estabelecer o monoteísmo. Mandou construir um palácio no qual o sol incidia diretamente durante todo o dia sobre o seu trono. Nascia assim, o Deus do Sol.
Passado largo tempo, Moisés o primeiro legislador da história da humanidade, consolida a crença numa única Divindade. Após cinco séculos desse avanço, chega no Orbi o Celeste Amigo para trazer a lei de amor, justiça e caridade.
Jesus, aproveitando nosso desenvolvimento intelectual para melhor compreensão da existência da vida, dá-nos a noção de que a Consciência Cósmica é nosso Pai Celestial e que é todo amor, bondade e misericórdia.
Em suas lições deixou claro que rogaria ao Pai para nos mandar em tempo oportuno, outro consolador que ficaria entre nós para todo o sempre.
Foi no dia 18 e abril e 1857 em Paris, em manhã radiosa e perfumada, com os Campos Elíseos engalanado veio, a lume “O Livro dos Espíritos”, cumprindo a promessa do Divino Pastor e esclarecendo à saciedade naquela oportunidade na questão número um a definição dessa unicidade, segundo a resposta oferecida pelo Espírito da Verdade.
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. Nesse sentir é óbvio que o Pai Celestial estabeleceu ordem e progresso em toda a sua criação, não deixando o Universo a desgoverno. Por essa razão, as 10 leis previamente estabelecidas para seus filhos atenderem aos ditames do bem viver e da responsabilidade para alcançar os páramos celestiais.
A Lei de Adoração; Lei do Trabalho; Lei de Reprodução; Lei de Conservação; Lei de Destruição; Lei de Sociedade; Lei do Progresso; Lei da Igualdade; Lei de Liberdade; Lei de Justiça, Amor e Caridade.
Nesse corolário, se respeitada as suas diretrizes, não haveria nenhuma sanção para reconduzir os homens para a trilha do bem.
Por outro lado, não se segue daí que o Senhor da Vida não tenha mais nada a fazer, senão ficar vigiado seus filhos no caminho de sua evolução, punindo-o a cada falta ou recaída.
Daí porque os que desejam fumar podem fazê-lo. Os que escolherem o caminho da mentira, da trapaça, do roubo, do furto, do latrocínio, podem realizar seus nefastos projetos.
Até mesmo as almas mais entibiadas com o que considera as misérias da existência, com um enorme engano põem fim à sua existência realizam o ato mais ignóbil, Deus não interfere no seu Livre Arbítrio.
É, todavia sem contradita, que a escolha da porta larga da vida, ou a prática dos atos tresloucados que realizamos militará a nosso desfavor, sem que a Providência Divina tenha que punir diretamente a violação as Leis Divinas.
É assim que os tabagistas de longas décadas podem experimentar um enfisema pulmonar, o desrespeito à caminhada diária e salutar gera obesidade que, por seu turno, entibia os joelhos pelo excesso de peso e assim diminuem a resistência do corpo físico.
É por essa mesma razão que deve olvidar os filhos da Consciência Cósmica, em hipótese alguma, que Deus é bondoso. Ele não usa um chicote ou um ferro em brasa para castigar os desalinhos de seus filhos.
A sanção que leva a correção é com amor. Qualquer que seja o seu erro, a retificação surge para o aprendizado, pois o “erro” é a razão pedagógica da vida para que se faça melhor no porvir.
É crível se imaginar, apesar da pobreza franciscana do exemplo, como se fosse numa sauna, transitar por uma sala de purificação, de limpeza, de revigoramento mental e espiritual e ao depois ver-se com um belo aspecto inteiramente renovado.
É dessa forma que as lições encontram nos desacertos o método lenitivo de correção, permitindo a renovação do ato, agora, melhor e mais perfeito sem a chibata do Pai Celestial. O sentido da vida é evolução, crescimento, embelezamento, abundância, paz.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli