O mundo onde habitam os filhos de Deus, presentemente, é o de provas e expiações. Tem pela sua própria natureza uma finalidade e um propósito. Como se extrai do entendimento de sua denominação a sua finalidade por essa viagem é a de realizar as provas para as quais nos escrevemos na Pátria Espiritual.
O Senhor da vida é tão generoso que nos permite aproveitar o tempo o máximo possível em cada encarnação. Por isso, ao realizar as provas necessárias à nossa avaliação, temos também a ensancha de ajustar os compromissos assumidos no passado com nossos desacertos, na tentativa de aprendizado que realizamos na ribalta de nossas vidas.
O ser humano não é mau por natureza. Descuidados e experimentando as várias oportunidades, escolhemos a porta larga da existência e comprometemos os nossos propósitos.
Com a reencarnação recebemos a oportunidade de progresso pelas provas a que nos submetemos na universidade da vida e efetuarmos os pagamentos aos nossos credores.
Tanto outrora, como agora, temos que realizar esforços inauditos para aproveitar as lições. É de Joanna de Ângelis o ensinamento de que somos todos aprendizes da felicidade.
Sem dúvida nessas condições devemos aproveitar as lições que o mundo nos oferece nas tarefas a que nos propomos e nas escolhas que fazemos em nossas profissões ou no lar onde optamos por construir o amor em plenitude.
É exatamente na família, a oficina de provas que haveremos de por em prática o que já apreendemos das lições do Divino Pastor, amando o nosso próximo como a nós mesmos.
O dom da inteligência concedido pelo Pai Celestial deve ser empregado com sabedoria para despertar as virtudes latentes da bondade e da paciência para resolver as dificuldades e os problemas existenciais, sem perder a serenidade.
Se pretendermos ser um bom juiz de nossas consciências, temos que apreender a ouvir os refolhos de nossas almas alertando-nos da realidade de nossos compromissos com a vida, bela, colorida e consentida.
Há um provérbio que ensina os viandantes pelos caminhos da vida que nos recomenda com muita propriedade: “Se aquele que vem a você tem o coração dolorido, escute-o; dê de si o mais que puder; facilite-lhe a prosperidade, a paz; mostre-lhe o bom caminho. São muitas as lições do mundo. A lição que você aprende agora torna mais fácil a que vem a seguir”.
Há, contudo, no aprendizado da vida, um obstáculo difícil de vencer. São as críticas de que seremos sempre objetos, porque haverá a todo o momento um fiscal a nos alertar qual o comportamento que deveremos adotar a cada passo. A propósito do tema, a questão 903 de “O Livro dos Espíritos” nos dá um bom exemplo de como proceder com esse instrumento de correção:
Questão 903 - É errado estudar os defeitos dos outros?
– Se é para os criticar e divulgar, há muita culpa, porque é faltar com a caridade. Se é para fazê-lo em seu proveito pessoal e os evitar em si mesmo, isso pode algumas vezes ser útil. Mas é preciso não esquecer que a indulgência pelos defeitos alheios é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de fazer aos outros uma censura de suas imperfeições, vedes se não se pode dizer a mesma coisa de vós.
Esforçai-vos, portanto, em ter as qualidades opostas aos defeitos que criticais nos outros, esse é o meio de vos tornardes superiores.
Se os censurais por serem avarentos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com baixeza, sede grandes em todas as vossas ações; em uma palavra, faz de tal maneira que não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: ele vê um argueiro no olho de seu vizinho e não vê uma trave no seu."
Apesar de ao vulgo parecer uma insensatez, a presença incômoda da crítica, deixa sempre um gosto amargo na boca e o reproche sempre pesa naquele que o recebe.
Em verdade, há crítica acerbas e que nada somam e seu objetivo é apenas destruir. A maldade lamentavelmente ainda existe em muitos corações que guarda como precioso tesouro a vaidade. Contudo, nesse instrumento corretivo está intrínseco o alerta para a correção dos atos equivocados.
Por isso, mesmo que pareça ser justa a crítica, quando de nossa parte, não olvidemos as lições de Jesus. Faça ao teu próximo aquilo que gostareis que vos fizesse. Sempre será oportuno refletir antes de proferir a crítica. Cabe-nos examinar com cuidado as nossas ponderações.
Devemos pensar nos nossos propósitos ao criticar a obra, o trabalho, o empenho daquele que se propôs a realizar a tarefa. O Espírito benfeitor da humanidade André Luiz, disse-o muito bem. “Ajude primeiro e critique depois”
Devemos estar atentos para a realidade de cada caso e nos efeitos que sentirá o nosso irmão ao ser severamente admoestado. Quais serão os efeitos que isso lhe causará? Quais os meios de que ele dispõe para as correções de rumo naquele caso específico.
Examinemo-nos no lugar de quem é criticado. Será que não merecemos alguma censura? Como reagiríamos na mesma situação? Se alguém está sofrendo não lhe acrescentemos acúleos.
A acusação, a crítica, a repreensão sem amor são fel que verte da boca dos injustos e dos insensatos. Se nos julgarmos elevados em relação ao nosso próximo, cabe-nos em sã consciência ajudar ao nosso irmão e amá-lo como fez conosco o Divino Jardineiro, mesmo quando estávamos em absoluto desalinho, no Monte Gólgata, Ele rogou por nós dizendo: “Pai perdoa porque eles não sabem o que fazem”. Não houve crítica, mas lição de amor.
É dessa forma que as lições encontram nas críticas o método lenitivo de correção, permitindo a renovação do ato, agora, melhor e mais perfeito. O sentido da vida é evolução, crescimento, embelezamento, abundância e paz.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli