Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
A criatura de Deus, cumprindo os desígnios de provas e expiações buscam com sofreguidão encontrar a paz. Para isso, nasce, cresce, estuda, trabalha e vivendo em sociedade nada lhe falta do necessário para a sua evolução espiritual. Alguns ao longo do caminho do aprendizado conseguem também amealhar fortunas, pequenas ou grandes, sem que por isso se tenha a certeza de encontrar a paz do Divino Pastor.
Jesus quando em trânsito por esse Orbi, ao encontrar-se com as pessoas cumprimentava-as dizendo em “vos dou a minha paz” e ao se retirar da companhia dos irmãos menores dizia com o olhar sempre brando e pacífico, “Eu vos deixo a minha paz”.
Por essa razão, muitas pessoas procuram a paz nas bênçãos e na generosidade do Senhor da Vida sem ônus. Que ledo engano comete os que assim procedem. A paz do homem de Nazaré é uma conquista do espírito cujo caminho está nas preciosas lições que o Mestre se fez portador demonstrando aos seus irmãos menores que Ele é o caminho a verdade e a vida.
Como e onde obter então essa paz que tanto desejam os corações sequiosos de amor ensinado pelo Divino Jardineiro, sem praticar a violência, o furto e roubo, ou a mentira para manterem-se consentâneos com os propósitos nobres para os quais fomos criados pelo Criador é uma questão que depende exclusivamente do esforço pessoal de cada uma das criaturas na busca da verdadeira paz.
A gênese da paz é o momento em que nos demos conta de que as guerras e a violência nas suas múltiplas faces nascem dentro dos lares onde os filhos preciosos da Divindade iniciam seus exercícios de amor.
Oh! Bendita hora em que essa irmã batalhadora, Maria da Penha, trabalhou incessantemente até transformar em lei a proteção à mulher para que cessasse a agressão as mulheres no recesso do lar.
Sim, porque é no lar onde recebemos as primeiras lições de vida que aprenderemos a violência ou a passividade e por conseqüência a ser viciosos ou virtuosos, tendo como fonte de referência o exemplo que cala fundo nos registros d’alma, a ponto do comportamento probo dos pais falarem tão alto que por mais que se grite em barulho ensurdecedor não se consegue ouvir quando está plantado o exemplo de vida.
Por isso mesmo Jesus de Nazaré é o modelo e guia da humanidade consoante dispõe a questão número 623 de “O livro dos Espíritos”, promessa do Mestre que não nos deixaria órfãos.
Nesse sentir, é de se lamentar que quando o filho chega da escolinha em casa contando que um coleguinha lhe bateu, não rara as vezes os pais, como lição de vida mandam que ele também bata no agressor sustentando a equivocada orientação ao dizer que filho não deve trazer desaforo para casa.
Não há como tapar o sol com a peneira. Existe em demasia orientações aos filhos sob o estigma da agressão, ditando o comportamento que deve ter o filho se alguém lhe xingou com palavrões, logo recebe a receita do revide: “faça o mesmo com ele”. “vingue-se”, “não deixe por menos”.
Da mesma sorte, quando o amiguinho pega o brinquedo do filho, os pais intercedem dizendo: “tire dele, você é mais forte”, “não seja bobo”. Bem se vê o início dos conflitos oriundos do mecanismo atávico da lei de talião.
Diante dessa realidade, o que acontece é que aprendem a lição e se tornam cidadãos agressivos, orgulhosos, vingativos e violentos face aos ingredientes que recebem para fomentar guerras e as violências em todos os matizes.
As lições de Jesus são sempre bem vidas nessas horas amargas em que somos convidados às duras provas de amor, tolerância e perdão. O conselho sábio como perdoar, tolerar, compartilhar, ajudar, colaborar com uma postura de esclarecimento e o esquecer da ofensa, não dará a ninguém carta de alforria para a agressividade.
Indiscutivelmente, no futuro serão cidadãos aptos a lidar com as próprias emoções e darão em breve porvir outro colorido à sociedade da qual fazem parte integrante e tem sobre seus ombros a transformação desse planeta de provas expiações no planeta de regeneração.
Em breve, mais breve do que pode imaginar nossa filosofia, irão formar uma sociedade pacífica, pois quando diante de uma agressão, ao invés de reagir irão conjugar o verbo agir em todo tempo, modo e pessoa e a violência não se espalhará, morrendo ali onde a fagulha do mau pretendia incendiar-se, a paz será o lenitivo do amor.
Por essa razão, a paz só será uma realidade, quando os homens forem pacíficos cuja gênese será encontrada investindo-se na educação da infância.
Ademais, para se conseguir esses nobres propósitos é indispensável saber que a maioria dos vícios, combustíveis para a agressividade também nascem no reduto sagrado dos lares, quando os pais incentivam o filho a beber, a fumar e prostituir o seu caráter.
É a mãe vestindo a filha com roupas que despertam a sensualidade, a vaidade, a leviandade. Meninas, desde os cinco anos, já estão vestidas como se fossem moças, com roupas e maquiagens que as mães fazem questão de lhes dar. Isso tudo fará diferença mais tarde, quando esses meninos e meninas estiverem ocupando suas posições de cidadãos na sociedade.
É bem assim que vemos o político agredindo o colega em frente às câmeras, medindo forças e perdendo a compostura. Não se olvide a postura da mulher vulgarizada, desvalorizada, exibindo o corpo para se tornar popular.
Lamentavelmente muitos pais ainda não acordaram para essa realidade e continuam semeando sementes de violência e vícios no reduto do lar, que deveria ser um santuário de bênçãos. Já passou da hora de se pensar com absoluta seriedade a respeito da conquista da paz e dos valores da alma, mediante atitudes para mudar a triste realidade.
Sem contradita, já se faz por tardar o fato de que é hora de compreender que se quisermos construir um mundo melhor, onde reine o amor, a fraternidade, o perdão e a caridade, os alicerces dessa construção devem ter suas bases firmes no recesso do lar, celeiro de bênçãos onde a Divindade oferece as oportunidades de crescimento e elevação espiritual as suas criaturas para alcançarem os esplendores celestes.
Ponto finalizando sob o influxo dos nobres ensinamentos da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em seminário proferido por Raul Teixeira, no VI SIMPÓSIO PARANAENSE DE ESPIRITISMO, no dia 27/05/03, e no cap. 61 do livro Pão Nosso, ed. FEB:
Não esqueçamos que Jesus, trouxe-nos a receita da paz. Com Ele poderemos erguer-nos, da treva à luz. Da ignorância à sabedoria. Do instinto à razão. Da força ao direito. Do egoísmo à fraternidade. Da tirania à compaixão. Da violência ao entendimento. Do ódio ao amor. Da extorsão à justiça. Da dureza à piedade. Do desequilíbrio à harmonia. Do pântano ao monte. Do lodo à glória.
Conquiste a paz em nome de Jesus.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli.