Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
O propósito da estrada da vida é facultar aos filhos da Providência Divina o caminho do aprendizado que conduz a elevação espiritual e por conseqüência natural encontrar a paz que todos desejam com sofreguidão.
O aprendizado, contudo não é tarefa fácil e suas veredas ensejam a dor, pedagogia para se alcançar a colação de grau anelada. O Senhor da Vida não castiga seus filhos como imagina a vã filosofia ao atribuir a Divindade as desesperanças ou insucessos dos projetos traçados na ribalta dos acontecimentos.
A grande verdade é que tudo depende de nós. A Consciência Cósmica, o Criador, deu-nos os meios para se atingir o objetivo e a tarefa de executar os planos pertencem as suas criaturas.
A descrença, a falta de fé, ausência de religiosidade e o desinteresse por saber qual o propósito da existência levam os agnósticos a situações constrangedoras quanto o termo final das provas chega sem marcar dia e hora no calendário terrestre.
Oh! Meu Deus. Que grande engano cometem aqueles que imaginam que a vida termina após a vida. Não. Mais uma vez, não. A vida continua na verdadeira pátria espiritual e os frutos serão colhidos segundo o plantio.
A ninguém será lícito alegar ignorância dos cânones que deve seguir para se chegar aos páramos celestiais. Jesus, o Mestre, amigo de todas as horas trouxe a segura orientação através da Lei de Amor, de Justiça e Caridade e segui-lo como caminho, verdade e vida será o único meio de alcançarmos a felicidade.
Não há, pois, nenhum motivo para que os candidatos a felicidades se julguem injustiçados, seja nesta experiência em trânsito pela reencarnação ou quando nos depararmos com a realidade da vida após a chamada “morte”.
Nos trabalhos de atendimento aos irmãos que já fizeram a grande viagem, nas casas espíritas, postos avançados de amor para os esclarecimentos e atendimento das necessidades dos irmãos ainda sem compreensão da realidade dos acontecimentos é comum se ver e ouvir os espíritos se dizerem injustiçados após o fenômeno da morte física.
Por essa razão, incontáveis irmãos em desalinho gastam muito tempo em atitudes de revolta, espanto e choque com a realidade dos acontecimentos que os ceifaram da vida física.
A grande verdade, contudo é que a misericórdia do Pai Celestial é infinita e mais cedo do que se imaginam todos acordam, desperta e liberta-se dos pesadelos em que se debatiam e se arrependem.
Choram sentidas e sinceras lágrimas, reconsiderando a sua postura transata e sua situação presente. Identificam amigos que também já partiram e lhes estendem os braços, após romperem as teias de incompreensão em que se prendiam.
Nessa hora, os abnegados trabalhadores do bem, os missionários do Senhor os conduzem as colônias espirituais para o tratamento de que carece para o seu despertar no novo mundo que os recebem, não obstante as sombras que ainda carregam no íntimo.
Por isso, identificam a luz de quem melhor soube viver no mundo e suspiram por merecer situação semelhante. Sentem-se quais pássaros mutilados que sonham com altos vôos pelo céu azul
ou com a vida vazia de realizações os torne pássaros com as asas quebradas que não podem voar em direção a felicidade.
Reconhecem, finalmente, o valor da experiência física na qual lhes cabe refazer as próprias asas. Retornam, então, pelas bênçãos da bendita reencarnação aos antigos locais em que viveram acertando o passo e corrigindo o plano de vôo. É nesse instante que quase sempre tudo já sofreu radical mudança. Paisagens se alteraram, facilidades sumiram e afetos abandonados evoluíram em outros rumos.
Personalidades do poder transitório, que abusaram do povo, assistem às privações das classes humildes. Verificam o martírio silencioso de quem se levanta em cada dia para a contemplação da própria miséria.
Avarentos que rolaram no ouro regressam às paredes amoedadas dos descendentes. Aí acompanham os mendigos que lhes recorrem inutilmente à caridade. Anotam quanto dói suplicar migalhas de pão a corações endurecidos no orgulho. Escritores que se faziam especialistas da calúnia e do escândalo tornam à presença de seus próprios leitores.
Examinam os entorpecentes e corrosivos mentais que produziram impunes. Pais e mães displicentes ou desumanos voltam aos redutos domésticos de seus rebentos desorientados. Observam, então, as raízes da crueldade ou da viciação por eles mesmos plantadas. Malfeitores, que caíram na delinquência, socorrem as vítimas de outros criminosos.
Com isso, avaliam os processos de sofrimento com que supliciavam a carne de seus semelhantes. Mas isso não basta. Compreender o equívoco cometido é muito pouco. Depois do aprendizado, é preciso retomar o campo de ação. Urge renascer e ressarcir, progredir e aprimorar, solvendo débito por débito perante a Lei.
Ciente dessa realidade convém prestar atenção no modo como vivemos. A reencarnação é uma bendita oportunidade de purificação e conquista de paz. Constitui uma preciosa bolsa de trabalho e estudo, com amplos recursos de pagamento.
Assim, qualquer que seja a provação que nos assinale o caminho, evitemos os murmúrios de reclamar. Ao contrário, amemos e trabalhemos com ternura e dedicação. Se necessário a dor, que nossa prova seja com resignação, sem olvidar de agradecer a Deus em qualquer circunstância que o sofrimento se apresente e que nossa súplica se faça presente até ouvirmos a voz de Deus falando ao nosso coração.
No livro Justiça Divina, capítulo 37, que serve de espeque a essa releflexão, o espírito benfeitor da humanidade Emmanoel pelas mãos abençoadas de Francisco Candido Xavier oferece àqueles que têm sede de apreender os ditames da vida, as regras áureas para o bem viver.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli