Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
É comum se observar em repartições públicas, máxime nos hospitais e lugares onde a postura do ser humano convida a reflexão e o respeito aos cânones da vida o aviso de silêncio. Esse pensamento distendido para as religiões de modo geral, estabeleceu que o silêncio é uma prece.
Que não nos engane a nossa vã filosofia. É certo que o silêncio pode ter o valor de uma prece se aquele que o faz, reflete nesse momento sobre as bênçãos de que somos portadores pela Divindade.
Da mesma sorte, se estivermos em posição de meditação para o bem estar da família, do nosso próximo, ou mesmo vibrando amorosamente a favor dos desvalidos, daqueles que desalinhados pela conduta em descompasso com as Leis do Criador, transitam pela escuridão dos maus procedimentos, ou ainda para a pacificação do planeta.
O silêncio também é alvissareiro para contemplar a natureza, ouvir o canto dos pássaros, da chuva que cai no telheiro, depois corre mansa fortalecendo a terra e auxiliando lavoura, para depois reabastecer os reservatórios desse líquido precioso, que o descuido com essa dádiva poderá levar a humanidade a sua carência em breve porvir.
Não nos esqueçamos também que é no silêncio que se trama as discórdias, as maledicências, os furtos e roubos, os assaltos e as guerras fratricidas, impondo a lei do mais forte em detrimento a Lei do Amor exortada pelo Sublime Amigo de todas as horas.
Por essa razão, o bisturi da investigação profunda sobre a importância do silêncio nos dará os caminhos a ser seguido por aqueles que anelam ter puro o coração em nome do amor universal, compreendendo que:
Sim. Muitas vezes deveremos nos silenciar em certas situações evitando ser belicosos ou criar conflitos, cientes de que o tempo é o senhor da pacificação das almas, assim considerando que e silêncio interior é diferente dos silêncios atormentados, quando não malicioso, onde se planejam os crimes de toda espécie e que dificilmente se rende a virtude do amor incondicional.
Exemplo do silêncio que pacifica a alma e sensibiliza o espírito pacificando o coração com a virtude de uma prece pode ser encontrado na natureza, andando de mãos dadas com a quietude. A vida estua na quietude do nosso corpo físico e muitos são os acontecimentos que lhe dão credibilidade ao silêncio.
O sol nasce pela manhã e se põe em profunda calma, penetrando suavemente pela vidraça de uma janela, dando um magnífico espetáculo de cor e beleza para uma platéia que ainda esta entregue nos longos braços do Deus Morfeéu, a Potestade da mitologia grega. É o sol que no seu silêncio acaricia as pétalas de uma rosa, sem a ferir e oscula a face de uma criança adormecida, sem provocar-lhe o despertar do sono quando reparador.
Oh! Meu Deus, em teu universo, as estrelas e as galáxias descrevem as suas órbitas com extraordinária velocidade pelas inexploradas vias do cosmo, mas nunca dão sinal de sua presença pelo mais leve ruído.
Assim também, o oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discretamente pelo nosso corpo sustentando a vida, bela, colorida e consentida e nem lhe notamos a presença.
Nesse sentir d’alma, aprendamos com o nosso silêncio interior a perscrutar os recônditos profundos e os sons abissais de nosso íntimo, respeitando o nosso ser interior e imortal, valorizando o filho de Deus que habita na transitoriedade do tempo o ser humano que somos.
Este é o templo sagrado de seu corpo e o santuário da vida. Por essa razão, indispensável se aprender com o silêncio interior a valorizar cada dia, cada momento, cada segundo ou hora de nossa existência.
Da mesma sorte, embora sejamos os juízes de nossos atos, na luz de nossas consciências, como propõe a questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, não sejamos magistrados severos, incapazes de enxergar em nós as qualidades que já nos fizemos portadores e simultaneamente descobrirmos as imperfeições que despertam a consciência naquilo que precisa em caráter de urgência ser aprimorado, mediante a vigorosa reforma íntima preconizada por Santo Agostinho, na questão 919 de o mesmo codex em apreço.
Podemos e devemos aprender com o silêncio de nossa alma, que a vida é bela, colorida e consentida, que tem o propósito caritativo de nos convidar a olhar para o lado e ouvir a música, ler o livro e no bem viver, compreender os irmãos de caminhada e relaxar, ainda que no pior trânsito, ou na maior das cobranças, sem olvidar os momentos de dificuldade e de discórdia, calando-se para evitar futuros desafetos.
O silêncio também ensina a não gritar, pois o respeito não se adquire aos gritos, mas pelo exemplo, daí porque, aquele que gritando faz um barulho ensurdecedor não consegue ser ouvido diante dos exemplos que oferece ao seu interlocutor. Apenas ouvir, em muitos momentos, é melhor do que falar.
É de bom alvitre aprender com o silêncio a aceitar alguns fatos que a virtude da resignação nos recomenda, para ser humilde e deixar o orgulho de lado evitando reclamações vazias e sem sentido.
Aprender com o silêncio, que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e vir, como os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar e como a Terra, que faz a volta completa sobre seu próprio eixo.
Em verdade, algumas vezes, o silêncio pode ser confundido com fraqueza, apatia ou indiferença. Todavia, ser capaz de calar-se é uma grande virtude e os autênticos mestres sabem ser firmes sem renegarem a mais perfeita quietude e benevolência. Jesus, o amor por excelência demonstrou a Sua grandeza, permanecendo sempre em harmonia, sem perturbar-Se.
Nossa gloriosa missão de filhos de Deus em constante aprendizado nos convida a prosseguir buscando sempre o recolhimento e o silêncio que acalma, harmoniza e edifica.
É notório o fato e que se tivéssemos o hábito de ouvir mais e refletir sobre o que é exposto poderíamos resolver as coisas sem atropelo, ou discussões chulas. Oxalá se possa ter o discernimento de saber quando devemos falar nas discussões academicas ou para estabelecer o ponto de vista e quando se impõe o silêncio para que nosso coração não se turbe como ensinou o Divino Pastor.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
jaime Facioli.