Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
Que não se engane nossa vã filosofia, em razão dos noticiários sempre dando destaque e oferecendo o que existe de mais tenebroso no comportamento dos seres humanos ainda em estágio de crescimento espiritual.
A verdade, contudo, é bem outra, há infinitas almas vocacionadas para a caridade, para o consolo daqueles que em sofrimento se desesperam nas aflições das provas e expiações sentindo-se entibiadas e sem vontade de prosseguir na jornada da vida.
Outros espíritos há, mesmo anelando fazer o bem, aos enfraquecidos de todos os gêneros, sempre se questionam como ajudar o próximo, justificando a inércia ao dizer de si para si mesmo: “Não tenho nem para mim, como vou ajudar ao meu próximo para cumprir retamente com a proposta do Homem de Nazaré?”
Pretende-se fazer crer por esse pretexto, que o consolo ou a caridade nesse colorido, tenha o cunho eminentemente material. Não é verdade. Não se nega que a cesta básica seja sempre bem vinda.
Da mesma sorte, a roupa que em nosso guarda-roupa serve de alimento às traças, pode ter melhor aproveitamento, ainda que velha para o doador estará sempre nova para o necessitado, seja agasalhando seu corpo desnudo ou maltrapilho, seja protegendo-o das intempéries.
Nessa dialética, há mil maneiras de aproveitar a caridade material gerando benefícios a outrem e cumprindo a lei de Deus. Pode-se fornecer emprego, tornando a esmola digna para não humilhar o beneficiário, quiçá empregar os recursos financeiros nas pesquisas e nos estudos capaz de conduzir a humanidade ao seu glorioso destino.
A caridade é a mais nobre das virtudes para aqueles que se esforçam para terem puros os corações neste mundo em que nos encontramos em provas e expiações. Bem por isso, a ninguém será lícito pretextar não poder ajudar o irmão necessitado do apoio e da solidariedade humana.
Com essa motivação é possível se deduzir que essa também possa ter sido a razão da prédica de Jesus garantir que a caridade é a estrada da salvação. Sem dúvida a caridade faculta a todos indistintamente a sua prática.
Ao pobre e ao rico, ao simples e aos letrados, todos no exercício dessa virtude são candidatos a bem aventurança para abater o egoísmo e fazer brotar nos corações generosos o amor fraterno, a ajuda, a solidariedade e o amparo àqueles que necessitam desse amor incondicional.
Referimo-nos à palavra, a mesma palavra que o Cristo de Deus ensinou que tem vida. A palavra que todos podem ofertar, o ombro amigo para ouvir com atenção às súplicas dos irmãos nada custa e serve de consolo aos aflitos, restabelece a fé e a esperança levando o conforto espiritual e a confiança nos desígnios da Providência Divina que nos criou para o amor e não para a dor.
Cabe anotar também que a boa palavra estimula os filhos de Deus em sua jornada nas provas e expiações. Oh! Meu Deus. Quantas vezes não é a palavra a força motriz que nos leva ao sucesso ou ainda, em nome da misericórdia do Senhor da Vida, serve de lenitivo para a saudade que ainda não se fez presente em nosso jornadear.
A propósito do tema em apreço, é oportuno o momento para relatar que certa feita, em um dia de muita chuva com o tempo obnubilado, um jovem ao sair de casa para o trabalho, sentindo no coração o compasso do amor, utilizando-se da percepção extra sensorial de sua alma e a guisa de conversa, questionou a esposa se ainda tinha um café quentinho.
Recebendo resposta a afirmativa de sua amada, sentou-se e a pretexto de retardar a sua saída diante do tempo impróprio que fazia, iniciou um sugestivo diálogo com a esposa dizendo-lhe: Sabe querida, estive pensando. Passamos por momentos difíceis nesses últimos anos. Atropelos, desentendimentos, calhaus no caminho, a preocupação com os filhos e os dissabores pelas nossas diferenças de pensamentos e posturas na vida.
De qualquer forma, desejo que você saiba que apesar dos pesares e dos momentos amargos para palmilhar o caminho, sou muito feliz no nosso casamento e amo você e aos nossos filhos apaixonadamente. Estou seguro de que o que Deus nosso Pai Celestial nos oferece é o que precisamos para o nosso progresso.
Assim, com o bom uso das palavras que sempre conforta, abraçaram-se e ela o acompanhou até a porta que o conduziria ao trabalho com o coração em pranto de alegria pelas palavras dulcificadas que adentrara em seu coração estiolado pelo desentendimento da ribalta.
Na despedida a esposa recomendou ao marido que dirigisse com cuidado e este lhe retribui o ósculo na face e saiu dizendo, não se preocupe querida, guiarei com cuidado. Logo depois, na estrada da vida, um acidente o colheu para atender ao chamado de retorno à pátria espiritual e não mais voltou.
Assim, foi com a palavra espontânea do marido em despedida transitória da vida que a família suportou a “ausência” do ente querido que partira atendendo ao chamado do Pai Celestial. Na saudade que fica de quem parte reconheceu a esposa que os dois haviam vivido o sonho mais lindo que se pode sonhar durante a vida bela, colorida e consentida.
Por essa razão, assevere-se que é crível se crer que da narrativa, é incomum ver as pessoas abrirem seu coração para esse procedimento pulcro e amoroso confortando os corações entibiados, mormente em um dia chuvoso, às 9,00 horas da manhã.
É verdade também que esse proceder amoroso é coisa que muitas pessoas não façam em razão do orgulho, do egoísmo e da vaidade, mas são questões que os viajores da vida por esse planeta e provas e expiações, devem estar atentos, sabendo-se que o nosso presente é o momento da felicidade.
É bom considerar também que o amor em plenitude exige tão pouco dos filhos da Potestade. Um afago do marido à esposa dizendo-lhe: Percebi que temos algo em comum. Quiçá a esposa que se aconchegará ao marido e lhe diz: Eu não o trocaria por nada desse mundo. O filho dizendo ao pai: Oi paizão, tu és o maior. O pai ao filho. Tu és o meu tesouro. Coisas assim, simples e amorosas dão colorido à vida.
Vale recordar que muitas pessoas cruzam as portas e não voltam mais nessa encarnação. Não sabemos o momento. Por essa razão declarar em alto e bom som o nosso amor a quem amamos não custa nada e tem um tom solene que carece nos acostumemos a essa prática de amor exercitando a boa palavra.
Por isso, Senhor, Pai de Misericórdia, a partir desse momento, a vida e nosso olhar terão esse colorido, agora e para sempre, uma prova na qual nos inscrevemos como candidatos à felicidade, tendo novos motivos para chorar e outros tantos para brindar a saúde, a família e a oportunidade d’ouro para realizar os projetos de priscas eras anelados.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo de sempre - Jaime Facioli.