Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
Não resta dúvida de que os filhos da providência Divina, ligados à materialidade, têm ainda muita dificuldade para compreender o que não está nos restritos campos do material. Ao seu sentir, tudo se realiza pela materialidade dos acontecimentos e por essa razão os aspectos do sexto sentido, ou da percepção extrassensorial ficam, em tese, ao segundo plano. Julgamos de posso apenas desses elementos que é impossível termos uma conversa com particular e privativa com o Divino Galileu, olvidando que segundo a boa nova, sua prédica deixa claro exatamente o sentimento contrario a essa postura.
Bem por isso, exortou o homem de Nazaré que fossemos até ele, e estabeleceu o modo dessa comunicação ao dizer: Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu julgo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu julgo é suave e meu fardo é leve. (Evangelho de São Mateus, cap. XI, V 28/30).
Nesse sentir, não há dúvida de que esse evangelho é um convite eterno para a nossa comunicação com o Divino Pastor através de um solilóquio, quando nos sentimos cansados, oprimidos, sem esperança ou incompreendidos. Com fulcro nesse ideário, é absolutamente possível conceber que nessa conversa intima onde nosso estorcegar tem o caráter metafisico, Jesus nos questione: Por que te confundes e te agitas diante dos problemas da vida? Deixas que eu cuide de todas as tuas coisas e a paz estará em teu coração.
Se vieres até mim entregando o teu coração, tudo se resolverá com tranqüilidade segundo os designíos do Pai Celestial, não existindo razão para o desespero. Jamais dirija uma oração com sofreguidão, como se estivesse a exigir o cumprimento dos teus desejos àquele a quem endereça tua suplica. Feche os olhos da alma e diga com calma: Jesus, eu confio em Ti. Depois, evite as preocupações, as angústias e os pensamentos sobre o que pode vir acontecer, pois para o dia de hoje, basta às tribulações presentes.
Não pretenda mudar os planos da Divindade querendo negociar com o Senhor da Vida ao impor suas idéias. Deixa o Pai Celestial atuar tua vida com liberdade e se entregue a mim, repousando e permitindo minhas mãos tocar no teu coração, ao dizer Jesus, eu confio em Ti. O que mais causa danos à alma sequiosa de amor é tuas próprias idéias e maneira de querer resolver as coisas olvidando a tua origem, propósito e destino.
Quando afirmares que confia em Jesus, deixe se levar em meus braços e não tenha medo, pois eu te amo. E se parecer insólita a filosofia da vida, que as coisas pioram ou se complicam apesar de tua oração, siga confiando, convicto de que as mãos do Divino Pastor estarão livres para realizar a tua obra.
Dirá o Mestre no solilóquio amoroso, ainda que a dor seja tão forte, a ponto de derramar lágrimas, estarei contigo em todos os momentos, coloque as tristezas em minhas mãos, quero te ver feliz. Eu te prometo por meu amor, sempre esperarei por ti e assim preparei a morada afim de onde estiveres eu também estarei.
Imbuídos nesse sentimento d’alma, sabemos que o sol nasce pela manhã e se põe em profunda calma, penetrando suavemente pela vidraça de uma janela, dando um magnífico espetáculo de cor e beleza para uma platéia que ainda esta entregue ao Deus Morfeu. É o sol que no seu silêncio acaricia as pétalas de uma rosa, sem a ferir e oscula a face de uma criança adormecida, sem provocar-lhe o despertar do sono reparador.
Oh! Meu Deus, em teu universo, as estrelas e as galáxias descrevem as suas órbitas com extraordinária velocidade pelas inexploradas vias do cosmo, mas nunca dá sinal de sua presença pelo mais leve ruído. Assim também, o oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discretamente pelo nosso corpo sustentando a vida, bela, colorida e consentida e nem lhe notamos a presença.
Nesse sentir d’alma, aprendamos com o nosso solilóquio com Jesus a perscrutar os recônditos profundos e os sons abissais de nosso íntimo, respeitando o nosso ser interior e imortal, valorizando o filho de Deus que habita na transitoriedade do tempo o ser humano que somos. A vida após o solilóquio com o Divino Pastor, é bela, colorida e consentida, que tem o propósito caritativo de nos convidar a olhar para o lado e ouvir a música, ler o livro e no bem viver, compreender os irmãos de caminhada e relaxar, ainda que no pior trânsito, ou na maior das cobranças, sem olvidar os momentos de dificuldade e de discórdia, calando-se para evitar futuros desafetos.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli