Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
Não é incomum ouvir-se alhures e algures, os filhos de Deus se interrogarem a razão das divergências no dia a dia e hora. Algumas das dissidências tomam o caráter de belicosidade quando não chegam ao lamentável crime que estarrecem a sociedade civil organizada.
Esse proceder deixa a todos perplexos diante daquilo que para o espírito consciente representa uma monstruosidade. Foi o caso de Elise Matsunaga, matando a tiro de revolver, depois esquartejando o corpo de seu marido Marcos, para joga-lo na vala comum do poço sem fundo dos compromissos do espírito de amarga recuperação.
O ínclito advogado e estadista Ruy Barbosa já de priscas eras exortava a responsabilidade de cada um dos filhos da Potestade a necessidade do entendimento ao Declarar, “ipsis verbis”: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
É o mesmo sentimento de impotência que se assenhora das criaturas quando se estarrecem com os crimes de toda natureza e os desentendimentos que assolam o caminho dos homens obnubilando sua existência em busca da paz que deve fazer morada nos corações das criaturas. Bem por isso, não será demais dessedentar-se com o bisturi profundo das investigações cristãs, sociais e humanitárias no livro Sinal Verde, da lavra de André Luiz pelas mãos abençoadas de Francisco Cândido Xavier, os porquês das divergências da vida, subsunção ao ideário da existência sob o seguinte arrimo.
Não poderemos olvidar que as outras pessoas são diferentes, únicas e por isso mesmo seres personalíssimos que guardam maneiras próprias de agir. Ao autêntico cristão, cabe esclarecer à base de entendimento fraterno, e não polemizar. É notório que antagonizar é um processo de angariar aversões, máxime que se pode discordar sem ofender, tendo como ícone o respeito aos direitos do opositor e afastando-se das palavras agressivas do vocabulário. Existem inúmeros meios de auxiliar sem ferir, muito especialmente àqueles que nos são caros, pois bem pensado, não vale a pena atormentar aqueles com quem nos cabe viver em paz.
Afinal de contas, é oportuno nas divergências ter presente o instrumento do verbo amar, porque no exercício do amor as dissidências desaparecem como se fosse um “milagre”. No amor, aprendemos a aceitar as pessoas como elas são, mesmo que porventura elas nos desapontem ou quando nos ferem com palavras ásperas e ações impensadas. É de bom alvitre no amor, aprender a escutar, com os olhos e ouvidos ou em outras palavras com a alma. Escutar é observar o que diz o coração, o dizem os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas.
No amor devemos escutar a mensagem inarticulada que se esconde por entre as palavras corriqueiras e superficiais. Há que se descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada e a solidão encoberta. Carecemos penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vanglória exagerada desvendando a dor de cada coração e com esse proceder aos poucos vamos aprendendo a amar como ensinou o Divino Pastor.
Nesse ingrediente também entre o perdão das ofensas, pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga as cicatrizes que a incompreensão e a insensibilidade gravaram no coração ferido. Da mesma forma salutar o amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos, não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração. O verdadeiro amor perdoa, esquece, extingue todos os traços de dor no coração. Passo a passo vamos aprendendo a perdoar, a amar, descobrindo o valor que se encontra dentro de cada vida obra prima do Criador.
O valor soterrado pela rejeição do egoísmo, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras vividas ao longo dos anos vai na divergência respeitosa, descobrindo nas pessoas a sua alma, e as possibilidades que Deus lhes deu. Inexoravelmente, o lenitivo para vencer as divergências existenciais é o amor em plenitude, fazendo brotar em nosso interior a luz que ilumina e jamais se apaga.
O evangelho segundo o espiritismo também contém elevado esclarecimento sobre o poder da luz quando no capítulo XXIV recomenda não colocar a candeia sob o alqueire. É Jesus esclarecendo à saciedade que a luz sempre deve ser colocada no alto para que todos que se aproximam de sua cristalina chama possam usufruir das bênçãos da vida promovendo a indispensável transformação interior em direção aos páramos celestiais.
Quando sob nossas observações do mundo em que realizamos nossas provas nos parecer confuso, as pessoas perdendo-se nas drogas, nos crimes, na belicosidade e na sordidez, é chegada a hora de levar a nossa luz a todos os rincões do sofrimento. Realizando essas tarefas que a ninguém será lícito realizar por nós em razão do caráter da pessoalidade, seremos contemplados com a paz que o Divino Jardineiro legou a toda humanidade.
Quando o nosso planeta de provas e expiações, presentemente em fase de transição para o mundo de regeneração, encontrar seus habitantes com essa iluminação em seu interior, essa luz esparzindo em todas as direções estaremos com o passaporte límpido para a travessia para os esplendores celestes, atendidos plenamente a Lei de Progresso, pois o mundo é o resultado dessa luz interior.
Se as decepções chegarem sem ser convidadas, recorde-se de que os dissabores fazem parte da cesta básica da vida. O Divino Pastor lecionou que somos o sal da terra. A ninguém passa despercebida que a nossa refeição sem o sal fica “sonsa”, e sem sabor. Assim também a vida tem o seu tempero. Deixe vir as dissidências, pois para elas estamos firme na fé. É nosso dever, obrigação ética e moral trabalhar em prol da verdade e jamais deixar-nos levar pelos interesses particulares que possam prejudicar a outrem. Amar o próximo como a si mesmo oferece a medida do certo e do justo para os procedimentos retilíneos reclamados pela vida.
Parodiando o espírito benfeitor da humanidade Joanna de Ângelis, nosso proceder deve sempre deixar pegadas luminosas nos caminhos por onde passamos a fim de servir de guia e luz para aqueles que vêm na retaguarda. Recordemos Jesus, o modelo e guia da humanidade segundo dispõe a questão número 625 de “O Livro dos Espíritos”. Imitemo-lo e sejamos felizes.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli.