Queridos amigos fraternos.
Jesus sê conosco.
O amor cantado em prosas e versos pelos poetas, e, muitas vezes, contendo na essência das poesias traços indeléveis do autêntico amor, com todas as vênias, ainda que se respeite a nobreza das intenções dos renomados poetas, nada mais distante do verdadeiro amor ensinado e vivido plenamente pelo homem de Nazaré.
A interpretação que se faz e os objetivos dos poetas e cantadores ao tema em apreço partem de uma premissa absolutamente incorreta do termo amar, confundindo-o com a paixão. A paixão significa sofrer ou suportar uma situação difícil, geralmente à distância, o rompimento amoroso ou a insuportabilidade da ausência de outrem, resultando numa emoção quase patológica.
O acometido de paixão desnaturaliza sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele e o indivíduo perde o seu poder de raciocínio. Nesse caso, está patente o caráter do egoísmo, sentimento antagônico com o autêntico amor como ensinou o Divino Jardineiro. No amor está a essência da nossa existência. O amor significa doação, entrega, desapego, acolher o próximo e amá-lo como a si mesmo. Fazer ao próximo tudo aquilo que gostaríamos que nos fizessem.
Na dúvida da aplicação prática do princípio evangélico, basta perguntar a sua consciência, o que faria Jesus nessa situação? A resposta virá num átimo de segundo e o surpreenderá convidando ao procedimento alinhado. Não por outra razão o Divino Pastor em João 14: 15 exortou com ternura: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”.
Bem se vê com esse sentimento que nada há de comum entre a paixão que se decodifica como sofrimento e o amor que é a entrega, abnegação, doação no mais amplo sentido. A referência indiscutível do amor, verdadeiro amor, sem contradita é a do Cristo de Deus. Com fulcro em sua personalidade, seus ensinamentos e os seus exemplos, as religiões lançaram suas bases, garantindo retiros, internatos, organizações e hierarquias para a formação de orientadores, dando-lhes instruções que segundo o controle que exerçam lhes pareçam convenientes.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, sem pretensão de ter a última palavra, indiscutivelmente é a religião do esclarecimento livre e da verdade. Bem por isso, os espíritas encarnados e desencarnados, reconhecem a nossa pequenez diante dos princípios do verdadeiro amor. Também estão cientes de que ainda estamos distantes dos princípios que expressam esse sentimento com propriedade e ternura como fez e faz o Divino Pastor.
Oh! Meu Deus. Não nos enganemos, nos confundidos nos delírios do personalismo deprimente, em nome da liberdade, máxime sabendo que todas as religiões amontoam riquezas terrestres, através de templos suntuosos, declarando que assim procedem para render homenagem condigna à Divina Bondade.
Não há mais tempo para as ilusões. A verdade em nome do amor e da fé necessita urgentemente de reviver o Cristianismo puro como única expressão do verdadeiro desprendimento. Por isso, carecemos indistintamente deixar na poeira do tempo as hipnoses de adoração a pessoas ou a ilusão de posses materiais passageiras, que nos faz cair no poço sem fundo dos amargos processos de obsessão mútua, descendo à condição de vampiros intelectualizados uns dos outros, gravitando em torno de interesses sombrios e perdendo a visão dos Planos Superiores.
Em nome do amor e da fé verdadeiramente raciocinada em regime de urgência urgentíssima há o impositivo de se reviver o Cristianismo puro, com amor, com religiosidade e solidariedade. Deixemos de lado, os abraços insinceros, as aventuras e distorções da realidade, conscientes do grande momento de transição por que passa o planeta em respeito a natural evolução que chega suavemente para separar o joio do trigo.
Se assim não procedermos, estaremos fadados às novas inquisições do fanatismo e da violência contra os que têm sede de justiça, fé e amor em nome do Divino Galileu, e, por essa vereda seremos algozes dos claustros da ilusão e das discriminações sociais, a pretexto de se viver o amor que nada tem do amor em plenitude ensinado pelo Divino Jardineiro.
É indispensável se resguardar contra os vícios da porta larga, razão porque a Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do pensamento reto. O alerta e as sirenes anunciando urgência no proceder dos que foram convocados a servir no mundo material não podem desertar da seara do amor e do concurso aos semelhantes, numa palavra, a caridade.
Não se olvide que os ministérios de amor devem ser exercidos sem remuneração, evitando a sombra do profissionalismo religioso a fim de não deixar nenhuma dúvida de que devemos aprender e viver à custa do esforço próprio. Incentivem-se por isso, confrades, tarefeiros e necessitados a buscarem a conquista de suas necessidades pelo esforço pessoal ou na linguagem evangélica, a ganharem o pão nosso de cada dia com o suor de suas lágrimas.
Sem contradita, todos estão convocados em caráter de urgência urgentíssima a reviver o Cristianismo puro, a fim de que as leis do Bem terno funcionem na responsabilidade de cada consciência, tendo como ícone a exortação do amantíssimo amigo de todas as horas. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Da mesma sorte concitou a todos Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.
Com fulcro nesse ideário, o ínclito codificador proclamou: Fora da caridade não há salvação, valendo-se da ensancha para esclarecer que a Fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face a face.
Em síntese apertada, isso quer dizer, que sem amor não haverá luz no caminho e que sem caridade não existirá tranquilidade para ninguém, mas estes mesmos enunciados significam igualmente que sem justiça e sem lógica, os nossos melhores sentimentos podem transfigurar- se em meros caprichos do coração.
Concentre a vida na felicidade. Não caia na armadilha do desamor, da ausência da fé raciocinada e da verdade. Viva o momento que estiver vivendo intensamente, pois ele poderá ser o último dessa viagem, e, sem nos apercebermos poderemos pegar o trem da vida de volta à pátria espiritual, e lá chegaremos tal como nos encontrarmos vivendo no momento da transição.
Com essas reflexões, segue nosso beijo em seus corações, com a oblata de nossa fraternide, anelando que tenhamos um ótimo fim de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli