A CRISE DO AMOR.
O mundo na dinâmica atual cria soluções para a generalidade das crises que o atormentam. A necessidade dos alimentos indispensáveis à manutenção do corpo físico é suprida pela superprodução dos bens de consumo produzido alhures e algures.
A correção da inflação tem seu lenitivo na poda da despesa extravagante, bem como o desemprego desaparece pela criação de fontes de trabalho e a epidemia é debelada pela vacina.
Malgrado a sempre providencial contra medida indispensável para debelar as crises materiais, diante das concessões fecundas concedidas pelo Senhor da Vida para as suas criaturas avançarem em direção aos esplendores celestes, à verdade, porém é que existe uma crise estranha, ou seja, aquela que mais afligem as criaturas, desafiando a intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas.
Sem contradita, trata-se da crise da intolerância que tem sua gênese na amargura que sugere o desânimo, na violência de todo jaez, na qualidade de irmã gêmea do ódio impelindo ao crime que termina por minar as reservas morais dos filhos da Potestade e destruindo os mais belos empreendimentos humanos.
A solução do enorme problema foi preconizada há mais de dois milênios pelo pastor das almas, sem os ingredientes políticos e financeiros, mas com a essência do amor que pode ser encontrado na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.
A virtude do perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo das criaturas da Consciência Cósmica em trânsito pelo planeta de provas e expiações.
É, sem dúvida nenhuma, o perdão em sua mais pura expressão o lenitivo adequado para a cura do ódio que grassa os corações impiedosos. Bem por isso, diga-se das dissidências entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, que necessitam urgentemente da benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.
É
nesse sentido que vale a pena uma consulta nos foros competentes, os autênticos hospitais das relações humanas, estudando as demandas em processos salariais e divórcios baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos.
Da mesma forma, as reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, são constatadas pela ciência da observação, muito além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza.
Não ficam imunes da observação dos profitentes, as divergências raciais e os conflitos de guerra, oferecendo um colorido onde se impõe em caráter de urgência as escusas uns aos outros, na condição de espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a agressividade, o ódio, a inveja e o mau proceder acabará por levar os desalinhados ao poço sem fundo das desditas, impondo ao depois, resgate doloroso e repleto de acúleos.
Eis porque Jesus, há mais de vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes. Tão só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos.
É de se anotar, por necessário a ênfase, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns ou nos shopping da vida, assim considerando que na essência do perdão há uma luz que irradia, começando no imo de cada filho de Deus, pronta a irradiar na presença do amor por excelência.
São em síntese apertada o que ensina o Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no Livro “Mãos Unidas”. Lição nº 37. Página 118, máxime que sob a égide do Dr. Bezerra de Meneses, "Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. JUNTOS, alcançaremos a realização dos nossos propósitos".
Com esses propósitos, se anela vencer a crise do verdadeiro amor, na primavera do ano que se inicia pelas portas dos corações vocacionados para a pureza dos sentimentos, consciente de que o começo do ano representa nova oportunidade para corrigir os desacertos e retomar as atividades laboriosas em cumprimento à lei do progresso.
É
natural que com esse sentimento d’alma, será preciso a integração do homem nos projetos de vida, de forma integral, corpo, mente e espírito, em tudo que pretendamos realizar.
Assim, quando retornamos das férias, temos que nos realinharmos com as atividades. Quando renascemos, através do fenômeno da reencarnação, estamos sob o manto do esquecimento para melhor valorar os propósitos nobres de nossa existência, servindo-se do ensejo para os resgates indispensáveis e colocarmo-nos prestos para as provas que nos comprometemos na pátria espiritual.
Com essas considerações, deveremos nos colocar em harmonia com a vida que renasce a cada minuto a cada segundo a cada instante, por efêmero que seja, no nosso jornadear por essa existência, máxime a excelência de cada dia novo que nos oferece o Pai Celestial aos seus filhos, candidatos perenes a felicidade.
Sem dúvida alguma, devemos permitir que ao lado do trabalho honrado, com atividades honestas e laboriosas, possamos ganhar o pão nosso de cada dia, como propõe o Homem de Nazaré na sua prédica do Pai Nosso, sem, contudo olvidar do amor ao próximo.
Para vencer a crise do amor, devemos abrir espaço em nossos corações para acolher aqueles a quem amamos e que não retribuem como desejamos o amor que lhe dedicamos, ou o carinho que lhes dispensamos, quando em troco ao nosso afeto, devolvem desconsiderações.
Abrigar em nossos corações à ternura, a compaixão, a fraternidade, o amor, o exercício do perdão sem restrições, de forma ampla, geral e irrestrita contemplando com esse instrumento de elevação espiritual os desafortunados de esperança, tantas vezes quantas forem necessárias, como propôs o Divino Rabi da Galileia, quando ensinava a Simão Pedro, ao ser interrogado sobre a quantidade de vezes que deveria conceder o seu perdão, como se a por limite na virtude da paciência que ainda não aprendemos exercitar.
O Celeste amigo também não se esqueceu de dizer também que onde estiver o nosso coração, aí estará o nosso tesouro. Assim amigos, desejamos que no ano menino seja o ano das olimpíadas do amor pleno, com as portas de nossos corações abertas em nome do Divino Pastor. Do Amigo de Sempre. Jaime Facioli.