A história da humanidade está repleta de violência, seja na poeira dos tempos passados, com Gengis Khan a quem foi atribuída à morte de 1.748.000 pessoas em uma hora, seja com Atíla o rei dos unos, ou no percurso percorrido pelas civilizações, até os dias atuais onde ainda se vê os assassinatos brutais, tudo por conta das divergências, despotismo, orgulho e o império da soberba sem valorização ao dialogo e ao respeito ao direito do livre pensar de outrem.
É o caso de Suzane Richthofen que foi condenada por matar os pais, Manfred Albert Freiherr von Richthofen e Marísia von Richthofen. Anote-se também, os acontecimentos que envolveram o desaparecimento da modelo e atriz Eliza Silva Samudio, e a morte prematura da menina Isabella Nardoni de cinco anos de idade, defenestrada do sexto andar do Edifício London ou ainda, entre outros tantos acontecimentos de violência, a página negra da historiografia mundial do dia 11 de Setembro de 2001 quando foram destruídas as torres gêmeas em Nova York.
Diga-se por isso, que o homem pela sua própria natureza trouxe dos proscênios de sua existência o atavismo da belicosidade, anotando-se an passat, ocorrência essas com fulcro na discórdia entre as criaturas de Deus.
Dessa maneira, inadmissível o exercício da violência para resolver os conflitos gerados pelos interesses das nações, das classes ou das pessoas em particular. Há que se ter em mente que as divergências são salutares, porque levam ao desenvolvimento não somente do intelecto, mas também da busca da aplicação e do respeito ao direito de cada um, conscientes de que o direito de um vai até o ponto onde se inicia as prerrogativas de outrem.
Por outro lado, os pretextos para as bulhas são sempre os mesmos, ou em outra linguagem, os interesses espúrios de uns contra os outros em absoluto desrespeito ao código ético moral e os preceitos evangélicos ensinados pelo Divino Pastor para entregarmos a cada um o que lhe pertence, como dispõe as lições do Homem de Nazaré no episódio dos fariseus que O interrogaram se deveriam pagar ou não os tributos devidos a Cesar.
Sem contradita, na trilha da evolução das criaturas do Senhor do Universo, desenvolveu-se o senso dos instintos para se alcançar os sentimentos através do qual o exercício da razão e da inteligência lhe permite a escolha do caminho a seguir e, por conseguinte aprender a usar da concórdia no relacionamento humano, garantindo a paz.
Por isso asseverar que uma das tarefas mais difícil para o ser humano na caminhada pela vida é aceitar as divergências, os pensamentos adversos ou em outras palavras o respeito ao livre pensar dos semelhantes. Claro é sempre bom comungar os mesmos ideais evitando as dissidências.
Todavia não se pode negar o direito ao próximo de ter os seus próprios pontos de vistas, pois cada um vê as problemáticas da existência de uma forma diferente. Isso é facilmente compreensível quando se examina que os filhos de Deus, criados simples e ignorantes sob o pálio das questões 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos” tiveram seu inicio como seres humanos, para utilizar-se de um neologismo, eve eternos, isto é, foram criados em momentos diferentes.
Em decorrência natural desse evento cada um dos filhos da Potestade se encontra em determinado grau de elevação espiritual e de conhecimentos, atentos também ao esforço pessoal e intransferível que cada criatura de Deus deve realizar na jornada de sua existência nas provas e expiações até alcançar os Páramos Celestiais.
Nesse sentir, é de bom alvitre sempre que encontrarmos as divergências em assunto de qualquer natureza, nas provas a que estamos sujeitos na ora a ora, temos que ter em vista que o respeito ao direito do livre pensamento é um gesto de dignidade e compreensão pela vida, sempre bela e colorida.
Ademais, não nos esqueçamos de que nas oposições e contraditas sempre se encontram valores que se examinados sob o crivo da atenta observação, passando pelo cadinho do aprimoramento de nossas ideias, indicam caminho mais seguro a seguir a partir desse “mix” de pontos de vistas.
A soma dos conhecimentos nos torna melhores. Devemos por essas razões e outras que não imagina a nossa filosofia, evitar transformar-nos em mensageiro da discórdia, máxime no agrupamento das afinidades e dos ideais.
Divergências de opiniões e pontos de vista não precisam redundar em antagonismo, guerras, homicídios e belicosidade, no campo das ideias, onde supostamente precisa existir um vencedor dentre os contendores. As discórdias em verdade objetivam mostrar a existência de muitas ideias e soluções, para o mesmo tipo de problema, revelando o potencial da criatividade presente nas criaturas em direção a sua evolução e o seu aperfeiçoamento.
Procurar agir, mesmo que discordes do que se esperam dos aprendizes da vida, com dignidade e retidão, exemplificando através das atitudes corretas, a inteireza do teu caráter, prova que a discórdia quanto à estratégia adotada não afeta a concordância com respeito aos objetivos nobres traçados sob a luz da solidariedade.
É bom proceder, sempre recusar o papel de porta-voz das divergências, sob o sofisma do estandarte da bandeira de emissário da paz. É retilíneo o caminho que extingue o incêndio da contrariedade e anula o fermento dos queixumes, objetivando que mágoas e ressentimentos sejam confiados ao cofre do esquecimento.
Em um mundo assinalado por confrontos de todos os matizes, onde pequenas fissuras e discordância se transformam em acirradas disputas, a concórdia é a presença benfazeja que remete luz e votos de paz no jornadear da existência de provas e expiações.
O Divino Pastor com suas mensagens luminosas nos concedeu um legado de paz e o reto caminho para vencer as tentações do mundo e os valores em desarmonia existentes na jornada de aprendizado das criaturas.
Por isso, dotou os irmãos menores de argumentos suficientes para bem direcionar as escolhas do dia a dia, para servir com fidelidade à causa do Bem por onde moureje. É com esses sentimentos que se dessedentam esses pensamentos, na ideologia do livro “Semanários de Reflexões”, ditado pelo Espirito Albino de Santa Cruz, pelas mãos do médio José Maria de Medeiros Souza.
Em defesa da concórdia, anote-se que a historiografia mundial registra que Gandhi não foi senhor dos exércitos, governante ou político ou ainda que tivesse ocupado cargo de relevo na sociedade onde mourejou. Sem patrimônio, também não legou a posteridade avanços científicos. No entanto, homens, governos e celebridades de todo o mundo reuniram-se, em janeiro de 1948, em Nova Déli, na Índia, para se despedirem e homenagearem esse homem que levou seu país à liberdade mediante o diálogo e o instrumento da concórdia.
Adotando o ideário da concórdia, exoramos ao Divino Galileu nos coloque em sintonia com o Universo da Providência Divina, para albergar em nosso coração a maturidade espiritual evoluindo nossos espíritos para ser brando e pacífico como exorta o Divino Jardineiro, conscientes de que as violências do caminho são provas com o caráter de lições de vida.
Do amigo fraterno de sempre - Jaime Facioli.