Diz o brocardo popular que um dos degraus da sabedoria é saber dividir as dádivas recebidas com o próximo, atitude ativa da caridade e da mesma sorte, angariar o maior número de amigos que se possa amealhar nessa existência em detrimento aos desafetos que a nossa insensatez realizou na ribalta de nossas vidas.
Sob esse díptico, em sã consciência não será licito a ninguém olvidar o fato de que estamos viajando na grande nave chamada Terra, no planeta de provas e expiações, destinado ao saneamento das más tendências adquiridas no jornadear de nossas existências transatas, desde a nossa criação como principio inteligente do Universo, filhos da Divindade, criados simples e ignorantes sob a égide das questões 115, 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos”.
Bem por isso, sabe-se que a viagem em apreço, para atingir o seu objetivo traz consigo as tempestades naturais de seu curso, seja na dicção dos dicionaristas, como sendo, um estado de confusão na atmosfera, com ventos fortes, chuva torrencial, neve ou todas juntas, tendo cada tipo de tempestade, tornados, furacões e tufões um ciclo de tempo cuja ocorrência se dá em determinada época do ano.
No outro polo, ou seja, na linguagem evangélica, é quando se experimenta a partida de um ser querido, de retorno a pátria espiritual, deixando os corações da bem querência entibiados pela dor momentânea de que nos fazemos portadores.
No caso de uma doença inesperada, quando sem mais nem menos se toma conhecimento de uma cardiopatia grave ou um câncer em estado terminal. A perda de um emprego, a ausência da materialização dos projetos existências, a indesejável falta dos recursos financeiros, diante do mau gerenciamento das riquezas em mãos inoperantes. Enfim, tantas são as dores que podem ser simbolizadas nas tempestades da vida, que não imagina nossa vã filosofia, a infinita quantidade de provas denominadas tormentas da existência que se faz acompanhadas de pungentes sofrimentos físicos, econômicos e morais, na passagem dos vendavais da vida.
Nesse caso, a questão que se propõe é como fazer para atravessar essas tormentas, companheiras inseparáveis das tempestades, levando avante o bom combate sem reclamar, despertando para a vida espiritual e onde esta a fonte benfazeja das forças necessárias a travessia do mar bravio, como ocorreu no lago de genesaré quando Jesus adormecido foi despertado pelo apóstolos para os salvarem do sepulcro certo do mar de Tiberíades.
A resposta a esse questionamento é sem dúvida, é tornar-se amigo de Jesus, o incomparável pedagogo, o Messias prometido, o amigo de todas as horas, o ser portador dos pensamentos mais puros do mundo em transformação de provas e expiações para o mundo de regeneração. É esse o amigo que anuncia em cascata de luz e alegria o prelúdio da vida sobre a morte, do bem sobre o mau, da bondade sobre a perversidade, e roga à Deus com sinceridade o perdão pelos nossos desacertos.
Sim Amigos, é dele que se necessita em regime de urgência como amigo das horas amargas, porque sua figura gravou nas pedras eternas que se perdem na poeira dos tempos e nos acúleos da vida, que mesmo não sendo legislador a sua palavra colocou os princípios da Misericórdia nos braços da Justiça. Sem ser administrador instituiu a Caridade como o campo da assistência social e da fraternidade, onde os mais favorecidos podem amparar os irmãos em penúria.
O amigo eterno jamais se arrogou a escritor, mas ainda assim, inspirou as mais belas páginas da Humanidade. Bem por essa razão, nota-se sem qualquer esforço intelectivo, pelos mais simples aos mais eruditos que Ele não era advogado, rabula ou na linguagem acadêmica paracleto, mais foi, é, e continua sendo, sem contradita, o defensor de todos os infelizes.
Ainda mais, impressiona quantos examinem o curriculum vitae do amigo em apreço, que Ele não sendo doutor em engenharia, na área da construção, edificou e permanece levantando as mais solidas pontes de amor destinadas a aproximação e ao relacionamento entre as criaturas, filhas da Potestade, para se alcançar os páramos celestiais. Não por outra razão, esse a quem devemos nos tornar amigos em caráter de urgência, em sua boa nova exorta aos corações amorosos:
“Vinde a mim, todos vós que sofreis e estais sobrecarregados e eu vós aliviarei. Tomai meu julgo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração e encontrareis o repouso de vossas almas: porque meu jugo é suave e meu fardo é leve”. (Evangelho de São Mateus, cap. XI, vers. 28/ 30.)
Impossível sob esse espeque esquecer-se de que Ele também não era médico, mas tanto na ribalta dos acontecimentos como no tempo atual e para todo o sempre, prossegue sanando os males do espírito, incentivando ao levantamento de hospitais e as obras de benemerência capazes de levar alívio e socorro aos doentes. Ensinou a prática do amor em toda a sua textura. Pregou em prosa e versos a extinção do ódio, desculpando sem impor condições a todos àqueles que lhe ultrajaram os pulcros propósitos.
A historiografia mundial reconhece que malgrado a crucificação e a pecha de malfeitor que lhe foi atribuída, a verdade é que entre os povos que habitam esse planeta de Deus, nada, mais nada absolutamente nada, conseguiu, há mais de 20 séculos, apagar os ensinamentos daquele que conserva no imo de sua alma crística e generosa, a sabedoria e a beleza dos anjos que atende pelo nome de amigo para sempre, Jesus Cristo.
Sejamos, pois, amigos de Jesus de Nazaré, agora e para sempre, porque ditosos são os que houverem trabalhado no campo do senhor com desinteresse e sem outro móvel senão a caridade, conscientes de que o pagamento será pelo cêntuplo do que se tiver investido.
É da boa nova e de André Luiz, (Agenda Cristã) espírito benfeitor da humanidade, a lição benfazeja para que trabalhemos unindo esforço afim de que o Senhor ao chegar encontre acabada a obra e diga: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra”.
Todavia, tenhamos misericórdia daqueles que não permitem crescer a semente plantada em seus corações pelo Amigo Celeste, retardando a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão dos acúleos de suas obras. De nada valerá nessa oportunidade clamar pelas graças do Senhor da Vida, pois é certo que enfrentaremos a realidade evangélica pela consciência nos alertando:
“Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes”.
Para ser amigo de Jesus, é de bom alvitre nas tarefas do bem, não aguardar a colaboração de outrem, mas colaborar antes de tudo, como ensinou Madre Tereza de Calcutá. Nas lutas habituais, as lágrimas não substituem o suor a que estamos convidados a verter em beneficio da própria felicidade. O amigo de Jesus não desanima e segue adiante porque encontrará pelo caminho aqueles que atravessaram dificuldades maiores e se mantiveram firmes no leme sob a condução segura do Divino Jardineiro.
Nesse sentir “a dor será a luz de experiência para clarear as veredas dos que jazem nas trevas e o sorriso será uma benção de esperança para aqueles outros que até hoje ainda não tiveram qualquer migalha de alegria para viver.” -Emmanuel - livro “Sinais de Rumo" - Chico Xavier.
Com esses sentimentos d’alma, anelando sejamos amigos de Jesus recebam os votos de muita paz com o ósculo da fraternidade em seus corações do amigo fraterno de sempre. Jaime Facioli.