A história da humanidade está repleta de violência, seja na poeira dos tempos passados, com Gengis Khan a quem foi atribuída a morte de 1.748.000 pessoas em uma hora, seja com Atíla o rei dos unos, ou no percurso percorrido pelas civilizações, até os dias atuais onde ainda se vê os assassinatos brutais.
É o caso de Suzane Richthofen que foi condenada por matar os pais, Manfred Albert Freiherr von Richthofen e Marísia von Richthofen. Anote-se também, os acontecimentos que envolveram o desaparecimento da modelo e atriz Eliza Silva Samudio, e a morte prematura da menina Isabella Nardoni de cinco anos de idade, defenestrada do sexto andar do Edifício London ou ainda, entre outros tantos acontecimentos de violência, a página negra da historiografia mundial do dia 11 de Setembro de 2011 quando foi destruída as torres gêmeas em Nova York.
Diga-se por isso, que o homem pela sua própria natureza trouxe dos proscênios de sua existência o atavismo da belicosidade, anotando-se an passat, ser necessária essa agressividade para a auto defesa da vida, das intempéries e das feras que habitam os primórdios da civilização no império dos instintos. Todavia, na trilha da evolução das criaturas de Deus, desenvolveu-se o senso dos instintos para se alcançar os sentimentos através do qual o exercício da razão e da inteligência lhe permite a escolha do caminho a seguir.
Dessa maneira, inadmissível o exercício da violência para resolver os conflitos gerados pelos interesses das nações, das classes ou das pessoas em particular. Há que se ter em mente que as divergências são salutares, porque levam ao desenvolvimento não somente do intelecto, mas também da busca da aplicação e do respeito ao direito de cada um, conscientes de que o direito de um vai até o ponto onde se inicia as prerrogativas de outrem.
Por outro lado, os pretextos para as bulhas são sempre os mesmos, ou em outra linguagem, os interesses espúrios de uns contra os outros em absoluto desrespeito ao código ético moral e os preceitos evangélicos ensinados pelo Divino Pastor para entregarmos a cada um o que lhe pertence, como dispõe as lições do Homem de Nazaré no episódio dos fariseus que O interrogaram se deveriam pagar ou não os tributos devidos a Cesar.
Nesse sentir, a história da humanidade fornece referencias notáveis de que não obstante as grandes dificuldades das provas a que estão submetidos os filhos da Potestade para o acerto das dissidências transatas ou presentes, incontáveis espíritos escolheram o caminho da não violência para a resolução das cizânias da vida.
Foi o caso de Mohandas Karamchand Gandhi, também conhecido por alma grande, o indiano que tendo se formado na Inglaterra em ciências jurídicas, ao voltar para o seu país foi jogado do vagão do trem porque estava na primeira classe, não obstante ter para isso efetuado o pagamento devido. O racismo determinou a sua expulsão do trem.
Nascia naquele momento o homem santo que a exemplo de Jesus de Nazaré, escolheu o caminho da não violência para a solução dos problemas da existência. Suas atitudes marcaram o modelo a ser seguido, pois levou a sua pátria a libertação do jugo dos ingleses, liberando-os da escravatura em que viviam, sem derramar uma gota de sangue de sua parte, por conta do que seu nome foi reverenciado na época, hoje e o será para sempre, mostrando que o amor sempre vence.
A historiografia mundial registra que Gandhi não foi senhor dos exércitos, governante ou político ou ainda que tivesse ocupado cargo de relevo na sociedade onde mourejou. Sem patrimônio, também não legou a posteridade avanços científicos. No entanto, homens, governos e celebridades de todo o mundo reuniram-se, em janeiro de 1948, em Nova Déli, na Índia, para se despedirem e homenagearem esse homem que levou seu país à liberdade.
Ao deixar esse mundo de provas e expiações com o dever cumprido, e da mesma forma como viveu, com simplicidade, sem riquezas, sem bens, sem títulos ou cargo oficial, razão porque sua história é da humildade para dizer a verdade do que o seu coração estava repleto, fossem quais fossem os poderosos ou aos grandes impérios. Marshall, secretário de Estado dos Estados Unidos àquela época, disse-o bem, Gandhi era o porta-voz da consciência de toda a Humanidade.
Sem dúvida ele foi um grande defensor do princípio da não-agressão. A forma do seu descontentamento, do seu protesto e de sua irresignação sempre presente estava à ausência da violência e o jejum, atitude que lhe valeu o respeito e notoriedade internacional. No sânscrito, que faz parte do conjunto de línguas oficiais da Índia, a palavra mahatma, significa a grande alma.
Numa época em que indianos e ingleses não podiam caminhar lado a lado numa mesma calçada, ele decidiu lutar contra o preconceito e a discriminação com as “armas do amor” na excelência da palavra. Com esse ideário, esteve muitos anos na África do Sul defendendo a minoria hindu e liderando a luta de seu povo pelos próprios direitos sem a prática da atrocidade ou de meios agressivos.
O seu princípio era os meios pacíficos, para tornar vulneráveis as diferenças entre as pessoas, sob sua autoridade moral e o discurso amoroso de que todos somos filhos de Deus, arrimo sob o qual pretendia iluminar as mentes das autoridades afirmando haver lugar para todos, sem que isso afetasse o seu profundo respeito por todas as opões religiosas.
Foi assim que depois de uma bem-sucedida carreira de advogado na África do Sul, retornou à Índia e deixou de trajar as roupas de sucesso e a classe que representava adotando uma vestimenta singela na ocasião usada pelos indianos desprovidos da sorte, para assim se dizer a história de vida de seus irmãos.
Diante dessa realidade, exerceu o papel de conscientizador da sociedade muçulmana e hindu na luta pacífica pela independência indiana, e, enquanto trabalhava pela independência da Índia se empenhou em combater o preconceito de castas, sem jamais derramar sangue.
Oh! Sim. Lutou pela predominância de uma paz real, baseada na liberdade e igualdade de todas as raças e nações, ainda que de físico franzino, “armado” apenas de uma imensa coragem, de humildade e gestos de amor, deu esperança ao seu povo. Dentro do ideal de não violência que defendia, demonstrou que não existe um caminho para a paz e sim que a paz é o caminho.
Todavia, para oferecer a paz ao mundo é indispensável alimentá-la primeiramente dentro de cada um dos filhos da Consciência Cósmica. Pode-se, pois, afirmar que a Terra foi presenteada com o exemplo desse pequeno grande homem, o apóstolo da não violência que, assim como Jesus, provou com o sacrifício da própria vida, que o amor é soberano e sempre vence.
Adotando o ideário da não violência a abraçado por Jesus e por Gandhi, estaremos em sintonia com o Universo da Providência Divina, por isso, rogamos que nosso coração albergue para a maturidade espiritual a não violência nos conduza a sermos brandos e pacíficos como exorta o Divino Jardineiro, conscientes de que as violências do caminho são provas com o caráter de lições de vida.
Anelamos que nos momentos de desequilíbrio estejamos conscientes de que tudo tem um propósito e tudo se transforma para a elevação espiritual d’alma abrindo as comportas que levam os filhos de Deus até aos páramos celestiais. Bem por isso, quanta alegria invade nossa alma e nosso coração que voa contente nas asas da espiritualidade ao perceber a ternura e o amor tomar conta das aziagas da existência para que a luz nos acompanhe sempre que as provas da violência se acercarem de nós.
Do amigo fraterno de sempre - Jaime Facioli.