Os filhos de Deus, indistintamente criados simples e ignorantes sob os auspícios das questões 133 e 804 de ‘O Livro dos Espíritos’, têm como missionato alcançar os páramos celestiais, única fatalidade na existência terrena.
Sustente-se essa verdade, porque o acaso não existe. Ao contrário, tudo o que acontece em nossas vidas é por uma causa. Entre outras razões, provavelmente esse foi um dos motivos pelo qual o Divino Rabi da Galileia lecionou que não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai.
Convictos de que tudo, mas absolutamente tudo, em nossas vidas tem o propósito de nosso crescimento intelectual, ético, moral alcançando a elevação espiritual a que estamos destinados, é óbvio que o esforço que cada criatura faz para atingir esse apogeu é de ordem pessoal e o leva a escolher entre o caminho do bem e do mau pelo livre arbítrio, pela postura adotada na vida através dos comportamentos.
O homem na busca de sua real evolução não olvida jamais o bem proceder e suas atitudes formam rastros de luz em seus caminhos ou sombras das desilusões segundo tenha mal ou bem exercido o livre arbítrio ofertado pelo Senhor da Vida, aos seus filhos para a caminhada até os esplendores celestes.
Trata-se dos caminhos da vida contendo acúleos e rosas perfumadas segundo a conduta das criaturas para que o seu brilho ilumine e clareie a trajetória do viajor pela senda da existência.
Allan Kardec, o insigne codificador, interessado nessa luz da vida nas criaturas interroga os espíritos venerandos a respeito na questão número 88 de ‘O Livro dos Espíritos’;
Os espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante? – Para vós, não; para nós, sim. O espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea.
E prossegue o paracleto. – Essa chama ou centelha tem uma cor qualquer? ‘Para vós ela varia da sombra ao brilho do rubi segundo seja o espírito mais ou menos puro.’
Bem por isso, as criaturas de Deus, atentas ao progresso anelado pelos espíritos conscientes da necessidade de seguir o bom caminho, traduzem em atitudes pulcras os seus propósitos, que a metáfora adotou pelo uso do termo vulgarmente conhecido como a expressão derivada do francês ‘chic’.
Nada obstante, são atitudes nobres d’alma em busca do reto proceder, razão do significado de ‘Chique’ ser um adjetivo de dois gêneros ou essência de um refinamento que demonstra uma qualidade inata de muitos indivíduos. Assim, que não se engane a vã filosofia da vida quando as pessoas disserem que:
Ninguém é nobre por decreto e que as boas coisas da vida não estão à venda pela troca das espórtulas. Dentre essas qualidades, uma delas é a elegância, demonstrando à saciedade que para ser nobre de sentimentos ou ‘chique’ na expressão popular é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas e muito menos possuir um carro último modelo para encher os olhos de inveja aos demais viandantes pelo planeta terra ora em provas e expiações.
Óbvio que o que faz uma pessoa ‘chique’ não é o que ela possui de bens materiais, ou sua notoriedade ou na temporalidade de seus títulos de poeta, rei da voz ou realiza terrestre de qualquer gênero, certo de que no caso em apreço, o foco é outro, valendo dizer, a forma com que os viandantes se comportam, na sociedade, na vida familiar, no local onde trabalham, na sua religião enfim, na sociedade diante da vida e suas provas para traçar trilhas de luz àqueles que vêm na retaguarda.
Nessa vertente, Chique é não procurar chamar atenção com risadas escandalosas que mais se aproxima da histeria do que demonstração de alegria. Certamente o uso de decotes extravagantes exacerbando o bom tom do pudor não se pode qualificar de elegante, tanto como os coloridos berrantes carregam o estigma de espalhafatoso, exato contrário da elegância que atrai para sim os olhares porque tem brilho próprio na gênese de seu comportamento.
Sem dúvida, ser Chique é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações importunas, evitar de se deixar de levar pelo hábito de jogar lixo na rua, dar bom dia a todos que lhe cruzem os caminhos.
Em outras palavras, vale ser gentil, com o porteiro do prédio onde trabalhe, o lixeiro, o funcionário subalterno, o juiz, o escrevente, pois todos são filhos de Deus cumprindo a jornada da vida e no dizer de Madre Tereza de Calcutá, os bons merecem nosso amor e os maus necessitam dele.
Da mesma sorte não se exceder na bebida, na comida ou na maneira de se vestir. Honrar a palavra empenhada, ser grato a quem ajuda, correto com quem se relacione e honesto nos negócios.
Oh! Meu Deu, como é bom fazer questão de não aparecer, mesmo sendo o homenageado ou não se iludir com plásticas do físico, sabido que é preferível corrigirão o caráter. Não nos esqueçamos que corrigindo o espírito nos conscientizamos de que a vida é breve e ao final vamos terminar da mesma maneira, ‘mortos’ na carne sem nada levar de material desde mundo.
Nesse sentir, não gaste seu tempo, em atividades contrárias ao bom proceder. Em verdade, sabe-se pelo dito popular que o ‘diabo’ parece chique, mas o ‘inferno’ não tem nenhum glamour. Em resumo, ‘Chic’ mesmo é acreditar na vida após a vida, é conhecer é saber de onde vem, para onde se vai e o que se está fazendo nesse planeta de provas e expiações.
Ademais, sem dúvida, ser ‘Chic’ é saber que a vida é bela, colorida e consentida, crendo em Deus, Pai Onipresente, Onisciente e Onipotente, investimento que se faz em conhecimento para elevação do espírito, praticando o amor em plenitude, com fé inabalável e raciocinada, porque os investimentos na caridade é o caminho e vida para a plenitude existencial.
Sejamos ‘Chic’ olhando para frente para sentir a esperança na qualidade de filhos da Divindade de que vamos acertar os nossos projetos, porque os erros do pretérito serviram para balizar para nossas pulcras condutas no presente, levando-nos ao futuro venturoso.
Oh! Sim. Evidente que é impossível acertar sempre. O importante é que não gastemos nosso tempo nem nossa energia nos torturando pelos enganos da ribalta, pois somos aprendizes da felicidade e tudo tem um propósito na vida. A autocrítica pelo que não deu certo, já serviu ao seu propósito de educar.