A vida é um ofertório de problemas com destino ao desenvolvimento de nosso intelecto, da nossa paciência, do amor, com destino ao exercício da fraternidade. Com esses propósitos, ela nos faculta dificuldades que vez por outra nos conduzem ao desalento dalma, quando não às dissintonias existenciais.
De repente, nos damos conta de que no ano que se finda não logramos êxito num projeto há tanto tempo acalentado em nossa alma. Vezes existem que as somas dos nossos recursos não são suficientes para atender os compromissos que a vida constantemente cobra, principalmente quando não temos medida e gastamos demais por conta do 13º salário ou das festas de fim de ano. Afinal, dizemos: somos filhos de Deus!
Descontrolamo-nos e depois, claro, temos o pretexto adequado.
Há os abusos de toda sorte e natureza. Na alimentação, fartamo-nos, e esquecemos da caminhada diária tão saudável para o nosso corpo físico. O vício do tabagismo, então, nem falar. Não conseguimos mesmo largar ‘esse vício maldito’ dizemos, e para nos justificar temos na ponta da língua a resposta. Bem, tenho somente esse vício. Já pensou os que bebem até cair no chão, ou os que falam mal da vida alheia?
A verdade, amigos, é que problemas existem mesmo de todo jaez. São famílias em desalinho, a mulher que briga com o marido e vice-versa. São filhos que não respeitam o lar.
Outros irmãos entibiados pela vida escolhem o assalto à mão armada, o roubo, o latrocínio. A calada da noite é seu lugar predileto. Há também os que pela verve ou pela pena da escrita, violam nossos direitos e prerrogativas, enganando-nos.
Não é somente em nossa pátria amada que isso acontece, diga-se de passagem. Na casa Rosada, na Argentina, na Casa Branca, em Washington, no Parlamento, em Londres ou no Parlatório da Itália também se encontram as dissintonias. Em todos os lugares há problemas dos interesses pessoais que procuram se sobreporem aos interesses da alma, em direção à vida que anelam nossos corações.
Sou por natureza otimista. Esses problemas são os ingredientes da cesta básica da vida. Se não fosse por eles, como seria possível que nos doutorássemos na universidade da vida? São eles, as provas e as expiações a que estamos todos sujeitos. Mas, não desanimem os amigos.
De qualquer ângulo que possamos examinar a questão, são uma meia dúzia de desalinhados e que ainda estão ancorados no mar da impulcritude. A maioria de nós estamos com as velas do nosso barco abertas na direção dos ventos do amor, da fraternidade, da solidariedade humana, do perdão e do auto perdão, pois todos nós trabalhamos com a intenção de oferecer o nosso melhor.
Se na família, procurando cada um aprimorar as dificuldades que vivemos, pois não podemos esquecer que o Senhor da vida não junta os iguais, senão não haveria progresso, mas, sim, os divergentes, para os permitir crescerem juntos, um levando o outro, dando as mãos e apoiando-se mutuamente.
Uma análise superficial dar-me-á a primazia desse raciocínio. Todos os dias, pelas primeiras horas da manhã, uma multidão sai no alvorecer para o trabalho honesto e probo, a fim de ganharem o pão de cada dia. Na Robert Bosch do Brasil, há mais de 4.000 empregados, na Wolswagem 10.000, nas demais indústrias automobilísticas, quiçá 50.000 pessoas. Imaginem as demais indústrias, nos bancos, no comércio em geral, nas farmácias, nos escritórios do mundo todo. Em todos os lugares, as pessoas trabalham honestamente, com probidade e com decência.
Àqueles que roubam, matam ou assaltam na calada da noite, são meia dúzia de desajustados, de irmãos em desalinho que ainda não descobriram como é bom ser honesto, pois quando se derem conta de que a honestidade é o ícone que os conduzirá a paz interior, provavelmente, num primeiro momento, serão honestos ainda que por malandragem.
De qualquer sorte, como sempre às segundas-feiras, é um excelente dia para iniciar um regime no ano novo que se inicia. Também estaremos propensos a iniciar novas tarefas, ou seja, começar uma nova proposta de vida. Para esse mister, o direcionamento pode ser o das estratégias mentais que nos convida o anexo, como método de bem viver, mantendo o coração pacificado e o espírito alimentado com as docilidades que o reto proceder concede para a paz de espírito.
Nesse caso, vamos adotar a seguinte postura: Toda vez que um pensamento negativo vier a nossa mente troquemo-lo por outro. Vale dizer, se pensarmos que a vida é feita de espinhos, lembremo-nos de que os acúleos têm perfumes que tornam nossas existências ditosas. Disciplina é regra de vida a ser observada. Recordo-me de lição do nosso inesquecível Francisco Candido Xavier, quando o seu mentor, o benfeitor da humanidade, Emmanoel, começou a trabalhar com o ele.
Pediu apenas três coisas para o sucesso da empreitada. Chico, achando que seria fácil e pouca tarefa disse-lhe: Qual é a primeira? Obteve como resposta: Disciplina. Inquiriu a seguir. E a segunda? Respondeu o espírito venerando: Disciplina. Nossa, considerou Chico. E a terceira? Confirmou, o seu mentor: Disciplina.
De fato amigos, somente a disciplina nos fará aprender a chegar no horário nas nossas atividades, sem desculpa para o trânsito ou ônibus. Saia mais cedo de casa e seja responsável. Se não pode comparecer a um compromisso, telefone, avise àquele que o aguarda, pois, isso é respeito àquele que lhe espera.
Deixar o hábito do tabagismo ou da bebida carece de disciplina, disciplina e disciplina, no dizer de Emmanoel. Há pessoas que se comprazem em chegar tarde nos compromissos sociais, pensando que isso é elegante. Não é. É falta de educação. Parar de falar mal do próximo e procurar trabalhar para melhorar a sociedade como um todo, necessita de disciplina. Na vida, tudo é disciplina. Por isso, é que estabeleceu o nobre mentor do Chico, repetindo: disciplina, disciplina, disciplina.
Aprenda a não se queixar, pois somos verdadeiras antenas receptora e emissora. Toda vez que começamos a reclamar atraímos para nós carga negativa que não imagina o nosso livre pensar.
O pensamento é vida, como a palavra é o espírito que habita em nós. Não terá sido por outra razão, em tese, que o Apóstolo dos Gentios asseverou que cada pensamento se faz acompanhar de uma nuvem de testemunhas. Jamais se esqueça que a maioria das coisas que acabam dando errada tiveram início no pensamento e materializando-se na realidade física.
Não dê atenção a inspirações em desaires. Ignore as insinuações de espíritos brincalhões. Somos autores do nosso destino, de nosso porvir. Embora eles possa interferir em nossas vidas, no dizer da questão 459 de o ‘Livro dos Espíritos’, eles não mandam em nossas vidas.
Decidimos como queremos. Basta não lhes permitir abusarem das nossas más inclinações, procurando na reforma íntima o lenitivo da cura de nossa alma. Não permita que interferências externas tumultuem o seu dia. Livre-se das fofocas, comentários maldosos e gente deprimida. Associe-se aos bons e siga os exemplos.
Jesus é o modelo e guia da humanidade. Sigamo-lo nos seus procedimentos. Sejamos caridosos, afáveis, amorosos, generosos, mansos e pacíficos. Essa é a meta do ano novo que se iniciará em poucos dias. Não vamos nos aborrecer com qualquer coisinha do dia a dia e da hora a hora. São pequenas alfinetadas que nos testam o exercício do amor. Se nos permitimos envenenar pelos espinhos, jamais poderemos haurir o perfume das rosas. Para se chegar ao néctar da vida, é preciso antes experimentar os espículos que lhe compõe a existência.
Viver o presente é uma dádiva. Deixemos o passado no seu lugar. Abandone as dissidências. A dor experimentada já serviu o seu propósito. As amargas experiências já tiveram curso para servirem de referência ao ano novo que vai iniciar. O futuro a Deus Pertence. Mas o aqui e agora, poderá nos dar uma referência positiva do nosso porvir, pois se trabalho com honestidade, probidade e lisura, não posso imaginar que o fruto do bem viver seja o cárcere das amargas experiências. O pai é de amor e de bondade. Somos Deuses no dizer do Divino Pastor. Por isso, poderemos construir o nosso castelo nas nuvens da bem aventurança.
Em resumo, amigos, no ano menino que vai nascer utilize as estratégias mentais e jogue fora de sua alma os ódios, rancores, invejas, maledicências, purificando-se interiormente, pois as férias servem para isso: Quebrar a monotonia, lavar a alma como se diz na linguagem popular. Renove-se nas férias. Não brigue nas estradas. Não dirija alcoolizado. Seja cordato com os demais motoristas.
Não há pressa. Mais meia hora, ou menos meia hora, não fará diferença aos sensatos. Imagine as férias como forma de aliviar o cansado físico e mental e que a carga negativa está sendo disseminada pelo repouso merecido. Aproveite e ande descalço. Massageie os pés e imagine a quantos lugares ele já os levou. Agradeça a Deus essa dádiva. Mantenha contato com a natureza. Aprecie a brisa do mar, as flores que embelezam a natureza. Elas nascem em cada lugar que não imagina a nossa vã filosofia.
Seja amável com o próximo. Nos pedágios da vida, nas cabines de cobranças, temos irmãos que também são filhos de Deus e não filho daquilo que pensamos quando pagamos o tributo. Lembre-se de Jesus. Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Esse proceder de blandícia acalma os seres humanos e funciona como lenitivo para as feridas da vida. Procure ouvir músicas suaves, mas qualquer que seja o estilo de sua preferência lembrando que as vibrações das notas musicais de uma canção têm o poder de sensibilizar nossas almas.
No mundo extra físico existem melodias que nos deixariam ébrios de êxtase tal a beleza das composições que não podemos assimilar na grandiosidade da vida que nos rodeia, no dizer do Celeste amigo. Na casa do meu pai há muitas moradas. Lembram-se? Viva a vida amigos. O novo ano vai começar. As esperanças se renovam. Aprecie o anexo e introjetem suas lições nas profundezas de suas almas, pois, quando se fizerem necessárias o ‘cpu’ dará a resposta que a vida pedir para a nossa felicidade. Do amigo fraterno Jaime Facioli.