Entre os seres humanos em evolução, encontram-se aqueles que se sintonizam com os misantropos e outros que atribuem aos eremitas uma inteligência incomum, por adotarem o modus vivendi de contemplarem a vida e admirarem tempo sem fim a beleza da abençoada Terra de Provas e expiações.
Malgrado os irmãos de caminhada que apreciam viver longe da sociedade ou se isolam do mundo em busca da solidão, a verdade é que o ser humano é um ser eminentemente gregário, razão porque tem necessidade de viver em sociedade para aprender com outrem o que não sabem, e, por seu turno, ensinar aquilo que adquiriu na escola da vida, dividindo seus talentos com aqueles que ainda não atingiram a apoteose dos conhecimentos.
Nesse sentido não seria reprochável sob outra dicção, dizer que os misantropos e os eremitas têm mais de egoísmo do que de sabedoria, partindo-se da premissa de que não atendem à lei de progresso, nada ensinando do que sabem e simultaneamente cerram as portas de novos conhecimentos e experiências com as criaturas em constante evolução.
Uma rápida consulta às páginas da internet fornecerá centenas de personagens ilustres que foram misantropos ou eremitas. Entre os primeiros, Arthur Schopenhauer, Daron Malakian e Salvador Dalí. No arraial dos eremitas, anote-se, Greta Garbo, Syd Barrett e Emily Dickinson
Sobre o tema em apreço, é crível considerar sobre a importância de nossas vidas, na sociedade onde mourejamos nesse universo infinito de Deus, porquanto se imagina como válida a caminhada individual pelo mundo de provas e expiações, como se andorinha solitária fizesse acontecer o verão.
Pessoas há que imaginam quão sábio é o eremita, porque vive solitário, afastado das pessoas e do mundo, buscando a solidão para poderem se encontrar. Ledo engano daqueles que assim pensam.
A verdade é que, o homem solitário, como se anotou alhures, está mais para ególatra. É notório o fato de que aqueles que divergem crescem, pois trocam experiências e conhecimento, enquanto aqueles que são iguais destinam-se a permanecer no mesmo estágio de conhecimento.
Daí, o eremita permanece no estágio de conhecimento adquirido. Não progride. Diz a sabedoria popular que um dos degraus da sabedoria é dividir com outrem as dádivas recebidas, contribuindo com a sociedade civil organizada os conhecimentos hauridos na Universidade da vida.
Em verdade, no contato com os viajores do planeta terra, ao se cumprimentar as pessoas, dando-lhes um bom dia, boa tarde, boa noite, ou simplesmente um olá, como vai, não raro, obtém como resposta um sorriso que emoldura a vida. Cada criatura tem um tesouro especial em seu coração. Cada ser humano é luz. Tem guardado dentro de si experiências que não imagina a vã filosofia.
Por isso, quando se está junto, trocam-se experiências. Imagine uma criatura que aprecie os passeios nas praias da vida, se permitindo que as águas do mar lavem seus pés ao sabor da brisa que sopra em homenagem a vida. Doutro lado, outro que abomina esse tipo de recreação, pois que vocacionado mais para as paisagens bucólicas a fim de sentir o ar fresco da manhã no campo, andar de cavalo, fazer caminhada ao ar livre, sentir a brisa campestre.
Há, pois, no caso em exame, duas tendências.
Se a ocorrência se der na família, não há necessidade de desentendimento ou atitude egoísta. Será suficiente o aprendizado em conjunto. Aquele que gosta do passeio na praia, de vez em quando pode mudar o seu programa e fazer companhia a outrem o que certamente lhe proporcionará um fim de semana nas paisagens bucólicas, descobrindo a beleza que a natureza oferece aos olhos daqueles que sabem apreciar os verdes campos de nossa terra.
Verá o riacho que corre mansamente pela fazenda. Sentirá o aroma das flores que emolduram o campo primaveril. Verá na noite, o céu salpicado de estrelas mil, o manto maravilhoso, bordando as estrelas, como se fossem joias preciosas.
Poderá olhar a Constelação do Cruzeiro do Sul, belissimamente formada como se fosse uma cruz, com uma estrelinha ao seu pé, chamada intrometida , e poderá vibrar com o sol que adentra pelas manhãs no planeta, ganhando a intimidade da casa onde se hospeda.
No outro pólo, aquele que atenda aos reclamos para a viagem até as praias da vida, descobrirá como é agradável andar descalça pelas areias, sentido o roçar das ondas arrebentando-se sobre os seus pés. Perceberá no infinito do azul do céu, a linha perfeitamente reta traçada no horizonte, dando uma dimensão de raro esplendor na grandeza do mar.
Sentirá as vibrações do imenso colorido do mar e imaginará como será, oh! Meu Deus, que esse colosso de água pode mover-se incessantemente, dia após dia, hora após hora, por meses, anos e séculos, mantendo a vida que estua em toda a plenitude em seu seio. Nesse sentir, uma vez sintonizada nessa magnitude não se poderá deixar de elevar o pensamento no Criador e render-lhe graças pela porta de luz que se abre a vida sempre bela e colorida.
Como resultado da união e fraternidade, ganham as duas tendências vencendo os seres humanos que convivem e vivem solidários. Trocam-se experiências de lado a lado e ambos têm lugar no pódio da existência em plenitude. Se permanecerem solitários, seus conhecimentos estagnam-se. Não crescem. Não dividem as experiências. É oportuno recordar que esse portal de luz se abre em toda as áreas de atuação por onde se transita nessa nossa jornada existencial. Não há exceção. É a dinâmica da vida, que nos conduz ao reto cumprimento da Lei de Progresso.
Por essa razão, sozinhos, como se registra sob o foco do portal de luz que acalenta os corações na insondável beleza d’alma, se constata que sós, por sermos filhos de Deus, seremos apenas estrelas que cintilam, com a responsabilidade de fazer brilhar a nossa luz, por onde quer que passemos, como asseverou Jesus. Que brilhe a vossa luz. Sem contradita, juntos vamos compor um corpo de luz a brilhar mais forte nos lugares onde estejamos, porquanto cada criatura traz na memória o amor e as conquistas hauridas nas caminhadas evolutivas em busca dos esplendores celestes.
Não há porque temer, isolando-se do mundo, das pessoas, dos lugares onde se cumpre tarefas e compromissos sociais. Em verdade, transformar-se em luz e ouvir as vibrações do coração para edificar o castelo da existência é uma boa política. Afinal, o ser em evolução é o arquiteto do seu porvir. Oxalá os caminheiros possam ouvir as vibrações de amor ao sentir as estrelas e o universo que reside dentro de cada filho de Deus.
Lamenta-se a falta de hábito para ouvir o coração. Há que se experimentar, pois podemos fazê-lo mesmo sem o estetoscópio. A dinâmica é fechar os olhos do corpo físico e sentir as pulsações suaves que levam a vida para todo o corpo maravilhoso, permitindo através da corrente sanguínea a manutenção da vida para que ela cumpra os nobres propósitos para os quais foi criada pelo nosso Pai Celestial.
Evoca-se Jesus. Vós sois Deuses. Tudo que faço vós podeis fazer e muito mais . Como filhos do Senhor da Vida, somos astros luminíferos que iluminamos o grande universo. Nascemos com luz própria. Mas cada um tem o dever de aumentar a sua luz, para fazer brilhar mais e mais forte o brilho original, de forma a iluminar aqueles que sofrem e padecem na escuridão da existência da ignorância.
Não se olvide os irmãos maiores, que fizeram crescer a sua luz interior e até hoje estão iluminando o Universo do Pai Celestial, com a luz do postulado de seus corações, mediante o amor e fraternidade em plenitude. Mahatma Gandhi, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, São Francisco de Assis, Dr. Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier, Eurípides Barsanulfo, Emannuel, Joanna de Ângelis, Pe. Manoel da Nóbrega, Santo Agostinho, Joana DArc, entre tantos outros, e o mais pulcro, em verdade Crístico, o pastor de todas as almas.
É chegada a hora da oferta do óbolo para um mundo melhor. Deixar de reclamar da vida, do dia que faz sol, ou da chuva que cai mansamente sobre o planeta para fortalecer a terra, ou do frio que o inverno traz para cumprir as estações do ano. Tudo tem o seu lugar, sua hora, seu momento. O nosso, de agora, na transição planetária, convite para um mundo melhor. Agir a favor de bem, iluminando o lugar onde mourejamos. A hora é de renovação. Toda vez que for compelido a uma crítica, pense em uma questão de compreensão. No lugar do mal, faça nascer o bem. Se tiver que falar críticas acerbas, lembre-se de Jesus.
Certa feita passava com seu colégio apostolar pelas estradas da vida, e seus discípulos sentido um desagradável cheiro que empesteava o ar e notando um cachorro morto em avançado estado de putrefação, taparam as narinas e reclamam daquele odor. O mestre, como sempre, valeu-se do ensejo para proferir lição pedagógica para todos nós, e simplesmente disse-lhes, Mas que dentes lindos tinham esse animal .
O portal da luz está aberto. Deixe a luz penetrar, inspirado pela força do Cosmo, erguendo-se o olhar para contemplar as estrelas, em detrimento ao lodo, a fim de sermos plenamente felizes na condição de Filhos de Deus.
Com votos de muita paz, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade em nome do Divino Jardineiro, anelando tenham um ótimo de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.