As criaturas de Deus atentas à Lei de Progresso, de priscas eras se interrogam sobre a riqueza, seu uso, sua posse, quantidade e o poder que ela concede ao seu portador, tanto como a desigualdade existente entre os filhos da Potestade, e a utilidade providencial que se pode dar a esses recursos.
Bem por essa razão muitos dos viandantes por esse planeta de provas e expiações, consideram-na um escolho no caminho e pensam ser melhor não tê-la para evitar transtorno em sua jornada evolutiva. Nada mais enganoso que esse raciocínio.
No evangelho redivivo do Cristo de Deus há lições memoráveis a respeito do assunto, não sendo demais recordar, o senhor da vinha que entregou a seus empregados uma moeda, a outro duas e para o último 05 moedas, para os acertos em breve porvir, constatando ao depois que dois deles multiplicaram a soma recebidas e um enterrou a espórtula, não fazendo dela nenhum proveito.
Observa-se nesse sentido que a desigualdade das riquezas ocorre porque os homens não são igualmente, inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar os bens que lhe são colocados à disposição pela Inteligência Suprema do Universo.
Nesse díptico anote-se que os filhos da Consciência Cósmicas foram criados simples e ignorantes sob o pálio das questões 115, 133, 804 de O Livro dos Espíritos e cada um a seu tempo e esforço, labora em proveito de sua evolução pela estrada da vida para cumprir os desígnios traçados pela Providência Divina.
Diante dessa realidade, o dinheiro ou a riqueza sob qualquer ângulo que se examine não é má ou boa, depende do uso que se faz dela, máxime atendendo aos princípios evangélicos de não entesourar os talentos recebidos, mas colocá-los para bem servir a humanidade, trabalhando no reto proceder.
É, a propósito, o que registra a historiografia mundial noticiando que há mais de 2.360 anos, antes do Cristo de Deus aportar fisicamente nesse planeta de provas e expiações, Aristóteles, no seu legado A revolução da alma , tecia considerações sobre os recursos extraordinários de que são portadoras as criaturas, todavia, via de regra mal aproveitados quando não enterrados pelos cantos da vida de forma egoísta.
É indispensável ter consciência dessas bênçãos e capacidades naturais do
espírito do homem na autonomia da vida para fazer o que foi programado em seu espírito.
Os filhos do Senhor da Vida são dotados de instrumentos poderosos em sua essência com capacidade de realizar a vida pela melhor e mais rica experiência.
Oh! Meu Deus. Em verdade, não há incentivo a ninguém para ser pobre, rico ou miserável. Na realidade, há palavras dulcificadas convidando as criaturas à lei do progresso, indo sempre além dos limites, o que levou o Pastor das Almas a incentivar e vencer os limites traçados, para que cada um faça brilhar a sua luz em todo seu esplendor.
Nesse caso, ser rico é uma possibilidade, ser pobre e ter dificuldades é uma questão de escolha, respeitados os resgates de aprendizado, cada qual escolhe a experiência que deseja por meio do uso do pensamento e do que deseja se tornar na vida em provas e expiações, certo de que inexiste proibição ao direito de escolha, e por consequência inibe-se a queixa que dá ignominia ao caráter das criaturas em evolução.
Insista-se, a riqueza em si mesma, nunca foi um mal, pois com ela, descobrem-se novos recursos na medicina, atende-se a pobreza, constroem-se casas, hospitais e tudo o que pode gerar os melhores momentos da sociedade civil organizada em direção ao progresso. O ruim é o mau uso que se faz das bênçãos disponibilizadas àqueles que têm a responsabilidade de levar a felicidade a outrem, mas egoisticamente utilizam os recursos apenas em proveito próprio.
É de Aristóteles a lição, aos que o procuravam em busca de conselhos , que cada criatura deveria buscar dentro de si a divindade que procuravam externamente e assim teriam a solução de todos os seus problemas. Oh! Deus meu. Que iluminada lição, pois a ninguém será lícito negar que na vida, possuindo o conhecimento e escolha, feitas pelo exercício do livre arbítrio, matéria prima da criação de realidades se considere infelicitado.
Inegável, portanto ter consciência de que a Divindade, nosso pai misericordioso, Onipotente, Onipresente, Onisciente criou a todos com destino aos páramos celestiais, e como seus filhos, somos herdeiros do universo, razão justa para usufruir a riqueza, bem aproveitando as dádivas recebidas para poder utilizá-las de forma cristã. Ora, não se desperdiça os tesouros ofertados pela natureza e a questão não se limita ao domínio da matéria, uma vez que é natural passar-se por dificuldades financeiras e querer ter acesso às riquezas da vida que estão disponíveis em forma de um tesouro pessoal.
A propósito do tema em apreço, conta-se que certa noite/dia, no alvorecer, um irmão de jornada caminhava pela praia, quando, despreocupado, encontrou um saquinho cheio de pedras e distraidamente, começou a jogá-las no mar, enquanto caminhava em direção a sua casa.
Ao chegar na sua residência, deu-se conta de que existia apenas uma pedra no saquinho e devido a claridade que já se fazia presente, olhou a pedra com desvelo e cuidado, dando-se conta de que se tratava de uma pedra preciosa de inestimado valor e que ele inadvertidamente jogara fora quase todo tesouro que a vida lhe oferecia.
É bem assim que ocorre com os viandantes distraídos com as riquezas que lhe são concedidas pela Consciência Cósmica, seja através dos recursos amoedados, seja através da saúde, da família, do trabalho, do estudo ou do esforço indispensável que compete a cada um dos filhos de Deus na caminhada com destino aos esplendores celestes.
Convictos de que tudo, mas absolutamente tudo, em nossas vidas tem o propósito de nosso crescimento intelectual, ético, moral alcançando a elevação espiritual a que estamos destinados, é óbvio que o esforço que cada criatura faz para atingir esse apogeu é de ordem pessoal e o leva a escolher entre o caminho do bem e do mau.
Assim, apesar das dificuldades da vida, das dores, dos sofrimentos que experimentamos nas provas e expiações por que passamos, provas essas que escolhemos para avaliar até aonde já chegamos em nossa elevação espiritual, nada se constitui motivo para tristezas, desespero, desânimo ou desistência do programa de vida traçado outrora na pátria espiritual.
A proposta de vida dos filhos da Consciência Cósmica, sem dúvida há de ser pela alegria de Viver. Olhando para frente sentiremos a esperança de que vamos acertar os nossos projetos, porque os erros do pretérito servem de balizador para nossas pulcras condutas no presente, levando-nos ao futuro venturoso.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações com a oblata da fraternidade, anelando tenhamos um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.