Uma das questões mais difíceis de se vencer na vida daqueles que tem sede de justiça e anelam pelo progresso da humanidade em busca dos esplendores celestes, é, sem dúvida ver diuturnamente os noticiários, anunciando com ênfase as guerras do Irã, Iraque, Síria, Egito e tantos outros gestos pusilânimes e de ignominia, seja do lado dos mulçumanos ou de qualquer bandeira que pregue a religião, mas pratica a desonra dos elevados princípios e leis morais da Divindade.
De fato, essas ocorrências estiolam os corações amorosos, ao ver os mulçumanos contribuindo para o morticínio e a destruição dos bens materiais, prédios, casas, veículos, tudo, mas tudo mesmo, sendo devastado pelo poder destruidor das bombas que se lançam de lado a lado, sem a mínima consideração com a vida e os seres humanos, num desrespeito sem precedente à Lei de Progresso e por consequência enfraquecendo os mais sinceros votos de paz que fazem aqueles que lutam pelo bom direito e para terem pacíficos os corações como ensinou o Pastor de todas as almas.
Sob outra dicção, esforçam-se os que guardam no recôndito de suas almas a religiosidade ansiando para não se deixar levar pela vã filosofia da insensatez, que parece tomar conta de toda a humanidade em razão de ser o desalinho o foco de atenção de todos os canais televisivos nesse Mundo de Deus.
Os jornais e demais meios de comunicação, tanto como as redes sociais também destacam o perverso proceder, dando azo a maldade, olvidando que o mundo de provas e expiações não se resume nessas atrocidades, mas também oferece oásis de amor e caminho da redenção para todos que caminham deixando pegadas luminosas para aqueles que vem na retaguarda.
É o que se anota no coração de ouro de Angelina Joli, de Madre Tereza de Calcutá, Divaldo Pereira Franco, nos benfeitores da humanidade, Joanna de Ângelis, Dr. Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier, Cairbar de Souza Schutel, Herculano Pires, Allan Kardec, Gabriel Delanne entre tantos tutores da humanidade, prova inconteste de que o amor floresce sempre ainda que exista escuridão, as estrelas brilham apontando o rumo do venturoso porvir em nome do Divino Pastor. Nesse caso, sem contradita, onde há amor existem vidas que transmitem inenarráveis lições cujos feitos alteraram o destino da Humanidade.
Com essas considerações, a ensancha é própria para um relato autêntico de acontecimentos da vida, onde as pessoas vivem o seu dia a dia, junto a outras tantas sem qualquer expressão de notoriedade, mas que trabalham nas hostes do Senhor da Vida, levando a esperança e o amor, imbatível amor, para que não exista desassossego com os noticiários diários que abalam profundamente os sentimentos d’alma.
Noticia a redação do Momento Espírita, na data de 26.01.2015, com fulcro em documentário televisivo sobre o holocausto da Segunda Guerra Mundial da qual se serve essa pena, com os sentimentos que invadem nossos corações nesse momento se diz que, certa feita uma jovem polonesa durante a Segunda Grande Guerra, quando Hitler invadiu a Polônia e iniciou a perseguição aos judeus, a família viveu meses escondida em um porão. Todavia, uma vez descobertos, foram separados e ela nunca mais viu seus pais ou teve notícias de seus irmãos.
No campo de concentração, onde foi colocada, padeceu os maiores horrores. A comida era pouca, o tratamento era de violência e as companheiras, via de regra, enlouqueciam ou eram brutalmente assassinadas, quando não punham termo a própria vida. Interrogada sobre essa mesma desventura do suicídio, a prisioneira respondeu que sim, e não uma vez, mas várias vezes, principalmente quando o frio era muito grande, e a fome parecia lhe devorar as entranhas, sem perspectiva de salvação.
Nada obstante, nesses momentos, recordava de seu pai a dizer-lhe quando foram para o porão se esconder dos nazistas, Filha, aconteça o que acontecer, nunca fuja da vida. Resista até o fim. Dito isso, fez-me prometer que jamais eu desistiria de viver. Ao depois, quando os aliados foram vitoriosos, a jovem, e mais quatro mil mulheres foram obrigadas a uma marcha forçada pelos alemães, em fuga das tropas aliadas, muitas morrendo pelo caminho, restando um pequeno número delas, que não havia perecido na jornada inglória, acabando abandonadas a sua própria sorte onde foram encontradas, mais tarde, pelos americanos.
Eram farrapos humanos, desnutridas a tal ponto que sequer podiam se erguer, tal o estado de fraqueza, confessando a prisioneira que tinha dificuldades para andar, pesava trinta e poucos quilos somente, e durante o seu cativeiro que durou três anos, não tomava banho. Foi nesse instante em que o amor floresceu, pois, um oficial americano muito bonito se aproximou dela e a tomou nos braços, carregando-a até um caminhão. Durante o trajeto ele foi lhe dizendo que ficasse calma, que tudo daria certo, que ela receberia o socorro necessário.
Sob a luz da intervenção de Deus nas penas e recompensas, colhe-se na questão 963 de O Livro dos Espíritos , que o Senhor da Vida cuida de todas as suas criaturas, e que por menores que sejam, merecem a bondade de seu olhar. Nesse exato sentido, Cinquenta e oito anos depois, frente às câmeras de televisão, ela e o marido mostravam a alegria de sua união.
Despiciendo dizer que o marido não era outro senão o jovem oficial americano que a encontrou magra, suja, desnutrida e a carregou nos braços, naquele dia distante. Ela não somente teve a sua vida salva naquele momento, sendo resgatada de uma situação de penúria, como encontrou o seu grande amor. Um amor que atravessou meio século e continua tão forte e especial como nos dias do início do namoro. Um amor que foi concebido ao final de uma hecatombe e em que o primeiro encontro foi num ambiente de dor, miséria moral e intenso sofrimento. Ele era o jovem robusto, vigoroso. Ela, uma esquálida jovem, pouco mais que adolescente, sofrida e quase sem esperanças.
Não há dúvida de que o Senhor do Universo tem ignotos caminhos para encontros e reencontros de almas que se desejam unir pelo amor em direção às estrelas florindo sempre os herdeiros do universo. Bem por essa razão, o cerne dessa mensagem mostra com todo o esplendor a beleza da vida pelo nascimento do amor, desaprovando e desestimulando qualquer motivo para o desânimo por notícias desventurosas que possam ser produzidas por quantos ainda se encontrem em descompasso com os projetos divinos.
Dessa sorte ainda que os dias pareçam demasiado pesados, com carga de problemas, não se pode jamais desistir de lutar. Se desanimados, ensejarmos abandonar tudo, confiemos na providência Divina. O amanhecer virá, esperemos a tempestade passar para o sol retornar e quando menos se espera o socorro chega, a situação se modifica, a problemática alcança uma solução, desde que não se esqueça de que o amor de Deus nunca falha.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações com a oblata da fraternidade, anelando tenhamos um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.