As criaturas de Deus que buscam ter puro os corações, como lecionou Jesus no Sermão da montanha, deve enfrentar as tempestades da vida iluminando as sombras obnubilada que tingem de negritude as esperanças, acendendo no caminho a luz e a lâmpada clarificadora afim de iluminar a rota dos viajores.
Conjugue o verbo amar esforçando à exaustão ainda que se demorem no teu paladar afetivo os ressaibos de muitos desamores que te lancearam, e constatarás, sorrindo, que a maior felicidade no amor pertence a quem ama.
Como é verdade que há muita incompreensão na Terra, não menos seguro é que há muita aspiração de entendimento entre os espíritos que avançam no trâmite para os rumos infinitos. Deixemo-nos sem medo nosso espírito transformar em harpa de amor tangida por mãos espirituais, e as vibrações dos acordes espalhados na comunidade sofrida em que nos situamos formando a bela sinfonia do bem infinito em toda a Terra.
Recordemos Jesus, incompreendido no reduto das mais carinhosas afeições, dilatou as expressões do próprio sacrifício, sorvendo sem reclamos nem queixumes o conteúdo abundante do fel e da sicuta da má vontade, encorajando, amando os companheiros tíbios e cantando com eles a música da esperança para a fixação da Boa Nova no país dos corações, fazendo-Se, Ele mesmo, a mais augusta oferenda de amor à humanidade.
Nesse sentido, a vida convida a todo momento ter atenção à questão número 625 de "O livro dos Espíritos", ocasião em que o paracleto questiona ao Espírito da Verdade. "Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir de guia e de modelo", ao que respondeu o espírito venerando, "ipsis litteris" "Vede Jesus".
Inegavelmente, tendo o modelo, a referência, estaremos aptos a seguir os ditames daqueles que têm puro o coração e poderemos a qualquer momento imitarmos o seu gesto e seguir as suas pegadas, atendendo ao próximo, socorrendo nas necessidades da hora a hora, oferecendo o nosso ombro amigo, nosso conselho e nosso apoio.
Por isso, o sentimento do coração que arrima os pensamentos dessa pena num poema com o enunciado de Pegadas na Areia, da lavra de Mary Stevenson, escrito em 1936 e que lhe custou inauditos esforços para ver reconhecido os seus direitos autorais, ocorrência que se deu somente em 1984, eis que sempre há alguns "espertinhos" de plantão para furtar os créditos de outrem.
Cabe por isso, homenagear esse espírito notável, rendendo-lhe os tributos que lhe são devidos pelo momento de elevada sensibilidade e comunhão espiritual, transcrevendo sua poesia que nos guiará os passos na direção dessa prédica para sensibilizar os corações que anelam pelos bálsamos de amor do Divino Pastor.
DIZ O POEMA:
“Uma noite eu tive um sonho... Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do Céu passavam cenas de minha vida. Para cada cena que passava, percebi que eram deixadas dois pares de pegadas na areia; um era o meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena de minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes no caminho da minha vida havia apenas um par de pegadas na areia. Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos da minha vida. Isso me aborreceu deveras, e perguntei então ao Senhor:
Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, todo o caminho, mas notei que durante as maiores atribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste.
O Senhor respondeu: Meu precioso irmão, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento. Quando vistes na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS".
Com esses sentimentos, se o Mestre está sempre a amparar seus irmãos menores, se ele é nosso modelo e guia, poderemos também seguirmos suas lições, tranquilizando nossos corações para bem proceder quando alguém nos procurar com frio, porque teremos a oportunidade de servirmos de cobertor que agasalha.
Se a procura vier esparzindo alegria, ofereçamos o sorriso que alegra. Se a busca de nossa pessoa for feita com lágrimas, sejamos o lenço que alivia a dor. Se o irmão trouxer versos, façamos a música para ilustrar os versos com amor e esperança. Se o companheiro de viagem trouxer a dor, sejamos o lenitivo que cura as feridas, realizando com as palavras a oferta do ombro amigo. Se porventura ele estiver com fome, sejamos o alimento a mancheias para aplacar a fome, mas se ele trouxer beijos e afagos, estejamos certos de podermos ofertar o mel que alimenta a vida.
Se houver dúvidas na sua busca, que possamos lhe indicar a direção correta para asserenar o seu espírito. Se o amigo carregar consigo o desânimo, vamos estimulá-lo para prosseguir no bom combate, como ensinou o apóstolo Paulo de Tarso. Se por acaso o amigo estiver cercado de fantasias, mostramos-lhe a realidade da vida que nos convida a seguir em frente com esperança. Se o necessitado vier em desespero e aflição, será porque espera encontrar em nosso íntimo, a serenidade e o entusiasmo que vê no brilho da nossa existência, para dividir com ele os segredos da vida.
Se ele estiver com medo, poderá encontrar em nosso coração o amor fraterno, água da fonte inesgotável do amor do Cristo de Deus. Por isso amigos quando alguém nos procurar, lembremo-nos de que ninguém chegará até nós por acaso, como propõe o espeque dessa semana, pois tudo no Universo da Consciência Cósmica tem um propósito e o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de enfrentar a vida que é bela, colorida e consentida, declamando em alto e bom som:
Cada dia, Senhor, surge oportunidades para provar que Tu és uma fonte inesgotável, de poder ilimitado e eficaz que aciona minha fé. Sinto que as minhas orações são sempre ouvidas. Uma a uma, e ao seu tempo são respondidas. É por isso, que posso confiar que a porta que o Senhor vier abrir para mim, ninguém poderá fechar.
Eu confio em Ti, não temo e não vou me abalar. Mesmo que a morte venha me encarar. Pois o Teu poder e Tua graça me fazem ver que sou muito mais que vencedor, sou filho da tua Providência Divina e quando a Lua se esconder é porque o sol está para nascer e ao nascer do sol, vejo que o Senhor não está somente do meu lado, mas sim me carregando no colo.
Com esse ideário, recebam os amigos fraternos, nossos votos de uma final de semana repleto de paz, em nome de Amigo Celeste, oportunidade de dessedentarmo-nos, na fonte inesgotável do amor do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre. - Jaime Facioli -