Cada uma das criaturas, filhos de Deus, tem sobre as questões do dia a dia e hora a hora, pontos de vista, denominados subjetivos, os quais merecem a consideração dos viajores pelo planeta terra, pela razão lógica de que fomos todos criados simples e ignorantes mas com destino aos esplendores celestes, o que vale dizer, perseguindo tenazmente a perfectibilidade para atender a lei de Progresso, uma das leis pétreas do Senhor do Universo.
De fato, tendo as criações ocorrido em momento diferente é óbvio que cada espírito tem um marco inaugural e portanto o seu aprendizado é absolutamente diferente um do outro, razão porque ninguém tem a hegemonia da verdade, e se refletirmos sobre o tema religião, se vê que existe mais de quatro mil seitas espalhadas pelo mundo de Deus, e o Divino Rabi não indicou nenhuma para ser seguida, mais sim, sem abominar qualquer uma delas, asseverou no Evangelho segundo Mateus, cap. V, v. 17,18: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas: eu não vim destruí-los mas dar-lhes cumprimento; porque eu vos digo em verdade que o céu e a Terra não passarão antes que tudo o que está na lei não seja cumprido perfeitamente, até um único jota e um ponto.”
Da mesma sorte se colhe no capítulo II de “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, (São João cap. XVII, v, 33, 36, 37) no diálogo do Mestre com Pilatos, quando interrogado sobre ser o não ser o rei dos Judeus a preciosa lição: “... eu não nasci e nem vim a esse mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença a verdade escuta a minha voz.”
Nesse sentir, ainda que se respeite o ponto de vista de cada criatura sobre os mais intrincados problemas a serem solucionados, não significa, em absoluto, que se deve fazer de cada tema examinado um doesto, mas sem dúvida, pode-se seguir a segura orientação do Divino Messias, máxime porque Ele é o caminho, a verdade e a vida, e aqueles que o seguem jamais viverão na escuridão, antes pelo contrário, terão toda a luz do mundo, segundo se depreende do questionamento que o emérito professor e codificador Allan Kardec fez aos espíritos venerandos na questão número 625 de “O LIVRO DOS ESPIRITOS” assim expresso:
Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo? – Vede Jesus. Essa foi a resposta. Bem por isso, consta nos considerandos de o evangelho em apreço, que: “Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a humanidade pode pretender sobre a terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro a que apareceu sobre a Terra.”
Para sedimentar a retórica, levando em consideração o enorme contingente de irmãos de caminhada pelas estradas do planeta Terra, em busca da perfeição e abrandamento dos corações, que fazem tábula rasa do direito de divergir, há uma história colhida no santuário da vida, demonstrando que inobstante o direito inalienável de apresentar outros aspectos de um mesmo problema, não pode servir de espeque para desfocar o ponto e o cerne dos propósitos nobres da existência, sob pena de comprometimento do aperfeiçoamento que busca o progresso que se aguarda os filhos da Consciência Cósmica nos esplendores celestes.
Trata-se de como ver a vida, que é sempre bela, colorida e consentida, máxime o discurso sobre o ponto negro, onde muitos veem os acontecimentos da existência, em céu obnubilado, independente do direito de escolha, não será lícito olvidar o alvo principal da existência da vida em direção aos páramos celestiais. Assim, ainda que sob a verve e as emoções do articulista, na história colhida no santuário da vida, conta-se que certa feita um professor ao chegar à sala de aula, propôs aos alunos uma questão filosófica afim de observar nos arquivos da existência o quanto cada um dos estudantes já havia aprendido na universidade da vida. Como todos aceitaram se submeter ao questionamento, ajustaram-se as filas das carteiras, prepararam-se ansiosos para o responderem ao questionamento segundo a erudição de cada um.
O professor entregou a cada um dos alunos uma folha da prova com a parte do texto virada para baixo impedindo a visualização da questão proposta até o início da avaliação. Ao depois, solicitou que os profitentes em questão desvirassem a folha e iniciasse a tarefa proposta. Tomados de espanto, todos constataram que não havia no texto uma só pergunta, mas apenas um pequeno ponto negro no meio da folha. O mestre escola vendo a expressão de surpresa dos pupilos esclareceu à classe que desejava que todos escrevessem seus pensamentos sobre o que estavam vendo na folha de prova. Em seguida, apesar de confusos, os alunos iniciaram a difícil e inexplicável tarefa, como se tivessem que dissertar sobre o “nada”.
Terminado o tempo para o tema, recolheu-se as folhas e iniciou-se a leitura dos textos na frente dos examinandos, lendo-se as respostas em voz alta para conhecimento da plateia curiosa. Por incrível que pareça, todas as peças escritas, ainda que com profundo saber e erudição na defesa dos pontos de vista esboçado no trabalho, insista-se, todas as peças, definiram o ponto negro no centro da folha, dando as explicações que julgaram conveniente por se encontrar no centro da folha em branco.
Ao término da leitura com a sala em silêncio absoluto o professor então iniciou as explicações necessárias à proposta de estudo daquela manhã primaveril, dizendo que: Não se tratava de um teste destinado a nota de avaliação acadêmica, mas tão somente uma lição da universidade da vida e o que se apurou é que todos, indistintamente, não falaram nada sobre a folha em branco que era imensamente maior que o ponto negro colocado no centro da folha em branco.
Apesar da grandiosidade da folha em branco, essa não mereceu consideração dos alunos e é em assim também, em incontáveis casos, o que acontece na vida do dia a dia e hora a hora, porque, apesar de termos uma folha inteirinha nova para escrever a nossa história de vida, entregando o passado ao seu tempo, para viver o presente, muitos centralizam os seus interesses e discutem com fervor os pontos negros da existência.
Sob outra dicção, seja na partida “inesperada” de um ente querido, na malversação dos bens públicos, nas dificuldades das dores físicas, nas dores d’alma ou naqueles que não abrem os olhos para verem como propôs o Divino Jardineiro ou os ouvidos para ouvir a boa nova, cantada em prosas e versos por todos os cantos do mundo de provas e expiações.
Por isso, anotar-se que a vida é um presente oferecido pelo Senhor do Universo, ensejando motivos para a grande festa em direção a evolução espiritual, ao emprego que consagra o sustento do pão nosso de cada dia, os milagres distribuídos a mãos cheias e que passam desapercebidos, ocultos nos pontos negros da vida, quando se escolhe manter o olhar no pequeno ponto negro, seja em razão da saúde que preocupa, na ausência do dinheiro momentâneo, no relacionamento difícil com um familiar ou na decepção com um viajor da grande jornada, como se tudo isso estivesse a desgoverno daquele que nos criou ou que Jesus, nosso irmão maior, deixasse escapar de seu redil qualquer de suas ovelhas.
Não. Absolutamente não. Os pontos negros são mínimos em comparação com tudo que se recebe da Providência Divina e por essa lógica não se pode permitir que os pontos negros destinados a desenvolver a inteligência das criaturas, assumam o controle das mentes em evolução. Tranquilize-se e seja feliz, Jesus está no leme, basta seguir a rota traçada por Ele para chegarmos ao lugar preparado para as criaturas de Deus.
Finalmente, o mais importante da vida é a religiosidade, seja qual for a seita que se professe, ter no coração a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, é arrimo para sorrir, chorar, amar, dar amparo, fazer preces, celebrar a vida e olhar a existência como dádiva de Deus, é ser rima e verso com Deus no Universo.
Ponto finalizando, recebam nosso ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré. - Do amigo fraterno de sempre - Jaime Facioli.