Os seres humanos no caminho de sua evolução padecem de vícios atávicos. Quando seus projetos não se realizam ou as coisas não dão certo, contrariam-se. Atormentam-se e estiolam suas almas por absoluta falta de confiança na Providência Divina. Alguns após o bom combate do dia na arena da vida, para retamente cumprirem o programa previamente traçado na pátria espiritual, acabam por levar para casa os dissabores experimentados durante o dia.
Jesus de Nazaré exortou o entendimento de que para cada dia basta suas preocupações. Que não se turbe o vosso coração, pois não há necessidade de se carregar o fardo pesado para o lar, onde almejamos viver o amor em plenitude. Essa é uma verdade sem contradita. Absolutamente não há razão para se teimar em carregar para casa e o dia seguinte as mágoas e dores de um dia de trabalho com acúleos.
Todavia os detratores desse nobre sentimento, carregam para o lar os desaires das provas e as preocupações se arrestam para a semana ou para o mês que ainda irá nascer, quando não por anos a fios. Parece mesmo que, anotam no caderno preto da vida, as tralhas que não tem outro valor, senão a lição de vida necessária para o aprendizado indispensável à evolução.
Oh! Meus Deus. Algema-se ao sofrimento, ao ressentimento, a mágoa e se entrega ao holocausto, albergando nos corações esses sentimentos, sem tomar conhecimento pleno de que essas coisas são inúteis. Abandona-se o estimulo da Divindade e a confiança em Deus, resultando viver sem coragem para jogar fora esses empeços. Optam-se por viverem com os escolhos e o lixo da existência, quando tudo seria mais fácil se renovassem a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a fé no Senhor da Vida e na sua proteção.
Evocamos as lições Homem de Nazaré, para olharmos os pássaros e os lírios do campo que não tecem nem fiam, mas mesmo assim nem Salomão vestiu-se como eles.
É verdade, o Pai Celestial, cuida de todas as suas criaturas, como propõe a questão 963 de “O Livros dos Espíritos”. Por isso, diante dos procedimentos desalinhados, se entende que as marcas e cicatrizes das experiências devem ficar registradas no nosso livro da vida, apenas para recordar dos acontecimentos de antanho na vida. Em outras palavras: A criatura humana é fruto de seu passado, de seu procedimento transato, portanto, herdeiros de seus atos e do que hoje se faça ou do que se deve evitar.
Por essa razão, concebe-se a dialética de que não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma, onde possam tirar as nossas amargas provas, pois são elas que nos alavancam para o progresso indispensável aos filhos da Consciência Cósmica. Não se pode esquecer dos acontecimentos da ribalta das histórias vividas, de onde viemos, do que se faça, dos caminhos percorridos.
Da mesma sorte, não se esquece das vitórias, das quedas e as lutas do bom combate. O objetivo sempre será o da reforma intima e da correção do plano de vôo, para alcançarmos através da Lei de Amor, de Justiça e da Caridade, os Altiplanos Celestiais. Sem contradita, as recordações das experiências têm o caráter educativo e pedagógico. Não se segue daí, que se deve carregar dia-a-dia, com teimosia, os insucessos profissionais ou emocionais, o ódio, rancor, mágoas, ou sentimento de derrota e o ressentimento.
ISSO NÃO. JAMAIS. Não podemos esquecer as lições do Divino Jardineiro sobre o exercício do Perdão. Perdoar quem nos feriu dói mais no ofensor do que o ódio que possamos nutrir por ele durante toda uma vida. É notório que o perdão é bom para quem o concede, pois se realiza uma catarse, desalgema-se dos sentimentos da paixão para viver o amor em plenitude. Nesse sentir, o perdão não favorece o ofensor que o recebe pois esse continua devedor ao equilíbrio do Universo de Deus.
Com certeza, as mágoas envelhecidas transparecem no nosso rosto e nos nossos atos moldando o nosso tempo presente. Precisamos, ter muita coragem e ousadia para deixar no ontem essas imperfeições abrindo a gaveta do nosso coração para dizer em alto e bom som:
Eu não preciso mais dessas tralhas. Elas não me concedem nenhum benefício, por isso, a partir de hoje, guardarei no caderno azul da vida, somente as lembranças das alegrias, dos momentos bem vividos, da família, do nascimento dos filhos, dos netos, da formatura. Tantas coisas boas há para celebrar a vida, sempre bela, colorida e consentida. A final, não é a expressão do rosto que mostra a entrada da alma e o que vai no coração? A luz do amor atrai a paz que anela os corações.
Nossas vidas são únicas e somos seres personalíssimos, por isso nossas vidas merecem ser e ter a cada dia, a cada momento, uma nova oportunidade de crescimento. Deixemos o passado como seu propósito e a sua finalidade e sigamos os conselhos iluminativos do espírito benfeitor da humanidade Joanna de Ângelis ao estabelecer no livro "Episódio Diários", pela psicografia das mãos abençoadas de Divaldo Pereira Franco o Amanhecer dizendo:
”Dia novo, oportunidade renovada. Cada amanhecer representa divina concessão, que não podes nem deves desconsiderar. Mantém, portanto atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão, coragem nos confrontos das lutas naturais, recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado. Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis. À medida que o dia avança aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever. Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente. Dirige cada ação à finalidade específica. Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à liça com disposição, avançando passo a passo até o momento de conclusão dos deveres planejados. Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos. Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas”.
Do amigo fraterno de sempre.