Uma das questões que sempre exige profunda reflexão das criaturas, é o valor dos atos da existência e a nossa proposta de vida. O respeito que se deve ter com o corpo físico, veículo que faculta a grande viagem pelo planeta de provas e expiações para evolução d’alma. A dúvida que assombra o espírito em trânsito é em relação ao futuro, ou em outras palavras: O que estamos fazendo nesse orbe? Qual o nosso destino? Por que existem pessoas que se dizem felizes enquanto tantas outras se imaginam no vale de lágrimas? Qual a razão de umas nascerem em berço esplêndido, enquanto outras nascem em favelas ou em países pobres, ditos do terceiro mundo.
Aos profitentes do tema, essas questões sempre passam por profundas reflexões, pois em verdade, indistintamente todos os filhos da Potestade foram criados iguais, sem privilégios de qualquer natureza, ou seja, fomos criados simples e ignorantes, mas destinados ao porvir de felicidade, no tempo apropriado, razão porque de se encontrar no ato dos apóstolos a proposta do Divino Rabi da Galileia.
"Vós sóis Deuses. Tudo o que faço, vós podeis fazer e muito mais".
Certamente será o tempo futuro que nos dirá quando poderemos estarmos prontos para atender a esse convite. Sob esse díptico, imagina-se com absoluta lhaneza que esse momento acontecerá quando se cumprir retamente a Lei de Amor que nos trouxe o Celeste Amigo, por consequência amando incondicionalmente a vida, a família, o trabalho, o corpo físico, a oportunidade redentora dessa reencarnação, aceitado a vida como ela é, bela, colorida e consentida.
Pessoas há que não conseguem conjugar o verbo amar na excelência da palavra. Chegam ao extremo de não valorizar o corpo. Não se prezam em vestir-se com elegância ou com esmero. Que não se engane vã filosofia. A retórica em apreço não é um convite para a vaidade. Mas, a verdade é que, vestir-se bem, significa respeito ao corpo e à vida. Pessoas existem que se vestem como um farrapo para dizer-se humilde. É um engano. Na ausência de uma camisa de linho, usa-se uma de cambraia, mas que seja limpa, passada e decente.
Valorize à vida. Caminhe, se possível todos os dias. A caminhada faz bem ao corpo humano, que agradece. O sangue flui e possibilita um coração saudável, pois é o caminhar que nos garante a saúde plena do segundo coração, aquele que faz o sangue retornar ao coração depois de cumprir a sua missão. O intestino funciona regularmente e nos sentimos bem após uma caminhada.
Oh! Meu Deus. Como será possível cumprirmos tantas tarefas durante o dia, 8,00 ou 10,00 horas e às vezes 14 horas de trabalho diário, sentados na sala de trabalho, no automóvel ou nas salas de audiências e não encontrar tempo para uma breve caminhada de meia hora que seja. Se não for possível realizar essa tarefa em razão do tempo, utilize-se de uma esteira, mas respeite a vida. O corpo agradece. Isso é amar-se em nome do amor. Há pessoas que por não se amarem chegam à depressão, não tomam banho, não cuidam da higiene, não fazem a barba, andam maltrapilhos e como ligeira, desprezam a vida, avançando o quadro clínico até a síndrome de pânico e muitas põem fim à vida.
Com que direito fazem isso? Não foram eles os autores da vida e por isso não têm o direito de pôr termo a essa existência terrena. Isso é falta de amar-se em nome do amor. É falta de respeito consigo próprio. É preciso urgentemente que se aprenda a se amar, para poder amar a vida que estua ao nosso lado.
A ninguém que descumpra os deveres com o seu corpo físico e com a religiosidade que necessita o seu espírito será lícito dizer que ama a vida, a família, o trabalho ou a oportunidade rediviva da reencarnação, pois o amor por excelência inicia-se no imo de cada criatura.
É preciso amar-se em primeiro lugar para depois espraiar esse amor em direção ao nosso próximo. Charles Spencer Chaplin, esse espírito notável a quem se associa esses pensamentos, propõe amar-se de verdade, para compreender em qualquer circunstância que o lugar onde se encontre os filhos de Deus, constitui o jardim da vida, onde foi plantado para semear o bem e iluminar os que estão ao nosso derredor.
Quando se ama com lhaneza, compreende-se que toda hora será a hora certa para mudar o rumo, o plano de voo, trocando o homem velho pelo homem novo, cheio de esperança, confiante em Deus, na vida e no amor que nos legou o Homem de Nazaré.
Esse proceder recebe o nome de autoestima.
Ao se amar de verdade, se percebe que não há angústia, pois, qualquer sofrimento emocional não passará de um sinal de que se está navegando contra as leis da vida e a isso se dá o nome de Autenticidade. Pessoas amargas, que utilizam o verbo severo e que gritam com os irmãos de caminhada, pretextam se dizer autênticas. Não são. A verdadeira autenticidade está na simplicidade ao se corrigir o próximo. Vedes Jesus, propõe a questão 625 inscrita em "O livro dos Espíritos".
Ao se amar de verdade, não há mais desejos que a vida concebida por Deus aos seus filhos seja diferente, e, muito menos o julgamos um mau administrador, um Pai que não sabe o que faz para seus filhos.
Tampouco se anela por mudar de país, em busca do pote d’ouro ou que nossos pais sejam diferentes. Da mesma sorte, não se desejar exercer encargo outro que não o que a vida nos reservou, pois nesse caso, perceberemos que tudo o que nos acontece não é por acaso, mas por uma causa e tudo contribuirá para o nosso crescimento. Parar de reclamar da vida, do tempo, da família e do trabalho, chama-se Amadurecimento. A prática do verdadeiro amor para consigo mesmo, implica em não pedir a um amigo, um favor que saiba ser ilegal, impuro ou desonesto. O Verdadeiro amigo não pede nada que possa comprometer a consciência do justo.
Por isso, ao nos amarmos de verdade começaremos a notar que é ofensivo tentar forçar uma situação ou alguém para realizar um desejo espúrio, pois a isso se dá o nome de respeito. Quando se chaga a se amar com lhaneza, livrar-se de tudo que não seja saudável. Não se entrega aos braços de Morfeu para dormir até tarde todos os dias, como se nossa vida tivesse como razão apenas nos entregarmos nos braços do Deus do sono da mitologia grega.
Repouse o necessário para repor as energias do corpo físico. Levante-se cedo. Vá trabalhar. Caminhar. Olhar as flores. Ouvir o canto dos pássaros, manter pensamentos serenos, fazer a oração com fé todos os dias, se ligando ao Senhor da Vida, tudo isso sempre será uma medida bem-aventurada nas vidas das criaturas. Esse proceder afasta o egoísmo e contempla o Amor-Próprio. Ao nos amarmos verdadeiramente, deixaremos de temer o tempo, pois estaremos sempre ocupados com o bem viver e certamente olvidaremos os projetos megalômanos de futuro.
Realizar hoje o que se apraz, com serenidade, pausadamente, obedecendo as forças disponíveis à idade de cada viandante no ritmo da vida, chama-se simplicidade. Amar-se profundamente significa desistir de querer ter sempre razão. A sabedoria implica em ouvir o próximo para praticar a caridade. Assim também somando os conhecimentos erraremos menos e teremos melhor qualidade de vida, descobrindo o valor da humildade.
Ao se amar nas profundezas das almas bem vocacionadas, deixa-se de reviver a todo instante o passado. O passado foi muito proveitoso. Ensinou muita verdade através de sua metodologia do erro, para descobrir o acerto. Mas isso já passou. O futuro será o resultado do que faremos hoje.
Por isso, o tempo em que vivemos chama-se PRESENTE, em verdade, presente de Deus para a realização dos sonhos, dos projetos, advindo dessa postura, o dever de nos amarmos profundamente, conscientes de que somos filhos da Divindade e ele não cria modelitos, mas filhos simples e ignorantes destinados aos Esplendores Celestes.
No presente é onde a vida acontece, vivendo um dia de cada vez, bem vivido, cumprindo retamente os deveres junto a família, no trabalho chegando no horário aprazado, na sociedade comportando-se como cidadão probo, no amor com os filhos, distribuindo carinho e compreensão, depositar nosso olhar nos netos e ver como a vida estua ao nosso derredor.
Descobrir os valores de suas vidas ao alegrar as nossas. Junto aos companheiros de trabalho, ser leal e sincero e na interação que temos nos fóruns da vida, por onde quer que mourejarmos, sejamos sempre solidários.
Esses são os lugares onde a vida acontece. No dizer de Antoine de Saint Exupéry, somos os construtores de nosso futuro, responsáveis pela engenharia de nossa felicidade, quando assevera "Tu serás eternamente responsável por tudo que cativas". Viver hoje bem, homenageando a vida chama-se viver em plenitude.
Na plenitude deixa-se de se atormentar, certo de que se colocar a serviço do coração uma grande e valiosa aliada, a caridade para com a criatura a fim de treinar na seleção da vida, como vencer a copa do amor fraterno para atender ao próximo, sabendo viver sem medo dos confrontos, a fim de que a vida seja um constante aprendizado.
Com esse ideário, segue nosso beijo em seus corações, com votos de um final de semana com muita paz, na oblata de nossa elevada estima e consideração.
Do amigo fraterno de sempre. - Jaime Facioli.