As criaturas de Deus buscam com azáfama compreender o estado de melancolia que vez por outra toma conta dos filhos da Consciência Cósmica, sem razão aparente e não raras vezes este estado d’alma vez é rotulado como sendo um estado depressivo, caminho da síndrome de pânico que conduz os viandantes do planeta de provas e expiações ao entibiamento do espírito imortal.
Na luz do mundo, um dos livros do pentateuco, promessa do Divino Pastor de que não nos deixaria órfãos, “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO’, os profitentes interessados em aprofundar o bisturi do conhecimento, encontram no capítulo V, - sob o rótulo de BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS - o tema em apreço.
A mensagem de François de Genève desnuda a necessidade da prova ser realizada com desempenho e zelo a tarefa, precavendo-se com as inquietações, e desgostos aparentemente se causa, que se precipitam sobre os viajantes no planeta Terra, que devem vestir o manto da fortaleza, e da coragem para suportar as provas do caminho, que em verdade são de curta duração, tendo sempre presente as lições de Paulo de Tarso, para lutar o bom combate com todas as forças d’alma, aceitando a colaboração sempre presente do amigo e protetor denominado anjo da guarda.
Assim, é natural a pressa para cumprir os compromissos da vida que o reto proceder deseja dos filhos de Deus, nada obstante, existam aqueles que deixam passar desapercebidos significativos momentos dessa existência que proporciona luz luminífera no caminho reto a ser seguido.
Quantos irmãos há muito não lançam o olhar para as estrelas. É notório o fato de que na época dos bancos escolares, se apreciava olhar a constelação do Cruzeiro do Sul. Como ela é linda! Fornada em cruz de luminífero brilho, tem uma diminuta estrela no pé esquerdo chamada "intrometida", codinome que lhe dá por aparecer na cruz sem sentido aparente, no encantador quadro formado pelas estrelas do firmamento na constelação do Cruzeiro do Sul, sobre a Pátria do Evangelho Coração do Mundo.
Inadvertidamente sonega-se uma palavra de conforto aos entes queridos quando eles estão estiolados nos seus mais profundos sentimentos dalma. Quando não, de dentro do automóvel, atentos ao trânsito não se percebe a beleza das flores ou dos jardins por onde se transita.
As árvores se vestem em tonalidades mil para embelezar esse planeta construído inteirinho para os filhos da Providência Divina, com o objetivo de realizar as provas e pagar os débitos contraídos em pretéritos de desalinho no caminho da Lei de Progresso e a evolução espiritual dos filhos da Potestade.
Ainda que de pouca monta, o fato é existem irmãos em compromissos pesados de resgate por essa terra de Deus, suplicando o apoio dos viajores do planeta nos semáforos da vida, em busca de uma côdea de nosso amor, por pequenas moedas e há aqueles que ainda não se consegue abrir o vidro do carro com um leve toque no botão que permitiria o exercício da solidariedade com o necessitado, cumprindo a lei de amor que o Divino Jardineiro nos trouxe para iluminar a jornada terrena.
No outro pólo, ainda que em caráter de exceção é verdade, os pais velhos e cansados da jornada, no anoitecer da vida, recebem como prêmio pela sua dedicação, carinho e amor que ofertaram a prole durante longos anos, em geral, mais de 10 lustros, recebem a internação em lar de idosos ou asilos, onde segundo a vã filosofia, "são bem tratados".
Oh! Que lástima. Nessas horas, a melancolia não raro toma conta de nossa alma. É aquela saudade da pátria espiritual. Tudo está bem. A família goza de plenitude, o serviço vai bem obrigado, a saúde agradece e não sabemos porque, ou de onde vem o sentimento que entibia nossos dias com a tristeza. É no livro da vida, luz que o Mestre Jesus enviou para iluminar os espíritos em trânsito que se esclarece esse estado dalma dizendo que a melancolia que toma conta de nossas vidas é a saudades da pátria espiritual de onde procedemos. De fato, no capítulo V, item 25 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" se colhe a mensagem iluminativa de François De Genève, Bordéus que transcrevemos "Ipsis verbis":
"Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes dos vossos corações e vos faz achar a vida tão amarga? É o vosso espírito que aspira à felicidade e à liberdade e que preso ao corpo que lhe serve de prisão, se extenua em vãos esforços para dele sair. Mas, vendo que são inúteis, cai no desencorajamento, e o corpo, suportando sua influência, a languidez, o abatimento e uma espécie de apatia se apoderam de vós, e vos achais infelizes".
Por essa razão, todas as pessoas, todas as coisas que o Senhor da Vida, oferece às suas criaturas ou passam pelas nossas vidas deixam as suas marcas num ir e vir infinito. Quando os corações estão brandos como Ele nos ensinou, muitas dessas lições permanecem porque doamos nossos corações para entrar em sintonia com as nossas almas. Outras, pessoas ou coisas, se vão, mas serviram de espeque para o precioso e grande aprendizado. Não importa que tipo de atitude se tem com elas diante da realidade da vida, o aprendizado pelo amor ou pela dor permanece com cada um dos filhos da Consciência Cósmica.
Com pessoas vaidosas e orgulhosas aprende-se que se deve ser humilde e com as carinhosas e atenciosas a lição da gratidão. Com as pessoas duras de coração há que exercitar a lição do Divino Rabi da Galileia, e oferecer o balsamo do perdão que ele notabilizou no madeiro infame da cruz da dor para dar o exemplo de vida.
Há também muitas pessoas que passam pelos mesmos caminhos de vidas, e, na convivência aprendemos a Amar de forma variada porque o amor tem diversas cores e tonalidades, o que alforria a trata-las com dedicação, com carinho, e o amor incondicional. Na família, oficina de trabalho para o enobrecimento do espírito aprende-se a mansuetude, a paciência, o amor na excelência da palavra, a dedicação e a solidariedade. Sofre-se suas dores, e se alegra nas suas vitórias.
É assim o método da vida para ensinar, na convivência, na alegria, na tristeza, na solidariedade, na caridade, no amor e na prática da lei de justiça. Apreender na universidade da vida, bem vivida, colorida e consentida. Todavia será insensato não aprender a lição de como conviver ou reagir com a SAUDADE que algumas pessoas deixam em nossos corações. A saudade, esse sentimento de ausência, pode ser tratada com uma imensa dose de amor e confiança na Providência Divina de que em breve porvir estaremos com eles. Vivendo o amor em plenitude, sabe-se que os que partiram na grande viagem, pelos laços do amor, permanecem ligados com os entes queridos.
Com essas considerações, segue nosso beijo em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana, em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli