Os filhos da Divindade invariavelmente ficam estarrecidos quando se confrontam com as dores d’alma. São dores profundas, muito mais doloridas do que as dores físicas que os fármacos na atualidade quase sempre conseguem aliviar com grande presteza entregando aos pacientes a sensação de bem-estar. Nas dores da alma, o mesmo princípio não é verdadeiro, porquanto o lenitivo salutar impõe aos interessados uma mudança de procedimento, no comportamento e na obrigação de fazer o que determina a conduta traçada por Santo Agostinho, na questão número 919 de “O Livro dos Espíritos”.
Neste caso, se esclarece à saciedade o meio mais prático e eficaz para se melhorar nessa vida e resistir aos arrastamentos do mal, via de regra, quando se caminha pela porta larga da insensatez, razão de se impor aos profitentes do tema, o dever de conhecer a si mesmo, da mesma forma que foi colhido o conceito no templo de Delfos, por Sócrates nos tempos imemoriais: Conheçam a ti mesmo.
Com efeito, nas lições de Santo Agostinho, é preciso ao fim da jornada diária, na hora do repouso, interrogar à consciência passando em revista o que se fez durante o dia, sem esquecer de consultar os sentimentos nobres, se por ventura não faltou com algum dever em relação ao próximo, e, se ninguém tem o que se lamentar sobre o seu comportamento. Obviamente que, aquele que se lembrasse dos atos praticados na jornada diária e se perguntasse o que fez de bom ou de mau, pedindo à Deus e ao anjo guardião para o esclarecer sobre as dificuldades, certamente encontraria uma grande força para conhecer a si mesmo e se aperfeiçoar.
Inegavelmente, as dores da alma, ao contrário das dores físicas, não deixam recados, mas imprimem uma sentença condenatória que perdura pelos anos. Em outras palavras, seja na dor de um amor que acabou mal resolvido, seja um emprego que se perdeu inexplicavelmente ou um casamento que construído sobre a areia, começou e terminou na primeira tempestade do confronto do aprendizado da vida. Da mesma sorte, essas dores d’alma podem ocorrer com o rompimento de amizade insincera que deságua na traição, mas todos esses acontecimentos vão deixando sinais e marcas profundas cravadas como punhal na alma dos viajores em busca da felicidade. É preciso trabalhar firme e forte as dores da alma, para que sirvam apenas de aprendizado, extraindo delas a capacidade de fortalecimento nas lições que melhor se ajustem ao viandante, candidato à felicidade que se encontra ínsito em cada criatura.
Esse proceder, consoante as lições do Pastor das Almas, se arrima em amar-se uns aos outros incondicionalmente, descobrindo a autoestima, deixando de lado as veredas da reclamação da dor e das lamúrias, que via de regra levam à depressão. O lenitivo para as dores d’alma é amar a vida bela, colorida e consentida, sorrir para que o mundo seja cada dia mais alegre, e acender a luz, apagado o fogo da discórdia. Dedique-se para apresentar o seu melhor e não se compare a outrem pois as criaturas são personalíssimas e cada uma delas tem o seu próprio colorido, o seu próprio caminho e a sua própria luz, motivo de o Divino Mestre recomendar aos seus irmãos menores que deixassem brilhar sua luz.
Aproveite as pequenas coisas, pois os frascos pequenos têm também os melhores perfumes, sem esquecer que os grandes acontecimentos da existência estão a volta de cada um dos filhos de Deus, apontado o rumo da felicidade. Alivie as dores da alma deixando-se embalar pelos sonhos, esperança de um porvir venturoso, combustível da materializados dos desejos lhanozos. Possuir amigos e ser o melhor amigo de todos estimulando e contagiando o mundo ao seu derredor é remédio salutar para evitar as dores d’alma. A religiosidade sem dúvida alguma é o poderoso medicamento para curar as dores d’alma, crendo em DEUS, pai de amor, bondade, Onipotente, Onisciente, Onipresente, ELE é a razão de tudo, é a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, sob os ditames da questão número um de “O Livro dos Espíritos”.
Anote-se ainda como cura para as dores d’alma, os amigos adquirindo um significado especial em nossa jornada. São pessoas a quem aprendemos a admirar e sentimo-nos confortáveis em saber que a "qualquer momento ou necessidade" poderemos contar com eles para o que der e vier. Por essa razão, em nome da fraternidade universal cultivamos no jardim de nossas existências, os amigos como companheiros de viagem, porque o ser humano em evolução se conhece pelos amigos que se consegue angariar na presente jornada, em detrimento aos inimigos do passado. Finalmente o mais poderoso e eficaz tratamento das dores d’alma e o mais importante para a cura definitiva é praticar as lições do Divino Jardineiro, no jardim de nossas vidas, o amor em plenitude, o perdão das ofensas, a solidariedade, a mansuetude e a indulgência, virtudes que conduzem aos altiplanos celestiais.
Ponto finalizando, recebam nosso ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -