As crises são formas de conduzir os filhos da Potestade para vencerem as experiências de crescimento, cujo caráter simbolizado nas dificuldades objetivam vencer a luta nos tatames da existência, sob o pálio das adversidades, quando os problemas anseiam por solução pacífica sob o refrigério da virtude do instrumento da paciência. Sob esse díptico, o homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a virtude da tolerância antes do desalinho, condição essa de medicamento preventivo contra os males que espreitam os desatentos da vida e veem na porta larga o caminho das facilidades, sem se darem conta dos males que os espreitam, vitimando-os pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontram e não raro os levam a estados neuróticos e agressivos quando não à depressão que os aniquilam sem piedade.
Nesse sentir, o instrumento da paciência, virtude sublime que asserena o espírito em evolução, é reserva de ânimo para enfrentar situações das mais difíceis sem a perda do equilíbrio. Bem por isso é uma virtude que merece ser cultivada estorcegando a sua força natural, para quando for submetida ao teste que a desafia em forma de problema esteja íntegra para adentrar na arena dos desafios e vencer o bom combate. A previsão do apóstolo Paulo aos Coríntios sobre o bom combate, nos dias atuais, é crível de ser vista como as dificuldades do trânsito, a agitação geral dos compromissos sociais, de trabalho e dos estudos, sempre em busca da evolução, sem deixar por isso de ser uma competição desenfreada e não raras vezes sem ética e sem moral.
Nessa rota, incontáveis vezes se atinge o desrespeito dos espaços individuais, dos lugares destinados aos irmãos de caminhadas deficientes ou idosos, além das limitações financeiras, dos conflitos emocionais, as frustrações e demais injunções decorrentes do modo de vida dito moderno e do relacionamento social, que acabam por levar o homem a desequilíbrios inenarráveis que somente o exercício do amor paciencioso pode evitar. A virtude da paciência exaltada pelo Divino Pastor das almas, quando exercitada nas ocorrências do dia a dia e hora a hora, sem nenhuma dúvida inibe a irritação, o revide e a violência, adquirindo força para enfrentar com êxito as situações mais graves, máxime porque todas as criaturas em trânsito pelo mundo de provas e expiações, são passíveis de experimentarem abrolhos no caminho, testando a capacidade dos viajores de resistir as dificuldades da estrada.
O lenitivo do amor no exercício da paciência é o antídoto capaz de instrumentalizar e oferecer a necessária atenção para se saber enfrentar as incontáveis provas do jornadear da esperança, única maneira segura de combater com êxito e superar as dissidências do caminho. Munido desses instrumentos, quando se sentires provocado pelos insultos das flechas da insensatez, atue com serenidade e continue a jornada em paz e da mesma forma, se constatares o erro em alguma situação que se admira o descuido, retorne ao ponto de partida e corrija o engano.
No outro pólo, se te sentes injustiçado, reexamine o motivo e disputa a honra de não desanimar. Não se pode esquecer que a convivência com as criaturas de Deus, criadas simples e ignorantes, em tempos diferentes, é o grande desafio da evolução porque resulta, de um lado, da situação moral e do outro, o estado emocional de ambos os contendores. Tendes bom ânimo, porque o amor ao próximo só é legítimo quando não se desgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa, em relação às pessoas com quem se convive, bem entendido que é fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes, enquanto o verdadeiro amor é o que se relaciona bem com as demais criaturas que o Criador coloca nas estradas da vida de seus filhos para a grande jornada.
Com esses sentimentos, é importante planificar a vida, consciente de que ter metas claras é um bom procedimento para que quando aconteçam os “dissabores” do embate diário, afirme com segurança que se está mais paciente nas decisões e por isso não vai se deixar que o desaire abale o seu equilíbrio, seguro de que esse proceder é um processo de autopreservação. Sem contradita, recomenda a doutrina da boa nova, que os filhos da Consciência Cósmica adotem com lhaneza de propósito, afastar de seu vocabulário as palavras chulas, maldosas e todo conceito que possa conduzir energias deletérias enfraquecendo o espírito no reto cumprimento dos seus deveres.
Não se pode esquecer que as palavras têm vida, impondo a todos o dever de ter cuidado com os pensamentos, fonte inesgotável de energia que tanto pode ser força para a prática e exercício no bem quanto do mal. As palavras podem transformar-se em atos e os atos, - parte ativa dos pensamentos – exigem cautela para que esses não se tornem em vícios e por consequência formem o mau caráter cujo destino é a vida, sempre bela, colorida e consentida, como se fora um jardim multicolorido.
Nesse jardim, colheremos os frutos de nossa semeadoura. Por isso mesmo, é dever de todos semear as boas sementes não olvidando de regá-las com amor para apurar as mais belas flores. Nesse sentido, no percurso do dia cada ato, cada palavra, cada sorriso e cada olhar sereno oferece o fruto do poder sedutor para bem-aventurança para vencer as crises oferecidas pelas provas da vida e é assim que a força desses pensamentos cai no território dos corações humanos germinando em nome do amor, e o amor em plenitude com as palavras dulcificadas desfaz os espinhos das amarguras, transformando os calhaus do caminho em trigo que alimenta os espíritos para a grande jornada pelos túneis do tempo até os páramos celestiais.
Nessa caminhada, todavia, ocorrências de tempestades podem surgir na rota anelada, chegando a dor como convidada indesejada, sem que esse desalinho se constitua em desânimo pelo objetivo de vencer os combates. Essas tormentas se destinam a burilar o proceder do viandante, porque os ventos fortes permitem que as raízes das árvores se tornem profundas, oferecendo à planta resistente suporte e os frutos que virão serão mais saborosos. E, quando as folhas caírem no jardim da vida, não haverá espaço para lamentações, pois será o adubo para que vicejam e renasçam novas flores no ciclo contínuo da existência.
Ponto finalizando, recebam os amigos o ósculo da fraternidade, com a oblata do eterno amor do Divino Pastor depositada em seus corações com votos de um ótimo fim de semana e muita paz.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli